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Um autor brasileiro, Dr. José Róiz, escreveu um livro chamado Esporte mata! que deveria estar em muitas escolas de Educação Física espalhadas aqui e alhures, em última instância, até para provocar o debate em torno de assunto tão polêmico, contudo, pelo menos por essas bandas, foi muito pouco divulgado, percebemos que muitos professores desdenharam, procurando desqualificar a obra, por essa estar fazendo uma afirmação contundente, num momento em que uma grande emissora de TV queria convencer que esporte era vida! Róiz era incansável na critica a essa exaltação sem medidas ao esporte de alto rendimento. Essa preocupação também está presente em um outro livro, cujo autor é Henry A. Solomon, intitulado "o mito do exercício", que assim como o primeiro, não tem sua leitura estimulada, é claro que as razões são óbvias, já que mete o dedo na ferida de um grande negócio que é a prática dos exercícios físicos como promoção de saúde! Entre outras coisas, diz o autor: "o estímulo ao lucro, a sedução da moda e do status e a legitimidade da medicina que apóia esse estranho fenômeno dos exercícios físicos. Uma carroça tão grande, movida pelo lucro, que transporta uma população preocupada com a saúde que acredita que encontrou a resposta, recebeu um impulso enorme. A simples verdade pode não ser bastante para fazê-la parar, mas deve ser dita: você pode apreciar os exercícios. Eles podem ser úteis socialmente, talvez façam você se sentir e parecer melhor. Mas o resto é mito. Os exercícios físicos não vão torná-lo mais saudável. Não vão prolongar sua vida. Preparo físico e saúde não são a mesma coisa", quer saber qual a página? está na 17.
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Na realidade, há uma confusão generalizada referente aos dois fenômenos aqui sinalizados! Esporte e exercícios físicos têm semelhanças, mas não são a mesma coisa, embora ambos mistifiquem e confundam a população em geral e muitos dos que estão na Universidade em relação à questão da saúde. Solomon descortina de forma didática a questão quando diz que "saúde e preparo físico não são a mesma coisa", embora nas entrelinhas, o discurso subliminar afirme que sim. Quando se fala em atividade física e promoção da saúde não é isso que se está querendo afirmar?! A prática do esporte necessita que o sujeito tenha um preparo físico adequado para que possa, medianamente, suportar às pressões do jogo, mas isso tem um custo altíssimo. Há um estresse brutal cujas respostas são as "contusões" rotineiras que perseguem os atletas! Quiçá joelho e tornozelo sejam os que mais sofram com as "novas demandas" do esporte! Não conheço nenhum estudo, é possível haja, que tenha calculado quantos dias, durante o ano, os atletas profissionais conseguem estar em condições de jogo e em quantos estão tratando alguma lesão! O fato é que há neste labirinto uma apologia às práticas corporais, colocando-as como receita e remédio para tudo, basta deixar de ser sedentário para que possamos dizer que temos saúde e aqueles que não fazem nenhum tipo de exercício físico é logo visto como uma pessoa deslocada, não saudável! Esporte não é saúde, muito pelo contrário, e não dizer isso é perverso, esconder os perigos que rondam a prática do esporte é desumano. O mais estranho de tudo isso é que apesar do número de mortes que acometem àqueles que comungam com o "mexa-se", (nos tempos da ditadura militar havia o "esporte para todos", que aqui no Brasil foi denominado de MEXA-SE) os seus "apóstolos" não abrem o jogo esclarecendo que como tudo há os pós e os contras e que em muitos casos ao invés de o sujeito estar ganhando saúde fazendo os exercícios físicos, ele pode estar adoecendo, como no caso do esporte de alto rendimento, mas se isso for dito, talvez o canto das sereias desapareça estragando a garantia dos seus negócios espúrios...
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