quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz Novo Ano...

Bem, não há mais remédio, todos são incisivos em dizer que, ainda que eu não quisesse ouvir, o ANO que era NOVO acabou! Para alguns, como eu, que pena que isso aconteceu, não pude fazer tudo o que deveria, o fato é que ando às voltas com uma tese que não me larga um só instante, às vezes, nem me deixa dormir! Para outros, no entanto, já foi tarde, pois com isso, chegou, enfim, o momento de se livrarem do fardo quente e pesado desses trezentos e sessenta e cinco dias! Para esses, o Velho Ano Novo não vai deixar saudade! Será que o dream is over outra vez?! Eles dizem: não há como deter o trem da vida, SONHOS SEMPRE MORREM para que outros NASÇAM! Como sói acontecer, este é o momento de fazer planos, enviar mensagens, pedir desculpas, juntar os caquinhos, fazer promessas, "perdoar a quem nos tenha ofendido, amém!"
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Saiba que, definitivamente, não há futuro, ou já não se lembra mais que há 365 dias atrás 2010 era o/um futuro? O passado é o já vivido, óbvio, não podemos dizer que não o vimos quando passou vagarosamente; quanto ao futuro, não passa de um desejo que vai sendo consumido dia após dia! Ontem hoje era o futuro, hoje ele está sendo experimentado. Pare de se preparar para aquilo que está por vir, que não passa de desejo, deixe tudo isso de lado e devore, viva intensamente, pois, cada segundo desse futuro-presente, que pode se resumir em um segundo, um minuto, um ano, quem sabe quantos segundos mais? O tempo é inexorável! Há cinco anos MORRI vivendo o FUTURO! Tente não se "tornar menos faminto(a) e curioso(a)", saiba que viver continua valendo à pena, porém se, ao saber de tudo isso, as lágrimas insistirem em rolar por seu rosto, tenha certeza que I am here to dry your eyes, bem-vinda(o) ao FUTURO...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

É para sua Mãe...

Enquanto isso, Eduardo Dusek, em fins do século passado, brincava com o refrão ambíguo de sua canção rock da cachorra*. Naquela oportunidade, assim como hoje, com a intensa humanização dos bichos, "sua mãe", uma cadela de estimação, era a pessoa a ser homenageada! Muitos amigos, "liberais" por natureza, odiavam o refrão e o trocadilho que ele trazia. Era fato que muitos usavam o duplo sentido para sacanear ad aeternum a mãe dos que estavam por perto! Convenhamos que uma cachorra chamada sua mãe, se tivermos o pavio curto, é briga na certa, como acontecia em muitos momentos! Na verdade, Dusek chamava a atenção para a situação privilegiada que os bichos vinham adquirindo em detrimento de muitos humanos que andam por aí! Não é raro ouvir dos donos desses animaizinhos um rosário de coisas que são capazes de fazer, são características e sentimentos tipicamente dos homo sapiens! Quem já não ouviu expressões do tipo: "meu cachorro é muito inteligente, só falta falar, porque sensibilidade e outros atributos não lhe faltam."Veja só, ele está com ciúmes de você"! Isso é muito comum, É NATURAL! O que deixou de ser comum, ou melhor, o que se tornou ousadia na sua mais completa acepção são os humanos, com o intuito de desqualificar a situação de alguém, afirmar que está vivendo como se fora cachorro!  Na realidade, falar que se está levando uma vida de cachorro é uma AFRONTA a nós, diriam uns caninos do alto do seu status de GENTE, o que não deixa de ser a mais pura verdade! Alto lá, repetiria outra cachorra, na escala hierárquica, vocês, os humanos, estão muito abaixo de nós!
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Resolvi não mais brigar com essa tolice! Por que me indignar com o rol de apetrechos que povoam o universo dos bichos? Se no apagar das luzes do século passado isso já era uma realidade, qual a razão de passados tantos anos alguém em sã consciência, pelo menos é o que ele pensa, afirma meu alter ego, ainda fica a blasfemar contra a boa vida dos bichinhos? Oh, insensato coração! O fato é que no meu tempo cachorro era cachorro e era chamado xolinho, não raro, rex ou valente, nada além disso! Hoje têm nomes robustos e distintos: Glória Maria, Ivana, Marley... Contudo pensando em deixar a rabugice de lado, aceitei o presente de natal que um amigo me ofereceu sem saber dessa minha bira com os pobres caninos e caninas! Tal foi a minha surpresa ao abrir aquela caixa marron! Com os olhinhos tentando se acostumar com a claridade, lá estava ela, com o rostinho branco e marron e o focinho preto e úmido, oh, que gracinha! Uma sensação inexplicável se apoderou de mim e logo comecei a me sentir como proprietário de uma cachorra! A sensação não era de toda ruim, na verdade, estava gostando! Eu era dono de um bicho de estimação, enfim! Agora só faltava escolher o nome que daria à bichinha. Pensei em alguns bem maneiros! Nada daqueles de outrora, tipo sapeca ou peluda! Porém, contudo, todavia, enquanto me via refletindo sobre essa grande questão humana, qual nome darei a minha cachorra,  lembrei-me que no período em que não gostava, entre aspas, desses bichos, uma ex-amiga colocou  o nome da cachorra justamente o da minha avó, que, por sinal, também era minha madrinha! Eu não gostava nem um pouco de saber que o prenome de minha avózinha agora acompanhava uma cachorra! Ficava possesso, irascível mesmo, mas ela me dizia que não via nada de mais em chamar a cadela de Antonia! Usando da mesma prerrogativa, resolvi prestar uma homenagem a sua mãe, não, não é a sua querida/o leitor/a, mas a da minha ex-amiga! Atenção, por favor. Minha cara ex-amiga, se em algum momento de sua vida, passar por aqui e vir esta postagem, saiba que  essa foi a maneira que encontrei de homenageá-la, carinhosamente, viu? Xô, Marli, não me morda, sua cadela... 
"Uauuu, Uauuu, Uauuu... Ahhh*...
Uauuu, Uauuu, Uauuu... Uhhh...

