segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Sogros...

Será possível aceitar como verdade tudo aquilo que se diz sobre essa entidade chamada sogra? Pode-se afirmar que, salvo raríssimas exceções, elas são verdadeiras bruxas a nos atormentar a vida que maldizemos o dia em que nascemos? É mito ou é bom quando nos aproximarmos delas que estejamos com um pé atrás, já que as nossas chances de agradá-las são as menores possíveis? Não é fácil falar dessas distintas senhoras, afinal são as mães das pessoas que amamos e mãe, camaradas, é mãe! Mas isso não quer dizer que ser genro nos faz entender tudo isso, claro, é mãe de "la ela", para nós é sogra!
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Freud bem que poderia explicar essa relação dolorida e conflituosa, posto que já virou lugar comum buscar todas as respostas na sua teoria; uma verdadeira panacéia, isto é, receita e remédio para todos os males! Os "freudianos" de plantão têm explicação para tudo! É bem provável que haja "solução" para a questão das sogras na psicanálise. Se temos o Complexo de Édipo para explicar a rejeição do pai pelo filho, o mesmo raciocínio, por analogia, pode ser usado para a sogra! Senão, vejamos! O filho "abomina" o pai por este ocupar o espaço que lhe é devido na vida da mãe! A elaboração de Freud buscou relacionar determinado elementos às questões do querer, da posse do ente querido! Isso explica, mesmo que metaforicamente, o desejo do filho em se "livrar" do pai, aqui no caso, a sogra quer "destruir" o agregado pois este pretende ocupar seu lugar, é o que ela pensa, no coração da sua cria!
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O filho quer o espaço ocupado pelo pai, o Complexo de Édipo explica a questão. No caso das sogras, o "estranho", que nada mais é que um candidato a agregado, entra no espaço que lhe pertence de fato e de direito, afinal, ela é a mãe, foi ela quem gerou aquele ser! O agregado quer fazer parte de uma relação que aceita, apenas, duas polaridades, com isso está criado o impasse. O medo da perda faz com que a mãe do ente amado rejeite o "pretendente" sob todas as formas possíveis! Apela para o constrangimento mais tacanho por temer a perda de espaço no coração do filho ou filha! Mas é preciso que seja feita justiça! Esse sentimento de perda, esse "ódio" descomunal dirigido ao pretendente a agregado não parte apenas da mãe. O pai também sente isso, fica enciumado, percebe que seu lugar está sendo tomado, mas no geral, disfarça melhor que a mãe, na verdade, finge melhor! Está com tanto "medo" quanto a mãe que os filhos deixem a casa, mas finge que não é com ele. Nesta história de sogras, há um caso que merece ser contado. Havia uma que no primeiro momento, fugia do lugar comum, ao invés de "detonar" o agregado, ela o tratava para além do esperado. O sujeito se empolgava. Achava que era a melhor pessoa do mundo, uma sogra diferente! Um exemplo! É claro que isso era um disfarce para mostrar que estava tudo bem. Ela só mudava de atitude e se tornava sogra quando percebia que a "coisa" estava ficando séria. O namoro estava se firmando, havia perigo de casamento, sinal vermelho aceso, então se tornava outra pessoa, uma verdadeira MEGERA, com todas as letras! O pai, neste caso, se omitia. Não, isso não é verdade! Ele se escudava na mulher, porque no fundo, no fundo, também não queria perder a filha para aquele estranho que foi chegando de mansinho, ocupou a sua sala, sentou no seu sofá, usou seu banheiro e além de tudo isso, ainda quer levar sua filha! Sogros também têm seu Complexo de Édipo; enquanto este quer o pai longe, aqueles querem o pobre do agregado o mais distante possível das suas crias, mas nesta relação "sogral" tem uma centelha, uma ponta de luz que absolve o agregado de todos os seus pecados: os netos, estes preenchem o vazio deixado pela "perda" dos filhos, são os novos "filhos" dos sogros...

sábado, 24 de novembro de 2007

Diário de Bordo II...

