quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ronaldo, André(éia) e Freud...

Dizem, aqueles que têm Freud como referência, que ele tudo explica! Virou lugar comum, tudo se explicar pela via da psicanálise. Neste caso, a teoria suplantou o homem! Até quem nem imagina quem ele tenha sido, como um papagaio, sai por aí repetindo o famoso jargão: "Freud explica!" Se isso for realmente verdade, como explicar a situação em que se envolveu Ronaldo, o fenômeno, aquele mesmo que, não faz muito tempo, alugou um castelo para casar com a Daniela Cicarelli, ainda que o matrimônio tenha durado quase nada?! Aquele mesmo que "lançou" a marca "as ronaldas", já que as suas namoradas viravam capa da Playboy! O cara era considerado um "pegador", um verdadeiro garanhão! Como explicar um cara como esse pagando para ter prazer sexual?
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Um grande poeta comunista já dissera que no meio do caminho tinha uma pedra, fazendo um trocadilho vil, perdoe-me Drumond, mas no meio do caminho de Ronaldo tinha um(a) André(éia)! A versão oficial diz que o "fenômeno" estava entediado e resolveu contratar três garotas de programa, no meu tempo o nome era prostituta, para se divertir. Ligou para uma agência e pediu três meninas, é claro, o cara não se contenta com pouco, não! Queria logo três. O que não consegui entender, até agora, é como a agência se enganou! Fala a verdade: como é que um cliente pede três mulheres para uma noitada e ocorre um "erro" tão grosseiro! Uma agência que comete um engano desse tipo não só deveria ser processada por perdas e danos, como deveria fechar as portas e nunca mais sequer pensar em voltar para o ramo do entretenimento sexual!
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Dizem as más línguas que quando urubu está com azar o debaixo faz suas necessidades fisiológicas no de cima! Não deixa de ser uma completa negação da lei de Newton, aquela que diz que tudo que sobe tem que descer! Pois bem, o garanhão pediu três garotas e para sua surpresa apareceram um André e mais dois! Existe uma coisa que ainda não foi explicada. Não se sabe em que momento Ronaldo percebeu que se tratava de um travesti! Isso se deu logo na chegada ou a descoberta aconteceu na hora da "ozadia"?! Uma ex-amiga, muito querida, lá de Pelotas, sic, tem uma tese que é de uma maldade sem medidas! Dissera ela que, na verdade, não houve engano algum! Ronaldo "pegador" resolvera experimentar outros prazeres, ter novas sensações que só Freud explicaria, e pediu os três "rapazes" para realizar suas fantasias mais recônditas! Ainda falando da tese da pelotense, o escândalo aconteceu porque o travesti viu que contar que o "fenômeno" tinha outras "intenções" quando os chamou não daria em nada, ninguém acreditaria, pela fama do moço, que ele queria dar uma de "engenheiro", mas que se falasse em droga, teria condições de tirar-lhe uma grana! Vejam bem: essa não é uma tese despropositada! Sabem por quê? Como explicar o documento do carro nas mãos de André(éia) se Ronaldo quando percebeu que eram "meninos" que tinha contratado, logo desistiu? Mesmo assim, resolveu pagar pelo programa, que não usufruiu? A pelotense, do alto de sua maldade, disse-me, em tom de paráfrase: "o nome dela é Valdemar"...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

"Teoria da Conspiração"...