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre

Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro por uma criança pobre

Tem muita gente por aí que está querendo levar uma vida de cão
Eu conheço um garotinho que queria ter nascido pastor-alemão
Esse é o rock de despedida pra minha cachorrinha chamada "sua-mãe"

É pra Sua-mãe (é pra Sua-mãe)
É pra Sua-mãe (é pra Sua-mãe)
É pra Sua-mãe (é pra Sua-mãe)
É pra Sua-mãe

Esse é o rock de despedida pra cachorra "Sua-mãe)

Seja mais humano, seja menos canino
Dê güarita pro cachorro, mas também dê pro menino
Se não um dia desse você vai amanhecer latindo, uau, uau, uau

Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre

Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau"...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Explicando a porra toda...

Verdade seja dita, nem todos os que lêem as linhas que escrevo são da Bahia ou têm o dicionário de baianês de Nivaldo Lariú à mão, o que não deixa de ser uma pena. Além disso, após receber o pedido de um site sobre educação(scholarships for hispanics), através de e-mail, que reproduzo entre parênteses (Hey can I quote some of the content found in this post if I reference you with a link back to your site?)senti-me na obrigação de "traduzir" a última parte da postagem "Que porra é essa?"(Quer ler?), coisa que faço excepcionalmente, acima de tudo, por causa da sua peculiaridade e pelo simples desejo de que aqueles que não são aqui da terrinha possam "entender" a porra toda!  Achei interessante trazer o texto para cá e ir alinhavando o significado em negrito (os que defendem as cotas nas universidades vão pedir a morte por eu colocar esse NEGRITO aí!). Mãos à obra, então?
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Por causa disso, só nos resta perguntar: que porra é essa - (O que é isso? O que está acontecendo?), seu prefeito? Como pode Vossa Excelência censurar essa idéia legal para porra(muito legal, muito boa) de Tomate? Eta, porra!(puxa vida!) O cara faz uma música da porra(muito legal) e o senhor quer estragar a porra toda?(Tudo) Porra, velho,(espera aí) olhe essa porra aí,(cuidado com isso) Tomate também é pai de família e com a censura da sua música talvez fique fora do circuito e só possa cantar na casa da porra!(longe para cacete - muito longe) O senhor sabe que fazendo isso lá vem a porra!(lá vem confusão). Vai que Tomate e seus fãs resolvem picala a porra(bater, jogar) no senhor e as porra?(etcéteras) Ói, sinha porra(dando bronca em alguém) (senhor prefeito), acabe logo com essa porra,(termine logo com isso) antes que os soteropolitanos da gema digam em alto e bom som, prefeito, vá pra porra!(vá à merda, me deixe)... Bem, se depois de tudo isso, ainda assim não deu para entender, me deixe!...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Que porra é essa?...