Entre os muitos sonhos de infância, conhecer a cidade do Rio de Janeiro era um deles! A plástica e a luz desta metrópole sempre me atraíram, sem contar o mar enigmático que seduz ao primeiro olhar! Todavia a onda de violência que se espraia pela cidade, vinha me desestimulando. Quem não lembra a ação de caça aos traficantes perpetrada pelo Secretário de Segurança Pública, que não passa de um FANFARRÃO, o tal do José Mariano Beltrame. Parecia filme hollywoodiano, com perseguição via helicóptero e execução ao vivo pela tv! Quem viu, não esquecerá jamais! Apesar de tudo, tenho que concordar com a inscrição que está na camisa que me foi presenteada pelo Menino Ró (filho querido) que diz: "Apesar de tudo...O Rio de Janeiro continua lindo." E olha que os três Pretinhos encontraram a cidade completamente encharcada; chovia e se manteve mais ou menos assim durante toda a nossa estada, mas, como diria O Rappa, mais que carioca, valeu à pena!
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Por estranha ironia, Copacabana estava "cinza", a chuva "escondia" o mar! O que foi uma pena, sempre quis ver o Rio de Janeiro iluminado, contudo vê-lo com suas luzes obstaculizadas pela neblina (até o Cristo ela escondeu) fez-me entender de forma mais clara o que Adriana Calcanhotto quis dizer ao falar dos filhos da terra: "Cariocas são dourados, cariocas não gostam de dias nublados."
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Foi muito coisa vista em um espaço de tempo diminuto. Chegamos e a impressão que sentimos é que já estávamos saindo. Vivemos o tempo objetivo, o tempo cronológico que vai passando na sua inexorabilidade, ou seja, o tempo de todos nós; no outro extremo, temos o tempo subjetivo, o tempo de cada um. Quando uma coisa é prazerosa e interessante, achamos que o tempo encurtou, que terminou muito rapidamente! Esquecemos completamente o tempo objetivo, a sensação é que passou rápido demais, que pena! Logo estávamos voltando, mas vivenciamos coisas lindíssimas, vimos muitas das belezas da cidade, ainda que a chuva tenha tentado, juntamente com os engarrafamentos, estragar a festa! Nesta história há um personagem baiano, com sotaque carioca, Reginaldo, que mora no Rio desde 1956, tio do Menino Ró, que nos guiou pelos labirintos e reentrâncias da cidade, retirando todos os véus que cobriam coisas que os turistas comuns geralmente não vêem! O interessante é que o camarada parece uma criança no sentido da vitalidade! Nos pregou algumas peças, entre elas ter nos dado um guarda-chuva, que teimava em chamar de chapéu, quebrado. Fomos passear no Metrô na saída quando tentamos abrir, o guarda-chuva se desmanchou. Ficamos preocupados e o cara rindo a valer da nossa cara!
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Fizemos uma visita ao "Camelódromo", contudo a chuva continuava não dando trégua, molhava tudo! Não deixamos de comprar algumas "bugigangas". Uma saída de praia com o símbolo de Copacabana era uma das "relíquias" que Manuela Cássia queria e muito! Passamos pela Lapa, vimos, por trás do portão, o local do desfile das escolas de samba. Tiramos algumas fotos ao lado de "Drumond". Brincamos muito com a situação! Percebemos que o número de veículos tem empobrecido o território das grandes cidades e o Rio, neste sentido, também sofre com esse "inchaço". O número de carros é inversamente proporcional ao número de vias capazes de fazê-los transitar eficientemente, com isso, vem a poluição e todo o resto! "Cariocas são espertos", repete a poeta, causando uma grande surpresa aos Pretinhos, já que o "churrasco carioca" privilegia a asa da galinha, aquilo que para nós, baianos, é "carcaça", em detrimento da parte mais saborosa que é a coxa, é, "cariocas têm sotaque"!
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Enquanto passeávamos no Shopping, avistamos uma loja em que se jogava boliche, Manuela disse: "vamos jogar?" Pensei cá com os meus botões, ninguém vai topar. Qual a minha surpresa que eles mesmos responderam: "vamos"; eu e Reginaldo fomos levados pela "onda"! Não canso de repetir que ganhei duas vezes em ser o pai dessa guria e ela sabe bem o que quero dizer com isso! Nesta viagem, adotei o Menino Ró! Agora tenho dois filhos! Vê-los jogando foi extremamente prazeroso, duas pessoas lindas brincando, e ainda me "obrigaram" a tentar uma jogada, dizendo para não me preocupar com o "mico": "hoje a noite é nossa!" Tomamos alguns chopes para celebrar o momento! Para aumentar o climax, numa de suas jogadas, fizeram um strike, que é quando o jogador derruba os dez pinos de uma só vez! Imagina os caras nunca tinham jogado aquele negócio, e não satisfeitos, ainda conseguiram o spare, ou seja, derrubaram os dez pinos em duas jogadas. Os Pretinhos tiraram a maior onda! Pareciam veteranos; eu era um orgulho só, um sujeito feliz por ter o privilégio de viver emoções como essas ao lado dos filhos! Entretanto nada é perfeito, um incidente quase tirou o brilho da noite: os 8 chopes que havíamos tomado viraram 17! Uma "ex-amiga" diria: "que é isso, meu!" Foi neste momento que o Menino Ró, um verdadeiro Gentleman, sem alterar a voz, fez ver à gerente mal intencionada, que estava nos achando com cara de otários, que seus cálculos estavam "equivocados". Ela sentiu na pele que baiano bobo e burro nasce morto! Respeito é bom e nós gostamos! A atitude foi um tapa com luva de pelica. Essa foi a única nota triste na aventura dos Pretinhos na cidade maravilhosa, mas isso não ofuscou em nada o carinho que construímos pela cidade e pelas pessoas que nos acolheram de forma tão fraterna e calorosa. Não, não seremos aristotélicos de forma nenhuma: "cariocas são bonitos, cariocas são bacanas"...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Diário de Bordo I...