Jogavam os dois maiores tenistas do mundo na atualidade, Roger Federer, o número 1 e Rafael Nadal, o número 2, decidiam um dos Masters Series, neste caso, o torneio de Monte Carlo. Vendo a partida, dizia a mim mesmo o quanto o esporte de alto rendimento é feito para estimular e estabelecer individualidades! Um negócio, no caso do tênis, de milhões de dólares, onde cada minuto de exposição representa um custo astronômico! As marcas que patrocinavam o evento confirmavam o fato: rolex, mercedes, entre outras. Esporte de alta performance é isso mesmo: muita força, habilidade aprimorada e um investimento financeiro estupendo! Quem viu Gustavo Kuerten jogar sabe que seu piso predileto era o saibro, hoje, esse é o piso no qual Nadal é um jogador quase insuperável!
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Pelo início do jogo, tudo levava a crer que haveria a quebra de sequência de vitória de Nadal, que já ganhara o torneio por três vezes seguidas! Federer quebrou o serviço do espanhol logo no primeiro game do primeiro Set! Porém, logo em seguida, Nadal fez o mesmo! O detalhe curioso é que mesmo quebrando o serviço de Nadal, por mais duas vezes, ainda assim, Federer perdeu o set por 7-5! Comecei a ficar meio que incomodado com a questão. Ainda que não seja esse o piso predileto de Federer, sua categoria permitiria perder assim? Será que tinha algo estranho no resultado? Sei que posso estar sendo leviano com essa hipótese, meio maquiavélica, construída a partir do resultado inicial da partida, mas não posso negar que a derrota do Suiço me causou uma certa estranheza!
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O segundo set traz um Roger Federer, simplesmente, arrasador, sem grandes esforços, ganha os quatro primeiros games de forma categórica! Uma vantagem, convenhamos, quase imbatível para qualquer um que enfrente o Suiço e esteja perdendo por 4 a 0! O comentarista do canal Sportv, Dácio Campos, anunciou como certo o terceiro set, bastava Federer manter seu serviço dali em diante! Contudo, "estranhamente", Federer só ganhou mais um game e perdeu, de novo, por 7-5! É neste momento que o Jerry Fletcher que há em mim começou a ganhar corpo, é neste instante que começo a achar que a Teoria da Conspiração é possível a partir do desenvolvimento do set que deu a Nadal o quarto título seguido, um recorde quase impossível de ser batido! Jerry Fletcher é um motorista de taxi (interpretado por Mel Gibson, no filme Teoria da Conspiração) que vê em cada esquina conspirações para domínio de tudo e de todos! É um paranóico em potencial! Já imaginaram se estivesse tudo dominado? Foi assim que me senti vendo a final de tênis do torneio de Monte Carlo! O que me levou a achar que Federer e Nadal podem ter "arranjado" o resultado? Onde percebo a teoria da conspiração, sem parecer paranóico?
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Ora, quando entraram em quadra, tínhamos ali os dois melhores jogadores em pisos diferentes; Nadal é um exímio jogador do saibro, enquanto Federer é imbatível no piso duro! Então, nada surpreendente, não é mesmo? É verdade, mas no sentido do domínio do mercado de material esportivo a disputa era Nike x Nike! Qual é a melhor marca? Se usarmos um raciocínio aristotélico, como fazemos cotidianamente, diríamos: se Federer e Nadal são os melhores tenistas do mundo, logo a melhor marca de material esportivo do mundo é a NIKE! Onde está a teoria da conspiração? Bem, para a marca é importante que Nadal confirme sua hegemonia, naquele piso ele é soberano, assim como a marca que o patrocina e nenhuma outra! E Federer, ainda que não seja "bom" neste piso, mas o material esportivo o leva a ser o segundo! Sei, você deve estar dizendo: isso é muita loucura para ser verdade! Sim, você pode ter razão, não nego que pode ser uma grande loucura, contudo foi o único sentimento que me veio à cabeça após a derrota do maior tenista de todos os tempos, depois de estar vencendo por 4 -0...

sábado, 26 de abril de 2008

Brasil, mostra sua cara...