Está cada vez mais difícil andar pelas passarelas, estações de transbordo e afins na cidade da Bahia, tudo isso por causa do número excessivo de mercadorias, de todos os tipos, à venda sem critério algum. Encontramos de tudo o que se possa imaginar, em muitos momentos, torna-se perigoso transitar nos espaços citados sem o risco de um acidente grave, eu, que por acaso sou um desastrado contumaz, por pouco, saindo da passarela que liga o Iguatemi à rodoviaria, não esbarrei numa "churrasqueira" e seu dono, que sem cerimônia alguma vendia seus "petiscos" em plena estação de transbordo! Na verdade, a forma de a prefeitura de Salvador administrar o espaço dos ambulantes beira ao CAOS, o tal do governo popular é tão populista quanto Getúlio Vargas! Tudo é permitido e os incomodados que se mudem. Somado a tudo isso, tem a sujeira que campeia em todos os lugares, incluindo aí aqueles em que os alimentos são vendidos! É possível fazer uma analogia com o que aconteceu com os donos de barracas nas praias. Houve um tremendo estardalhaço com a retirada, uma desumanidade cuja comoção extrapolou os muros da cidade, o que ninguém comentou é que esses mesmos "trabalhadores" tratavam/tratam o espaço público como se lhes pertencesse, quem nunca ficou "emparedado" entre as cadeiras das barracas e uma minúscula faixa de areia por não desejar consumir nada nesta ou naquela barraca? Preconceituoso, eu? Então, observe se a prefeitura não utiliza dois pesos e duas medidas!
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Quem conhece a Bahia sabe que, por aqui, PORRA é tudo, menos porra! Usamos indiscriminadamente a palavra para tudo ou quase! Acho que sequer percebemos, nas nossas conversações, que essa palavrinha (ou PALAVRÃO?) dependendo das circunstâncias, pode ser substantivo, adjetivo, advérbio, interjeição, vírgula e ponto de exclamação, é só consultar o nosso dicionário de baianês, escrito por Nivaldo Lariú, que está tudo ali! O fato é que desde o dia 26/11/2010, um certo cantor(?) de nome pitoresco (Tomate) espalhou outdoors pela cidade! Que porra é essa, doido? Estamos na Bahia, porra, qualé outdoors? Tudo bem! O maluco, digo, o cantor, espalhou cartazes em pontos estratégicos da cidade conclamando os amantes da sua música a ouvir sua mais nova canção, Eu te amo porra. Por mais estranho e absurdo que possa parecer, ainda que por aqui absurdo tenha precedente, a danada da palavrinha causou estranhamento(?) em alguns doutos moralistas e/ou hipócritas da cidade! Não deu outra, a prefeitura (aquela mesma que permite a venda de alimentos sem nenhuma vigilância a céu aberto) a partir da SUCOM - Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município, censurou os cartazes! Para não perder a grande sacada, os responsáveis cobriram a PORRA do cartaz, (não o cartaz, e sim a palavra) e por fim colocaram reticências onde antes figurava a expressão mais baiana de todas! Por causa disso, só nos resta perguntar: que porra é essa, seu prefeito? Como pode Vossa Excelência censurar essa idéia legal para porra de Tomate? Eta, porra! O cara faz uma música da porra e o senhor quer estragar a porra toda? Porra, velho, olhe essa porra aí, Tomate também é pai de família e com a censura da sua música talvez fique fora do circuito e só possa cantar na casa da porra! O senhor sabe que fazendo isso lá vem a porra! Vai que Tomate e seus fãs resolvem picala a porra no senhor e as porra? Ói, sinha porra (senhor prefeito), acabe logo com essa porra, antes que os soteropolitanos da gema digam em alto e bom som, prefeito, vá pra porra!...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Zeca Baleiro e os "ouvidos moucos"...