Há "temores" que construímos que não conseguimos explicar, por mais que tentemos. Dizem para nós que aquilo que vamos fazer é seguro, mas quem disse que a racionalidade permite que isso seja incorporado de forma tranquila ao corpo? Estou me referindo ao significado que tem para muitos viajar de avião! Rapaz, tento ficar tranquilo, sigo os passos da ciência da aviação que diz que aquele meio de transporte é muito seguro, neste sentido, leio as estatísticas e vejo que elas dizem que esse é o meio de transporte mais eficiente que existe, mas por que o medo me desestrutura? Enquanto o transporte terrestre tem acidente a toda hora, as aeronaves custam, e muito, a ter acidentes, porém, vá dizer isso ao meu coração! A adrenalina entra em ação, há uma queda de temperatura brutal, fico totalmente gelado, para aumentar o meu sofrimento na semana anterior à viagem caiu aquele avião que saiu do Campo de Marte em São Paulo, pode?!
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Quando os pés perdem o contato com o chão, quando percebo que meus pés flutuam, que estamos no ar, pronto! Minha adrenalina vai às alturas! Dizem para rezar, é a única solução possível neste momento, mas como um materialista pode rezar se é a racionalidade que o orienta? Não é mole, não! Contudo, como já disse por aqui, parafraseando o bardo inglês, há mais coisas entre o céu e a terra que apenas aviões! Sei que pode parecer ridículo, e todo mundo que não tem medo ( não é Mary Maria?) tenta me convencer que não é preciso se preocupar, tudo vai acabar bem! Todavia, voar é um sofrimento para mim, embora tente administrar esse tormento!
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O mais estranho de tudo isso é que todas as vezes em que tive que viajar no "bicho", nunca foi uma viagem para ali pertinho! Sempre que fui para a "batalha", nunca fiz menos que quatro vôos em curto espaço de tempo. Lembro-me agora que a primeira vez, que a gente nunca esquece, uma professora, nem tão amiga assim, ao saber que era a minha primeira vez, fez uma gracinha atroz: "o senhor pode se cagar todo"; agora me responda com sinceridade: isso é lá maneira de se tratar um neófito?! Claro que não! Mas na primeira, o percurso de ida me obrigou a entrar em duas aeronaves; na volta foi uma overdose: cinco! Ah, mas tem um fato curioso que não deve e nem pode ser omitido. A tal professora fez a viagem totalmente travada, e olha que com todo medo que sentia, não deixei a oportunidade passar, dei uma verificada discretamente pela poltrona para ver se ela não estava totalmente cagada!
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Bem, dessa vez não foi diferente, foram 4 aviões e aquele sentimento de quem tem muito medo me perseguiu por todo o trajeto, com direito a alguns sustos. O vôo estava previsto para 17:10, mas como tem coisa que só acontece com a torcida do Botafogo e comigo, para aumentar a tensão, fui avisado que haveria um atraso de 30 a 40 minutos, ultrapassou os 50! Quando, enfim, partimos, depois de um leve incidente, já que um passageiro fez o check-in e, simplesmente, desapareceu! Momentos angustiantes, juro que pensei até em bomba! Voltando à partida, quando estávamos no ar, uma sensação de que o "bicho" parou momentaneamente, um gaiato atrás de mim gritou: "agora ele vai cair"! Ouvi a voz amedrontada de minha filha dizer: "Nem em pensamentos diga isso"! Foi uma sensação de medo misturada com pavor! Contudo entre muitas sacudidelas, que me deixaram com uma leve dor no pescoço, aterrisamos sãos e salvos. Disse para mim mesmo: "não viajo mais nesta joça!" Mal sabia eu que a aventura estava apenas começando, ainda teria mais duas experiências, o consolo é que no vôo estava o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, o que convenhamos trazia uma segurança a mais, qual companhia aérea gostaria de causar qualquer desconforto ao grande médico? Estava começando naquele momento mais uma aventura dos três pretinhos (Ró, Manuela e Manoel), depois de vivenciarem momentos antológicos no Rio de Janeiro, onde até strike aconteceu, mas isso conto no próximo...