"Não haverá país como este!" Esta frase traz um tom de elogio, porque insinua um lugar de belezas extraordinárias, mas se olharmos atentamente para o que vem acontecendo por aqui, talvez não seja exatamente esse o sentido! Não sei qual o motivo, mas acordei achando que a utopia está cada vez mais afastada e que acreditar no sonho de outra perspectiva de mundo pode ser uma insanidade! Hoje, em sã consciência, ninguém é capaz de dizer se o melhor é ser íntegro e honesto ou se o mundo pertence aos ladinos, espertos, malandros e velhacos! Na atual conjuntura, quiçá a melhor sugestão seja a segunda, o que não deixa de ser um insulto se dito por um professor! As atuais circunstâncias mostram que quem segue a vereda da primeira assertiva estará sendo educado para viver na "ilha da fantasia". Não, isso não é um jogo de palavras, basta observar o currículo da maioria dos parlamentares que se dizem democratas, grande parte pertencia à ARENA, partido da situação na DITADURA MILITAR! O assassinato de uma criança se torna um show de vampiros em horário nobre! Que país é esse!?
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Uma colega de trabalho ao chegar em sua casa, depois de um dia inteiro e cansativo de trabalho, na cidade de Jequié, interior da Bahia, se deparou com um "bilhete" ameaçador, anunciando que, caso ela não entregasse um determinado valor, em determinado lugar, seria estuprada e morta! Entrou em desespero e ligou imediatamente para amigos próximos que se apressaram em ir a sua casa. Um deles com a preocupação de não "estragar" a prova da ameça, guardou-a em plástico evitando tocar para não tirar as impressões digitais do autor da ameaça! Grande tolo! O policial que os recebeu foi taxativo: aquilo não representava nada, apenas "papel" sujo. A polícia só se mobilizaria a partir de provas reais e que nós estávamos assistindo muito filme policial, além do que minha amiga não estava no universo de pessoas importantes! Fiquei pensando, para ter as provas que a polícia queria era preciso que a ameaça se concretizasse, mas aí já não teria sentido, que país é esse!?
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Um lavrador, lá do Pará, ingenuamente, denunciou madeireiros para o Ibama, acreditando que estava fazendo a coisa certa! Dera uma entrevista à TV dizendo que vira, inclusive, um assassinato de outro trabalhador rural, praticado por madeireiros. Na entrevista, afirmou que corria risco de morte, já que as denúncias logo chegavam ao conhecimento dos madeireiros, o que na linguagem popular quer dizer que "as paredes têm ouvidos"! O representante do Ibama negou incisivamente que isso tenha acontecido! As paredes tinham ouvidos, sim, e como tinham, a ameaça se concretizou e o lavrador foi morto com três tiros, no dia 24 de abril de 2008. Naquela região isso não é incomum, haja vista o caso da Irmã Dorothy Stang, que também teve sua vida ceifada por pistoleiros, em Anapu! Por que a polícia não se mobilizou para dar garantias ao lavrador? Eles não tinham "provas"! A televisão dedicou uns segundos à notícia, concluindo a matéria com a irmã do assassinado clamando por justiça, coisa que os cidadãos sem face podem pedir, se serão atendidos, aí são outros quinhentos. Que país é esse?
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Voltemos ao caso do assassinato da menina Izabella, cometido, como todos já sabem, pelos próprios parentes, uma família paulista de advogados. Há quase um mês, a todo momento, somos bombardeados com dados sobre o caso, Há quase um mês! Neste final de semana, teremos uma "simulação" do que aconteceu, para isso, além de fechar o tráfego nas proximidades do Edifício onde ocorreu o crime, o espaço aéreo também será fechado, para que os ruídos das aeronaves não atrapalhem a "performance dos atores"! Os dois casos anteriores mostram que as investigações acontecem a partir de uma lógica de distinção dos agentes sociais envolvidos. Existem cidadãos que não têm "perdigree"! A mídia, que no caso do lavrador devia ser responsabilizada, já que em nenhum momento, omitiu-lhe o rosto, muito pelo contrário, escancarou-o para que todos pudessem ver, inclusive os assassinos, sabe que a vida do cidadão, lá do Pará, não tem o mesmo apelo comercial que o da família da classe média paulistana! A pesquisa de mercado já deve ter provado que a miséria exposta na TV baixa o IBOPE, fazendo até os miseráveis mudarem de canal! Que país é esse...

sábado, 19 de abril de 2008

Comoção...