Ter frequentado um barzinho que há em Florianópolis, muito interessante por sinal, pode ter sido a causa do meu problema. A casa de dois andares em que o bar funciona, sem recorrer de forma mais incisiva ao concreto e aço, não tem estrutura acústica para o tipo de música que fui "obrigado" a ouvir quando lá estive. Talvez um "voz e violão" caísse como uma luva naquele ambiente, mas tocar rock'n'roll é, sem sombra de dúvida, um atentado aos desavisados tímpanos que "passeiam" por lá! Falando em bom português, o que se pode dizer é que é uma "zoeira", ainda que o repertório seja de primeira qualidade! São muitos decibéis além do fisicamente suportável. O fato é que como esses efeitos são cumulativos, é provável que muitos daqueles que ficam "em cima" das bandas, que por lá vicejam, sejam vítimas de uma diminuição da suas acuidades auditivas progressivamente, mas que só vão perceber quanto estiverem "atravessando" o cabo da boa esperança, oxalá não seja tarde demais!
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Por ironia da história, passado um tempo de minhas "visitas" ao barzinho, comecei a perceber uns "sons" esquisitos no meu ouvido esquerdo. Era como se fosse uma repetição, um eco de tudo o que ouvia, só que meio "embaçado"! A sensação era insuportável quando passava perto de veículos com música "nas alturas"! Como temos por hábito a cultura da automedicação, não me fiz de rogado, comecei a usar Cerumin® achando que uma solução otológica resolveria o problema que já começava a me preocupar. Não resolveu, precisei de um especialista, no caso, só um otorrinolaringologista solucionaria o problema. Não havia dúvidas, o tamanho da especialidade do médico era proporcional ao tamanho do problema. Ele foi taxativo: "o tímpano direito está perfurado!" Repeti assombrado: "Perfurado, como assim? Mas não era o ouvido esquerdo que parecia com problemas?!" É que a sensação é invertida, se o problema fosse no esquerdo, seria no direito que sentiria o incômodo! A causa, ele disse, poderia ser desde a exposição a decibéis superiores à capacidade suportável, até o vício de "todos nós", isto é, coçar o ouvido com todo tipo de apetrecho: palito de fósforos, bocal de caneta! Vai me dizer que você nunca fez isso para resolver aquela conceirinha gostosa?!
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Depois de algumas dores impostas pelo especialista, vi-me completamente curado da minha "surdez" repentina, resolvi, então, testar meus "ouvidos moucos" com uma suave e tranquila noitada de MPB da melhor qualidade! Fui ver o "showzão" de Zeca Baleiro na bela e "calorosa" Curitiba. De saída, percebi que fiz uma escolha infeliz entre a opções oferecidas para assistir ao espetáculo: a pista, não, não foi uma boa escolha. Esqueci que os "gigantes", quando pulam, ficam mais altos ainda, impossibilitando os mais baixos, como eu,  ter uma visão razoável do palco! Porém esse não foi o problema principal, afinal, o mais importante era ouvir o artista, vê-lo podia ser algo secundarizado. Como dizia, não foi esse o grande problema. Para quem não sabe, desde o primeiro disco "Por onde andará Stephen Fry", Zeca Baleiro já sinalizava sua veia roqueira, quem há de esquecer da faixa Heavy Metal do Senhor daquele disco? Pois é, a sabedoria popular já dizia que "quem avisa amigo é."
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Lá estava eu "quente que estava abafando", como diria minha avó, quando ouço os primeiros acordes, para ser mais exato: "três pobres acordes" cuja descendência não apontavam para a MBP que fora procurar!? Como poderia um recém "operado" do ouvido mouco se jogar numa insanidade daquela? E se estourasse o tímpano de novo? Será que os dois suportariam mais de duas horas intensas de rock'n'roll? O som crescia na progressão geométrica do meu receio! Será que meus tímpanos iriam aguentar à exposição roqueira zecabaleiriana? Minha avó sempre dizia: "quem não ouve sossega, ouve coitado"! Se eu disser que o show foi ruim ou qualquer coisa que o valha, estarei sendo leviano. Foi sensacional! Uma noite e tanto! Não tinha sido a primeira vez que fora ver Zeca Baleiro, mas esta foi a primeira vez que percebi que, apesar das diversas fusões que há em sua música, o cara é roqueiro da ponta do pé até os últimos fios de cabelo da cabeça! Naquela noite, já amanhecendo, ao deitar para dormir, não tinha a menor idéia como se encontravam os meus tímpanos, o que percebia eram uns zumbidos  que me atanazavam o juízo acompanhados pela canção profissão de fé que ecoava dentro de minha cabeça: "fiz essa canção só para você, mas para quê? Se você só gosta de MPB e eu SOU PURO ROCK'N'ROLL", não se pode dizer que foi um ato falho, não é?...