sábado, 3 de março de 2007

Jazz...


A melodia que se irradiava pela casa,(imaginem um concerto tendo John Coltrane e Eric Dolphi "duelando" em Copenhagen?) muito bem acompanhada pelo cheiro de incenso de mirra, mostrava a beleza e a combinação dos sons daquilo que conhecemos como Jazz e como é bom! Fiquei pensando no que foi necessário para que algo tão embriagador, doce e belo fosse criado! Não nos esqueçamos que, por estranha ironia, é a diáspora negra que vai possibilitar que essa manifestação cultural se constitua. Não estou aqui defendendo que para se criar o belo, o sublime é necessário verter "rios" de sangue,mas é a dor e o sofrimento ocasionados pelo arrancar de muitos da sua terra natal que vai-nos possiblitar a estruturação do Jazz e acredito que não é possível ouvir sem que pelo menos se gire a cabeça tentando descobrir de que lugar estão "brotando" aquelas notas ou aquela voz! Neste sentido, a arte da improvisação, criada em Nova Orleans e que se espalhou pelo mundo, é uma prova de que somos capazes de fazer perólas tendo apenas pedra, mas também, e unicamente, tornar humanos, semelhantes nossos, em escravos, que contraditório que somos, não? Mas por que não terminar esse papo falando de "boniteza"? Lizz Wright (en)canta, ouvi-la é perceber do que é capaz a voz humana,a menina mostra porque o "salt" tempera e é preciso estar "dreaming wide aware", experimentem!

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