Na minha infância, lá pelos idos dos anos de 1960, um filho, chamado Marcelo Souto Maia, na Bahia, exterminou sua família e, para surpresa de muitos, não demonstrou nenhum remorso! O sujeito matou pai e mãe em uma época que a tal da violência não estava tão "midiática"! Imaginem aí no século passado, como as pessoas reagiram à tamanha hediondez? "Um monstro, matar a própria mãe?!" Havia um elemento nesta história que aumentava mais ainda a comoção popular. A família Souto Maia era milionária, logo, o fator de motivação, para o assassinato, era econômico. A hipótese era uma possível perda da herança! Um prato cheio para que o detetive/policial que existe em cada um de nós assumisse seu papel e saísse à cata de "provas"! Uma coisa diferenciava dos nossos "tempos modernos", a mídia ainda engatinhava e não possuia, ainda, a capacidade de "glamurizar" as tragédias nossas de cada dia!
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Em relação à questão de assassinatos dentro da própria família, tivemos, mais recentemente, o caso da garota Suzana Von Richthofen que organizou, juntamente com o namorado, Daniel Cravinhos, a morte dos pais, chegando a "ver" seus genitores sendo espancados até a morte; conseguiu construir um alíbi que a protegia, mas que foi desmascarado posteriormente; vimos que não só era cúmplice como também mentora do assassínio. Neste caso, a mídia já era uma "senhora austera", capaz de tornar o acontecimento numa verdadeira história cinematográfica! Comoção Nacional, as pessoas foram "estimuladas" ao desejo de vingança, tal como hoje, gritaram palavras como "assassina, assassina"! O que não lembramos é se as "luzes" demoraram tanto tempo iluminando a cena do crime como no "caso da menina Isabella"!
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Sem querer "partidarizar" ou apontar o dedo ou defender quem quer que seja, ações como essas devem ser rechaçadas com veemência; o certo é que nós humanos somos capazes das ações mais atrozes. Por causa de um simples pedaço de pão, mata-se uma criança, ou, por mera diversão, atea-se fogo em um índio na capital federal. Está escrito no "livro" que o filho do "primeiro" homem, Caim, assassinou o próprio irmão, Abel, por causa de ciúme! No caso "Isabella", a mídia nos "manipulou" de tal forma que ficamos assistindo a esse drama, a esse perverso circo dos horrores, quando no fundo, tudo levava a crer que os assassinos não poderia ser ninguém menos que a dupla Jatobá/Nardoni! Os meios de comunicação esgarçaram o caso quanto puderam, provocando nas pessoas o sentimento de justiça feita com com as próprias mãos, afinal, a vítima, além de criança e indefesa, era filha do assassino! Vi alguns orgãos de imprensa, de forma hipócrita, perguntando por que as pessoas ficaram na porta da casa dos "réus", a pedir justiça e a cometer excessos; cômico, se não fosse trágico! Neste quase um mês de exposição, em que os índices de audiência beiraram à estratosfera, vimos mais um Big Brother, em que o país "inteiro" clamou por vingança, o tal do "olho por olho, dente por dente"
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Como pai, o arrastar do caso nos causou dois sentimentos. O primeiro de pura estupefação, ainda que tenhamos consciência que, nós, os humanos, somos capazes das coisas mais hediondas, mas ainda assim, estamos atônitos com o ato e a frieza do "ator", não vimos em nenhum momento, em seu semblante, qualquer sinal de dor ou arrependimento! O segundo, relacionado à ansiedade que demonstramos por notícias do caso, havia um verdadeiro "prazer" quando fomos percebendo que as nossas hipóteses tinham algum fundamento. A criança morta ao aparecer com seu sorriso nas diversas telas de TV, era apenas para avivar nossos "corações e mentes", mas aquelas imagens eram "tangenciais", o que queríamos, mesmo, era descobrir como os "pais" assassinos reagiam, sentiam a morte da menina! É, somos capazes de tudo, de tudo mesmo para nos SAFAR! Há no ar um sentimento de revolta por saber que somos sádicos, temos um prazer mórbido de massacrar quem, geralmente, não tem como se defender, haja vista, o que Hitler fez com as crianças judias, ou os americanos, e suas bombas atômicas, com as crianças japonesas de Hiroshima e Nagasaqui. Mais recentemente, o que vêm fazendo os EUA com as crianças IRAQUIANAS! O que dizer de Alexandre Nardoni e sua digníssima esposa? É possível dizer mais alguma coisa? Sim, somos seres cruéis e sanguinários, mas o que é mais doloroso perceber é como, subrepticiamente, a mídia, de forma "silenciosa", clama pela lei de TALIÃO, por uma justiça surda! Não obstante, vamos nos matar mutuamente que ela sabe, MUITO BEM, como transformar a nossa torpeza em ESPETÁCULO...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Guga, esportes e dinheiro...