sábado, 10 de novembro de 2007

Rebeca Gusmão, "mulher" que nada...

Certas coisas por estarem tão evidentes passam "despercebidas"! Quem foi que não ficou espantado quando viu a nadadora Rebeca Gusmão ganhar as provas em que competiu no PAN-RIO? É bem provável que até o nacionalista mais ferrenho tenha se perguntado o que era "aquilo"! Com todo o respeito, quem entende só um pouquinho de anabolizantes percebia que alguma coisa estranha estava acontecendo ali! Quando a nadadora aparecia, todo mundo se perguntava se era uma mulher que nadava ou um amontoado de músculos em movimento!?
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Quem não lembra quando no dia 18 de julho, desse ano, em pleno PAN ela dizia que tinha a honra por ser a atleta que estava pondo fim a um tabu, ganhara a prova dos 50 livres e ficara a um passo do recorde mundial. Pois bem, não se fez de rogada, agradeceu a Deus pela vitória! Hoje, depois de tudo o que está acontecendo e da possibilidade de seus exames terem sido manipulados, trocados para que, possivelmente, escapasse do doping, aquele agradecimento indicava que o deus a quem ela se referia era outro e se chamava testosterona!
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Um dos argumentos da atleta é que a origem da substância encontrada no seu organismo está relacionada a seus ovários que são policísticos, contudo o que os exames mostraram é que essa testosterona tem origem exógena, ou seja, "alguém" consumiu! O outro argumento é que, por estar casada, utiliza o doping do amor! O primeiro argumento é muito estranho pelo excesso de músculos, posto que, referenciado em mim, tenho muito mais testosterona que ela, mas não tenho um terço dos seus músculos; o segundo é ridículo, nem cabe qualquer comentário! Nos últimos tempos foi acometida de desmaios sucessivos, mas não se fez de rogada, a causa foi colocada nas coisas mais díspares, inclusive uma asma!
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Nesta história de doping, há os casos que repercutiram muito em função do nome das envolvidas. Marion Jones, do atletismo, desistiu do esporte e pediu desculpas aos seus compatriotas pelo "crime"; Martina Hings, flagrada pelo uso de cocaína, resolveu abandonar as quadras se recusando a fazer outro teste, embora tenha afirmado que era inocente. Aqui entre nós, Rebeca Gusmão (que também se diz inocente, embora, de todos os casos expostos, seja o mais VISÍVEL!) foi a "vítima". Nota-se uma explosão muscular incomensurável, coisa muito difícl de ser originada pelos seus ovários. A suspeita de fraude nos exames pode bani-la do esporte. Nesta tragicomédia, uma coisa me intriga: como será, se ficar provado, coisa que, sem medo de estar sendo leviano, acredito que acontecerá, que ela conseguiu cúmplices tão eficazes a ponto de burlar um evento do porte do PAN-Rio? Os "grandes" (o eterno presidente da CBDA, o Coaraci Nunes e o Carlos Arthur Nuzman, do COB) já disseram que não têm nada a ver com isso. Como sabemos os ratos são os primeiros a abandonar o navio, não acredito que ela tenha corrido risco tão grande se não tivesse a certeza que nada seria descoberto, que a impunidade estaria garantida. É uma pena que apresente argumentos tão pífios para uma questão tão contundente e perigosa. O caso de Rebeca Gusmão é percebido a olhos vistos, poderia agir com dignidade, reconhecer que usa anabolizantes e procurar tratamento médico, antes que seja tarde demais...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Nova Escola Nova...