Aqui entre nós, o tênis nunca foi um esporte popular, um esporte de massa. Não sem razão, afinal, os apetrechos para sua prática não são nada baratos! Não que essa seja a razão principal, talvez seja a mais prosaica, a mais perceptível. O que vemos, em relação ao tênis, pode ser usado para a natação, enquanto o primeiro precisa de quadras, o segundo carece de piscinas, e, convenhamos, não temos quadras de tênis ou piscinas em cada esquina! Certos esportes têm a marca da "distinção"! São praticados por uma elite que detém grande poder econômico, como fora nas suas origens no século XIX; para ser um jogador razoável, é necessário muito mais que boa vontade e habilidade motora! Não é por acaso que o grande atleta desse esporte, em um país colonizado por portugueses, tem o sobrenome Kuerten! O tênis é um jogo para poucos, haja vista o número de pessoas que conseguiram se destacar por essas bandas! A grande ironia é que alguns "ingênuos", quando Gustavo Kuerten se tornou o NUMBER ONE, não conseguiram entender por que o esporte não ganhou a dimensão que merecia! Quem teria sido o culpado de tamanha aleivosia?
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Todos sabem que hoje os esportes, na sua grande maioria, sobrevivem a partir de elementos para além das suas bilheterias. Os dirigentes são taxativos, a menor receita é aquela que vem dos guichês dos estádios, caso dependessem dessa renda, muito provavelmente, "quebrariam"! Vemos o caso do futebol brasileiro como referência! Os dirigentes assinaram um contrato de transmissão dos jogos e amordaçaram-no. Como os usuários de drogas, o futebol se tornou um dependente da receita televisiva! Os clubes não podem depender da renda que vem das bilheterias, ficaram prisioneiros daqueles que assistem no sofá! Grande parte dos jogos, a torcida é a sonoplastia! Quem ainda não percebeu que a loucura é tão grande que o "velho" sonoplasta coloca a "vibração" da torcida até quando o time faz gol na casa do adversário!? Todos os grandes clubes teriam suas receitas aviltadas caso a TV deixasse de bancá-los! É uma dependência brutal. Quando eu era garoto, quem tinha que se adaptar era o veículo ao horário do esporte, hoje as coisas são bem diferentes! Os grandes clássicos começavam às 17:00, nos domingos, hoje tem jogo até terça-feira, à tarde, com o estádio vazio!
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Fazendo um paralelo com o jogo do Guga, sabemos que o futebol cabe na "grade" da TV, sem que a receita fique comprometida! O tênis, diferente do vôlei, não adequou seu formato ao do veículo, portanto, uma partida no saibro, por exemplo, pode durar horas a fio! É um jogo dirigido para um público seleto, que tem tv a cabo, toma champanhe e come caviar, em outras palavras, pode pagar pelo espetáculo e vê-lo no conforto da sua poltrona! Na verdade, por uma contingência, Guga teve que "encerrar" a carreira antes da hora. Seu corpo não suportou a maratona de jogos a que foi exposto, arrebentou-se! Está acontecendo em Florianópolis mais uma "despedida", para seus fãs mais diletos! Aconteceu uma coisa curiosa, a partida de estréia foi com o número 300 do ranking! Depois de 14 meses, enfim, uma VITÓRIA! Fico pensando como é necessário alimentar o imaginário popular com ídolos! Eles conseguem, mesmo DECADENTES, as vitórias que nós, cidadãos comuns, não conseguimos, com isso, dormimos tranquilos e nos sentimos vitoriosos como eles. Há um agravante no caso de Guga, além de não suportar mais a intensidade do esporte, ainda temos que sentir comiseração do ídolo que já foi o número um, e que hoje faz um esforço sobre-humano para ganhar do número 300, torcendo, desesperadamente, que a partida não tenha mais que 2 games...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

"Tragédias"...

Nelson Rodrigues dizia que o brasileiro só era solidário nas tragédias, cada dia que passa, fico mais crente neste axioma, ao ver todos os dias como as "grandes" redes e o resto da mídia, como vampiros, exploram o caso da menina assassinada; não satisfeitas, ainda mostram, com provas quase irrefutáveis, os possíveis autores do crime! Quer dizer, não afirmam, mas tudo leva a crer, pelas pistas que nos são apresentadas cotidianamente, que quem matou Izabela ou foi o pai ou a madrasta ou um "fantasma", já que as evidências informam que não havia nenhuma possibilidade de outra pessoa estar no apartamento naquela noite, já que o suposto assassino não arrombou a porta, a não ser que o "fantasma" tenha uma cópia da chave, como afirmou Alexandre Nardoni!
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Se for isso mesmo, ou seja, que no final quem perpetrou tamanha barbaridade foi a madrasta ou o pai, por que o assunto vem ocupando o horário nobre dos jornais televisivos nos últimos vinte e poucos dias? Se tudo leva a crer que já sabemos o final dessa história macabra e que muitas outras tragédias estão acontecendo aqui e alhures por que tanta ênfase no caso? Antes que digam que sou insensível, não há palavras que consigam traduzir o quanto esse crime foi hediondo. Contudo, o que me deixa intrigado é o interesse excessivo nesta tragédia específica, já que outras vêm acontecendo ao derredor e têm sido tratadas como a mída costumar tratar: rapidamente! Só para ficar no barato, nos últimos dias, caiu um avião, matando algumas crianças na República do Congo, tivemos mais um carro-bomba que explodiu no Iraque, em que houve a morte de um número muito grande de crianças! O que estou tentando entender é o que está por trás desse interesse tão solidário! Por que tanto relevo no assassinato da menina? Essa solidariedade Rodrigueana, da grande mídia, está muito estranha, não?!
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Posso estar enganado, mas a briga pela audiência e a proximidade da Record em relação aos índices, faz com que a maior rede de TV do país estimule a todos a se tornarem "detetives" em potencial, a partir das pistas que são oferecidas todos os dias! Ações como as que têm sido apresentadas pelas redes, cujo lema é "espremer, espremer até sair sangue", são típicas desses jornais sensacionalistas! É cruel para a criança morta, seus parentes e demais pessoas envolvidas no caso. Esse "arrastar-se" das investigações e a disputa pelo ibope, é de uma perversidade tal e qual o crime bárbaro cometido pela assassina! Sim, senhores e senhoras, depois de assistir aos jornais televisivos do dia, onde um casal só faltou afirmar que foi a madrasta quem matou e que o pai é um cúmplice cínico e miserável, não resta mais nenhuma dúvida, quem matou Izabella foi a Anna Carolina Jatobá! Nelson Rodrigues está cada vez mais contemporâneo, brasileiro só é solidário nas tragédias e a grande mídia agradece...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Reflexões acadêmicas...