Vivemos uma fase de pura perplexidade e ao mesmo tempo não percebemos nenhuma alternativa de solução a curto prazo. Há um esgarçamento de tudo com uma velocidade sem medida! Alguém já perguntou: "o que está acontecendo?" Para onde a bússola está apontando? A hesitação é tão grande que algumas instituições perderam o sentido. Certa vez, afirmei em algum lugar que a Escola estava morta, mas naquele momento fazia uma provocação, queria que o debate acontecesse, hoje percebo muito claramente que a Escola perdeu sua razão de existir.
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Este espaço de apendizagem parece que perdeu totalmente o rumo, não há mais significado para muitos dos que lá estão: professores, estudantes, funcionários e outros! Na Educação Infantil encontramos professores despreparados, mal remunerados, sem perspectivas, seu trabalho não passa de algo vazio, temos uma total desvalorização do magistério. Esta situação não é exclusiva deste nível de ensino, se na educação da criança pequena a situação parece ruim, não foge à regra o ensino fundamental. Neste encontramos salas superlotadas, professores com turmas excessivas, ou seja, um quadro muito parecido com o anterior. O estudante não vê razão naquilo que estuda, já que a escola tem como preocupação primordial preparar para o vestibular, mas essa preparação nada mais é que um adestramento puro e simples, o sujeito não reflete aquilo que "aprende"! Se sobressai aquele que consegue decorar o maior número de fórmulas, o maior número de datas, a lógica é essa, quem estiver pensando que isso só acontece nas escolas particulares está redondamente enganado, há nas públicas uma disputa velada para saber qual delas aprova mais, o mais estranho é que em muitos momentos o estudante não sabe sequer articular sua própria língua, tem uma dificuldade imensa de escrever, a razão para isso é bem simples: não é estimulado a pensar!
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Nem é preciso ser professor para entender que salas superlotadas não possibilitam a apreensão do conhecimento, o que se tem é a informação aos tubos! As políticas educacionais que sinalizam os caminhos que a Escola deve tomar julga que as pessoas são todas iguais e que quanto maior o número de estudantes por sala, melhor será! Há casos em que salas são fechadas porque o número de estudantes ficou abaixo da média, essa média pode ser 45, 50 ou mais! E o articulador desse formato acha que todos os sujeitos estão aprendendo da mesma forma, todos são homogêneos, como as carteiras em que eles sentam! Além de todas essas barbaridades, há professores assoberbados pelo número de estudantes sob a sua batuta, sequer sabem, não há como, se a aprendizagem está acontecendo. Imagina se o professor tem seis disciplinas, apenas a título de exemplo, com 45 estudantes, se fizer uma avaliação nas seis terá um número indecente de provas e o que é pior, mesmo fazendo não tem nenhum parâmetro de que a aprendizagem efetivamente aconteceu!
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Nesta mesma linha de raciocínio, tem o que venho chamando de Escola Nova nova! É o "aprender a aprender" em toda a sua plenitude! Em alguns países não há a necessidade de o estudante frequentar as aulas, o estudo acontece por meio solitário em casa ou em qualquer outro lugar, menos na escola! É autodidatismo, não há a necessidade do professor que vai se tornando aos poucos peça de museu, o conhecimento é construído pelo indivíduo e o professor é um mero "mediador" da aprendizagem! Envia-se por e-mail os resultados dos estudos, uma demonstração da nova forma de estruturação escolar. Muitos estudantes adoram, entendem que com os novos meios como a internet e outros, as aulas em sala terão o mesmo fim do CD! Uma nova Escola está nascendo, o que não sei ao certo é se com ela estamos caminhando para a barbarização humana ou se temos um anúncio de um novo ciclo, onde o aprender vai acontecer do mesmo modo em que muitos humanos hoje se relacionam com as pessoas: conversando através das máquinas sem nenhum contato afetivo, pessoal. É, será que ainda somos homens ou definitivamente máquinas é o que somos?...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Silêncios...