Estarmos deslocados do lugar em que vivemos, leva-nos a refletir sobre espaços, pessoas, relações, afetividade, saudade e tantas outras coisas! Por essa razão (se não fora o essa, teríamos uma cacofonia alí, não é?) Hoje quero falar de lugar, falar de espaço. Espaço de vida. Espaço onde pessoas fazem "opções", sejam elas simbólicas ou não. Neste exato momento, tem um texto do Bourdieu à minha espera, será que foi por isso que escapou as "simbólicas"? Voltando à questão do espaço, moramos, às vezes, em cidades que "decidimos", embora por pura imposição, ou melhor, pela "força do desejo" de estudar naquele lugar! Vou tentar sem mais específico. A decisão de fazer o vestibular leva milhares de pessoas todos os anos, como no carnaval, a fazer escolhas pelos lugares mais recônditos do país! Desde que a concorrência ajude: "hum, em São Miguel de Não Sei das Quantas, direito está 3 para 1, oba! Estou nessa, ainda que não passe na OAB!" Cidades que sequer ouvira-se falar, mas por força das circunstâncias se tornam o espaço dos "sonhos", pelo menos nos 4 anos de estudos, não é essa a média das graduações?
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Penso todas essas coisas (na verdade, pensava, já que por estar a um oceano de distância, sou obrigado a divagar), por conta da relação que se estabelece com as cidades que se vai morar, por mera "opção", na verdade, se é " jogado" nestes locais. Quantas e quantas vezes você já não ouviu um pai ou mãe dizer que o filho está fazendo medicina em Cabrobró do Berrador? Neste momento, não importa o lugar, importa sim o que ele(a), o(a) filho(a) está fazendo. Sou obrigado a fazer mais um parênteses, por conta da concessão às feministas. Essas concessões são tão hipócritas, vocês não acham?! Dão uma falsa idéia de "respeito". A língua é "machista", sim, senhor! Muitas das mulheres que brigam por causa desses "detalhes", dessem o cacete em suas subalternas, mas isso não vem ao caso agora, não é que estou divagando outra vez! Voltemos para as cidades e as relações que são estabelecidas!
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A cidade que recebe os estudantes se torna uma verdadeira meretriz, embora nem tão bela, sequer atraente, porém na falta de coisa melhor, serve, dá para o gasto, melhor que masturbação! Não se cria nenhum laço, seja ele afetivo ou qualquer outro. Entra nesta relação a universidade, fazendo, como não poderia deixar de ser, o papel de grande cafetina. O que vemos? Pensando bem, não é o que vemos e sim, o que temos? Neste caso, existem cidades que têm muitos cursos na área da saúde, mas os nativos quando têm acesso a esse "serviço", geralmente, são verdadeiras cobaias! Os pobres miseráveis servem como "suporte" para que aqueles estudantes possam aprender, experimentar, tornarem-se profissionais e, a partir daí, empregar aqueles conhecimentos adquiridos na exploração das pessoas, a peso de ouro! Espera aí: você já viu algum professor usar a mãe nas experiências gerontológicas? Geralmente é a mãe dos outros! Neste caso, todos aqueles que serviram de suporte para os experimentos não têm dinheiro para pagar pelo serviço que será prestado pelo futuro profissional!
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É preciso que se diga que aí há uma comunhão de interesses sinalizada no binômio professor/estudante. Não nos esqueçamos dos regentes dessa orquestra! Assim como não há vínculos estabelecidos por muitos dos que usam a cidade, os professores fazem também parte neste circo dos horrores! Existem aqueles que são dedicação exclusiva, e que trabalham, descaradamente, em outros espaços. Há ainda aqueles que se dizem 40 horas e que trabalham apenas 2 dias da semana! Que delícia, não! Fala a verdade: há lugar melhor no mundo do que trabalhar nesta grande cafetina que é a Universidade?! Poderíamos parar por aí, mas há ainda aqueles que fazem deste espaço trampolim para outros vôos! Imagina que existem aqueles que fazem mestrado/doutorado usando como argumento para a liberação, a qualificação do corpo docente do referido curso, mas que ao retornarem aparecem as mais variadas desculpas para se transferir para outro lugar, a mais usual é a questão da família. Houve o caso de um professor que se transferiu do curso de enfermagem, depois do mestrado, e foi trabalhar no curso de engenharia de alimentos! Qual o argumento? Saudades da família! O fato é que tanto a cidade como a universidade não passam de duas belas prostitutas, o mais interessante é que não cobram nada pelos "serviços prestados", neste caso, o gozo é gratuito...