Ouçamos, o dia inteiro, Che Guevara, Marx e Engels, Renato Russo, Patrice Lumumba, Cássia Eller, Janis Joplin, Malcolm X, John Coltrane, Camilo Cinfuegos, Bach, Carlos Marighela, Raul Seixas, Waly Salomão, Cazuza, Lamarca, Vinícius de Moraes, Jimmy Hendrix, Kurt Cobain, Gonzaguinha, Jim Morrison, Salvador Allende, Adoniram Barbosa, Pablo Picasso, Beethoven, Stanley Kubrick, Ravel, Maria Callas, Berlioz, Chopin, Tim Maia, Elis Regina, Chico Science, Bob Marley, Louis Armstrong, Mozart, Barry White, Marvin Gaye, Lima Barreto, James Brown, Billie Holiday...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Lulas, Aldos, Ricardos, cpi nike/cbf, copas e afins...

"Começou a corrida para a realização do maior evento de futebol, será que o Brasil conseguirá ser a sede da copa do mundo de 2014?" Era assim que pretendia começar, mas é claro que não passava de ironia! Não havia concorrentes. Neste jogo(sujo?) era o Brasil "contra" ele mesmo! Pronto, cambada, a copa será aqui! "You are the champions". Decididamente, este não é um país sério! Somos da festa, dos tiroteios e das balas perdidas, dos gols da seleção. O mandatário da entidade que gerencia o futebol do Brasil é parte integrante de uma CPI que não pôde ser divulgado porque ele não deixou, por que será? Quem analisa eventos desse tipo, com certa criticidade, sabe que vai começar, (já começou, mané!) e continuará pelos próximos 7 anos, se não vencermos, e uns anos mais, caso sejamos os campeões, uma masturbação midiática sem precedentes, jamais vista na história desse país, parafraseando o presidente, também ator dessa ópera bufa! Teremos repetidas as imagens da copa de 1950, à exaustão, mostrando que aquele "fracasso" não se repetirá! Foi nesta copa que um sujeito (o goleiro Barbosa) foi espinafrado, carregando esse fardo pelo resto de sua vida, apenas por causa de uma simples derrota, mas que transformada em fetiche de uma nação, valeu-lhe uma marca indelével, 'até o ridículo homem dos 13' tirou sua casquinha do desafortunado goleiro quando não permitiu que este entrasse na concentração com medo do azar que ele poderia trazer ao escrete canarinho!
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Nestes momentos que antecedem ao evento, vemos, cotidianamente, figuras que até bem pouco tempo eram consideradas suspeitas de crime! Sei que "todo mundo já esqueceu", mas o senhor Ricardo Teixeira conseguiu impedir que os resultados da CPI NIKE/CBF fossem divulgados; até hoje não tivemos acesso às informações que continham no livro, embora tenha usado o verbo no passado, as informações continuam lá à espera que a verdade apareça! Mas isso agora não é importante! Se ele (Ricardo Teixeira) morasse em alguma favela carioca, fosse preto e, ainda por cima, roubasse o rolex do Luciano Huck, deveríamos pedir a sua prisão! Chamaríamos imediatamente o capitão Nascimento, como o fez o ilustre apresentador televisivo. Caveira na cabeça desse marginal!
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É claro que nada disso é importante, afinal a realização da copa vai trazer tantos benefícios que o representante mor do futebol brasileiro ser criminoso não faz nenhuma diferença, o que importa é que nosso povo ficará mais feliz! O custo benefício é enorme! Nossa auto-estima vai estar nas alturas com o espetáculo que uma copa do mundo proporciona! O evento vai provocar uma melhoria substancial nos estádios brasileiros, a rede hoteleira será dinamizada, os transportes serão recuperados, um número enorme de empregos estará sendo criado; convenhamos que um ganho nestas dimensões não pode ser relegado a segundo plano! Haverá algum louco que seja contrário à realização de uma festa popular como essa, onde todo o povo se irmana e "torce pela mesma camisa" como vive tronitroando uma certa emissora televisiva? O que importa se está escrito nas páginas do livro da CPI NIKE/CBF, publicado pela Editora Casa Amarela, que Ricardo Teixeira e outros são corruptos se isso por essas plagas não é exceção, é regra? Por que retomar algo tão "pequeno", se teremos uma geração de renda, com a realizaçõ da copa, maravilhosa para todos, e isso não tem nada a ver com o jogo do bicho! O presidente, Marta Suplicy, outros ministros, governadores, pessoas de reputação ilibada, posam ao lado de Ricardo Teixeira e não franzem o nariz, é, meus camaradas, sinal dos tempos, dependendo das circunstâncias e dos votos que isso possa trazer, não importa quem seja o aliado, o importante é que o pão nosso de cada dia e o circo que vem com ele sejam garantidos, "deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz...