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sábado, 10 de outubro de 2015

A culpa das crises do "sistema" é de quem?...

Muitos não sabem, justamente, porque quem poderia lhes ensinar, não tem nenhuma vontade de fazê-lo, para esses é muito mais interessante que aqueles levem "vida de gado", o fato é que entre uma crise e outra, sob o modo de produção em que vivemos, há um ciclo econômico com quatro fases bem demarcadas: a crise, a depressão, a retomada e o auge. Quando a fase em evidência é a crise, "caminhando" para a depressão (ou recessão, que é considerada uma depressão menos destrutiva), somos bombardeados diariamente com explicações de toda a ordem, os arautos tentam nos fazer crer que se fosse seguida determinada fórmula, muito claramente não estaríamos em situação tão grave. O interessante, nestes momentos, é que alguns dos que têm a solução perfeita para a saída da crise já foram até ministros e, quando estiveram frente ao problema, não fizeram nada daquilo que agora estão apregoando, dirão esses sábios enganadores: "mas a situação agora é diferente!" Os oportunistas de plantão aproveitam que o desemprego, a alta dos preços, a inflação estão batendo às portas para sugerir medidas paliativas, que lhes favoreçam, direcionando a opinião pública na caça ao culpado ou culpados! Estamos nessa situação, explicam, por erro do governo na condução da economia! Não dizem, ou fingem não saber, que esse é um fenômeno inerente ao modo de produção capitalista. Assinalam que se fossem tomadas medidas antecipatórias a crise não se materializaria, ou, em última instância, seria muito mais branda, "uma marola"! Em momento como esse, há uma atenção desvairada às estatísticas, onde são comparados tempos e espaços diferentes, na tentativa de justificar certas soluções mirabolantes, porém, é preciso que se diga, "a crise é constitutiva do capitalismo: "não existiu, não existe e não existirá capitalismo sem crise", confirmam José Paulo Netto e Marcelo Braz.
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Já não voto há muito tempo, prefiro pagar multa ao TRE, assim sendo, jamais em tempo algum daria ouvidos às sandices de quaisquer dos políticos que posam de salvadores da pátria, entre eles, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e seguidores, na realidade, estamos envolto em uma crise porque escolhemos errado, se eles estivessem à frente do governo, podem ter certeza, é o que dizem os seus discursos, estaríamos navegando em mar de almirante, isso também pode ser dito sobre os "neo" salvadores, incluam aí a senhora Marina Silva e sua "rede"! Sim, todos eles e ela prometem soluções dentro de algo sem solução. Cabe para esses caçadores de culpados a paráfrase do axioma do personagem House, daquela antiga série de TV. Todos mentem quando dizem que, se eleitos fossem, o país estaria assim e não assado, como o faz reiteradamente o ainda "tucano" derrotado por vocês! Falo em "ainda tucano" em função da sua cartada desesperada para ser o candidato do seu partido o PSDB nas eleições presidenciais de 2018, para isso, vem tentando convencer os incautos que todos os problemas do mundo, inclusive, permitam-me a ironia, a insolvência da Grécia, o desemprego na Espanha e em Portugal, a fuga dos imigrantes em direção à Itália, Inglaterra e Alemanha..., tudo é de responsabilidade de Dilma! Caso o tiro saia pela culatra, ou seja, o escolhido do partido seja Geraldo Alckmin ou qualquer outro, é bem provável que esse "salvador da pátria" deixe de ser "tucano" e busque um partido que acredite em sua "popularidade" e força nas urnas, quiçá, o DEM!
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Quando digo que mentem todos, não é sem razão. Observem que não explicam em momento algum os mecanismos que regem esse modo de produção que sobrevive da exploração do trabalho e do lucro. Eles sabem, Marina, Aécio ou qualquer outro que, caso fossem "o gerente do Estado", não seria muito diferente do quadro que temos hoje, suponho que Aécio Neves, se eleito fosse, isso é muito do seu estilo, "jogar para torcida", diria que a crise fora ocasionada pela administração nefasta de Dilma, usaria como exemplo, o "mar de tranquilidade" que Lula navegou depois do governo de FHC! Afirmo que jamais diria a verdade, como todos os políticos fazem. Não explicam as verdadeiras razões, não detalham as questões econômicas para que todos compreendam, por exemplo, o que é mesmo um  ciclo econômico? Como se engendram os mecanismos que sustentam o sistema? Por que as crises são recorrentes? Caso Aécio e seus seguidores conseguissem o impeachment quem assumiria? Ele? E se isso ocorresse, falando em democracia burguesa, poderíamos chamar de golpe? E em sendo golpe, poderíamos ter de volta os militares ao poder? O que querem aqueles que chamo de oportunistas? Verdadeiramente, desejam que a atual administração seja retirada lá do Palácio do Planalto com um plano para assumir o governo ou já estão em campanha para as próximas eleições e quanto mais fumaça conseguirem levantar melhor será para as suas pretensões presidenciais? Desde sua primeira crise em 1825, que esteve restrita à Inglaterra, passando pela de 1929, que foi catastrófica para todos, e a de 2008 que por muito pouco não quebrou o sistema financeiro internacional, até a que estamos vivendo agora, sem contar as "marolinhas", nenhum economista que se respeite ousou afirmar que modo de produção capitalista e crise não são duas faces da mesma moeda, se assim o fizesse estaria mentindo descaradamente, neste caso, não seria mais um economista sério e sim mais um político em campanha...

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Haiti é aqui...


Na década de 1990 do século passado dois compositores baianos fizeram uma canção cujo refrão era: "o Haiti é aqui, o Haiti não é aqui". Estávamos distante geograficamente do Caribe, mas socialmente quase "siameses" daquele país, o "quase", aí, fica por minha conta. Hoje, duas décadas depois, será que ainda espelhamos o que diz a canção? Não podemos negar que algo mudou, isso é visível, afinal, o Brasil  faz parte do núcleo dos "invasores", cujo eufemismo  conhecemos como "tropas de paz da ONU", responsável pela suposta proteção de um Estado que não é Estado! Trata-se de um país dos mais miseráveis do planeta, localizado "quase" no "quintal" dos EUA e que já foi invadido por estes por 19 anos (entre 1915 e 1934) sob a alegação que era para proteger seu interesses no país. Em sua história, teve o "privilégio" de ser governado por um longo período, depois da implantação de um regime de terror em 1957, pela "dinastia doc", isto é, o pai, François Duvalier (Papa Doc) e o filho, o Jean-Claude Duvalier (Baby Doc). Papa Doc impôs mão de ferro à política haitiana até sua morte, ocorrida em 1971. Baby Doc substituiu seu genitor, ficando até 1986 quando fugiu e se asilou na França! De lá para cá, pouquíssima coisa mudou na política do país, regada a golpes e afins, embora o terrorismo político, com a cara dos Doc`s, tenha desaparecido, o país continua sendo terra de ninguém.
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Para os que acreditam em destino, ou seja, que tudo o que acontece já está escrito em um "grande livro", é bem provável que veja no(s) terromoto(s) que o país vem sofrendo, assim como as duas ditaduras da família Duvalier, como algo dado. Nestas circunstâncias, miséria pouca é bobagem, o negócio é recolher os cacos e "reconstruir" o país devastado pela natureza. Vamos todos ajudar o povo haitiano sofrido enviando doações e adotando seus orfãos, isso é o mínimo que podemos fazer enquanto humanos! Nada da situação anterior é importante agora. A ausência de uma discussão sobre a conjuntura e estrutura deve ser postergada, não faz parte da agenda avaliar as condições sócio-econômicas vividas pelos haitianos, eles ainda não sabem como tocar suas vidas, se faz necessária a presença de outros povos lhes dizendo o que fazer! Na entrega do Globo de Ouro, ao proferir seu discurso, Meryl Streep de forma enfática afirmou: "vamos ajudar, afinal temos o dinheiro." Apesar de não ter percebido arrogância ou prepotência em sua afirmação, se dinheiro não é problema por que não se fez nada antes, já que a tragédia do Haiti era "previsível"?! A fome e miséria no Haiti não é algo novo, os fatos mostram isso. Outra ganhadora do prêmio, Sandra Bullock, confirmando que não falta capital doou UM MILHÃO DE DÓLARES para os pobres haitianos sofridos! Não sei quanto foi arrecadado com o mega show  Hope for Haiti, vi que até um call center foi montado para que os doadores fossem atendidos diretamente pelos seus astros, tudo isso regado a canções e discursos transmitidos ao vivo para o mundo inteiro! Tomara que essa boa vontade continue depois que as luzes se apagarem!
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O que me deixa atônito é ver como essas "solidariedades" se manifestam nas desgraças de forma tão organizada! O Haiti está ali  no mar do Caribe bem "pertinho" dos ricos e bondosos astros dos EUA. Aliviando suas consciências, diríamos que é bem provável que a proximidade lhes obscureça a visão. Estamos constrangidos e penalizados com a grande catástrofe que se abateu sobre o país caribenho, mas sequer perguntamos até quando o território haitiano ficará sob ocupação?! Ver soldados americanos organizando a vida, dando as ordens enquanto os soldados haitianos apenas observam, mostra que existem mais problemas do que supõe a nossa vã filosofia. Não me venham dizer que as tropas da paz e agora os heróis mortos estão/estavam lá para melhorar a qualidade de vida dos habitantes. elas apenas minimizam os conflitos, nada mais que isso! Não se ouve falar em autonomia haitiana! Quando vai se devolver o país a seus filhos? E nós, o que fazemos além de ajudar a patrulhar? "Enviamos" a seleção brasileira para levar um pouco de alegria para aquele povo tão sofrido, ainda que os problemas de infraestrutura teimassem em se mostrar aos ronaldinhos e kakás da vida! Há uma fila de inscritos no mundo inteiro querendo adotar os pobres pretinhos haitianos. Já vimos esse filme em outras ocasiões. Sem querer minimizar a tragédia e o sofrimento daquele povo, é preciso que se diga que as inundações que maltrataram São Paulo deixaram também alguns órfãos que esperam por corações bondosos para adotá-los. Aliás, as encostas da cidade mais rica do país mostram semelhanças com as que existem em profusão no nordeste, nosso maior bolsão de pobreza: "miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes." Caso essas pessoas solidárias do mundo inteiro, incluindo as do Brasil, não queiram ou não consigam adotar os órfãos haitianos, fiquem tranqüilas, vocês ainda podem praticar uma boa ação. Há não só uma quantidade imensa na capital paulista à espera, como também, na Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba...saibam que não faltarão "filhos" para alegrar seus corações carentes. Todavia com uma vantagem em relação ao Haiti, aqui se pode escolher o "que" levar para casa, devido à diversidade de cores dos órfãos...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A atividade física e seus mundos...

Carmen Soares (1994) afirma que foi nos fins século XVIII, na Europa, que os métodos ginásticos se materializaram tendo como objetivo principal cuidar da saúde! Vivia-se num mundo cheio de doenças, era preciso erradicá-las para isso a ciência, que já fizera sua revolução no século XVII, através dos médicos higienistas, prescrevia exercícios ginásticos para todos, foi a forma encontrada para combater as doenças que grassavam naquele mundo. A atividade física (ginástica) era "a receita e o remédio", todos indistintamente deviam fazê-la, afinal, quem não queria estar bem consigo mesmo e com saúde? A atividade fisica cuida do corpo e mente, temos, aí, o antigo bordão cartesiano agradecendo a deferência!
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O interessante desse mundo é que a ginástica grega fora "renovada", transformando-se em "escolas": a alemã, a francesa, a sueca e outras. Subira de conceito, agora não estava mais inserida no mundo de escravos, que faziam "ginástica" forçada, era a salvação para o mundo do trabalho. O capitalismo incipiente precisava de corpos que pudessem atender às necessidades do mundo da exploração. O corpo/máquina era sinônimo de força, vigor, destreza e velocidade, a partir de então, todos os corpos, sem distinção, precisavam estar aptos para a indústria, para a defesa e, acima de tudo, saudáveis! Sabem qual é a grande ironia? O discurso da atividade fisica diagnostica um sedentarismo num mundo de nômades. Tenho pena dos "preguiçosos" como eu!
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Se o mundo da tecnologia muda a cada momento, "é tudo ao mesmo tempo agora", por que o discurso do sedentarismo se propaga com tanta intensidade? Por que todo mundo recomenda atividade física para todo tipo de problema. Estar condicionado fisicamente é sinonimo de saúde? Aliás, eta palavrinha cercada de ambiguidades, ninguém sabe o que é SAÚDE! Falando numa roda de professores de educação física, perdão, "eles" não gostam de ser chamados assim, sentem-se melhor quando são chamamos de "educadores físicos"; como estamos no terreno das AMBIGUIDADES, fala a verdade, há combinação mais estranha que essa? Pode alguém educar o físico de alguém? Seguindo o mesmo raciocínio, poderíamos chamar os psicólogos e psiquiatras de educadores mentais? De novo o velho Descartes agradece a deferência. Mas falava eu que numa conversa com estudiosos da educação física, caí na asneira de dizer que estava com o colesterol alto, pronto, quase que em uníssono todos pensaram na receita e no remédio para a minha "doença"! Perguntaram-me o que todos perguntam: "está fazendo alguma atividade física?" Eu, professor de Educação Física, quase minto, ia dizer que sim, só para polemizar, mas falei a verdade. Não, não estava fazendo, era, na verdade, um poço de contradições, era não, sou! Sedentário contumaz, assumi de pronto que há anos não faço atividade física regular, não é assim que os educadores físicos falam?! Ora, eis a causa do colesterol alto. "Como podia um educador físico, (ops, professor de Educação Física, corrigi), ser um sedentário?" Que absurdo! Acho que se pudessem, caçavam meu diploma imediatamente; aliás, é bem provável que essa seja uma das próximas investidas do conselho de Educação Física - cref- confef, lugar onde reinam os donos do mundo da atividade física, caça aos sedentários!
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Permitam-me uma pequena digressão. Um curso recente de pós-graduação, no interior da Bahia, exigiu que professores de Educação Física que quisessem fazer a seleção fossem credenciados ao cref-confef! Talvez, pior que essa asneira, seja os sujeitos se submeterem à tamanha estupidez. Pensem aí um curso como enfermagem, por exemplo, começar a exigir dos (as) candidatos (as) que vão lecionar na universidade o diploma de professor, sim, porque todo enfermeiro é bacharel, portanto, usando da lógica aristotélica, não sabem ensinar, não são professores! Poderíamos exigir que todos os enfermeiros/professores tivessem diploma, não é? Mas essa é outra história!
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Falava do colesterol alto e de como meus "pares" ficaram horrorizados quando lhes disse que era sedentário. Lembrei que na década de 1970, um dos períodos mais violento que o Brasil já viveu (por estranha ironia, o presidente do então partido que comandava a ditadura, a arena, era José Sarney, o imortal, recém eleito presidente do senado), houve uma massificação da atividade física. Havia uma chamada nas rádios e tv's do país convocando todo mundo a se mexer: ande mais, corra mais e pense menos, era o que os donos do poder queriam. Vemos de novo que tudo aquilo que ocorreu nos fins do século XVIII, volta com uma intensidade cavalar, nos tempos atuais! Todos devem fazer atividade física regular, sob o risco de as doenças cronico-degenerativas se pronunciarem às carradas. Com a atividade física você fica menos hipertenso, menos diabético, menos parksoniano, menos tudo e com mais "vida", estranho, não! Nos mundos da atividade física ninguém fica parado, é a ditadura do mundo do suor se derramando sobre nós e Lenine canta: "o mundo vai girando cada vez mais veloz... mesmo quando o corpo pede um pouco mais de calma"...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Luta de Classes...

A velhice leva muitas pessoas a ficarem saudosistas. Costumam falar com tristeza do tempo em que eram jovens. "Antigamente era diferente, as crianças respeitavam os mais velhos" Esse é um tipo de conversa que não tem como fugir da tautologia, ademais, vem carregada de rancor! Nestas "férias", tenho me sentido como Mel Gibson no filme "Do que as mulheres gostam", lá o grande problema freudiano é resolvido, ele consegue saber o que as mulheres pensam! Aqui, fico ouvindo as conversas, mas não consigo "ouvir" o que as pessoas dizem! No último domingo, estava eu na praça, quando dois velhinhos começaram a falar do tempo em que tudo era perfeito, a violência era menos brutal, as pessoas respeitavam uma as outras, tudo parecia um lindo lago azul cheio de peixinhos coloridos!
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Na conversa entreouvida, um deles dissera que tinha dois filhos, ambos advogados, mas estavam ganhando, para os padrões do ofício, muito pouco. Perguntara quanto faturavam por mês e ao saber do valor não acreditou! Um advogado ganhar pelo menos oito mil reais por mês era o mínimo que se podia esperar, trabalhando na micro região em que moravam! Para o velhinho, não ter uma remuneração neste patamar era inaceitável! Disseram-lhe que quando pagavam todas as despesas, só restavam uns míseros três mil reais!! "Vão estudar para promotor, façam concurso!" Fora a sua sugestão vociferada! Onde já se viu, fazer faculdade e ganhar uma miséria dessa! O que mais o aborrecia era que se sentia explorado, afinal, aqueles filhos não saiam do seu pé! "Não é possível, querem que eu viva preso às dívidas para manter o status de 'classe média!'" Os filhos ainda tiveram a petulância de dizer que ficava guardando dinheiro, quando morresse ficava tudo aí! O outro velhinho não era muito diferente, trazia as mesmas lamúrias, os mesmos sentimentos de perda! O mundo está mudado! A forma de namorar mudou completamente! As pessoas só querem assistir filmes e novelas, não vêem os noticiários, não estão interessadas nas informações, está tudo perdido!?
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Na verdade, eles se sentem como se ao longo de suas vidas, fossem perdendo aquilo que conquistaram: o respeito, o status financeiro, a admiração dos filhos, a vida estava sem graça, não valia à pena olhar o mundo de hoje e perceber que a violência está em toda parte, naquele tempo, havia roubo, é certo, mas era de galinha, sem grandes consequências. Não se matavam as pessoas por qualquer bobagem como acontece hoje! Os tempos são outros onde a violência campeia! O que os velhinhos não percebem é que a partir do momento que nós humanos produzimos excedente, a luta de classes começou, a violência é filha dessa forma de organizar a vida; só para recordar: na Grécia, berço da tal democracia que tanto se fala, o modo de produção era o escravismo, mulher, nesta sociedade, era pessoa de segunda ordem! Quer mais violência que isso? Os gladiadores mortos quando o dedo polegar do imperador era colocado para baixo, na Roma Antiga, do pão e circo, não era violência? Ser servo no Feudalismo era um bom negócio ou pura violência?
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Saiamos do passado, entremos no modo de produção capitalista. Que tal ser pobre e miserável em qualquer lugar dentro do sistema? Brasil, EUA, Inglaterra: "miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes." Ser pobre no Brasil e depender do bolsa família é coisa boa? Aqui no caso, ainda tem uma fila para entrar na fila dos miseráveis! Sabemos que nem todos que almejam o bolsa família, são contemplados, há os que não merecem e são, mas isso agora não vem ao caso! Marx, com uma lucidez para além do séculos, disse que a luta de classes tem sido o marco da História. Para tristeza daqueles velhinhos, a violência não se ampliou, muito pelo contrário, ela sempre esteve presente, o fato é que para alguns ela sempre esteve distante, mas com agudização das crises do sistema, a violência, neste salve-se quem puder, se aproximou muito dos bem de vida, acontece que ela agora, além de estar bem perto dos pobres miseráveis, como sempre esteve, está sendo socializada, está colada nos fundilhos dos pequenos burgueses, como os velhinhos da praça, Marx está entre nós...

domingo, 8 de junho de 2008

Invasões "Bárbaras"...

Quando éramos criança, num período em que a escola estava a serviço das forças obscurantistas (quem pensa que há um certo "maquiavelismo" nessa assertiva, basta estudar a obra "A Usaid e a Educação Brasileira" de José Oliveira Arapiraca e tirar suas conclusões), aprendemos que foi um português, de prenome Pedro, que aportou acidentalmente por essas cercanias, com uma dúvida atroz, no que se refere ao nome que teria o novo lugar. De ilha inicial evoluímos para algo maior a que deram o nome de Brasil, segundo dizem, por causa de uma madeira cor de brasa! Mitificações à parte, o fato é que esse "acidente" de percurso, que a história que estudamos nos contou, traz uma série indagações, porque se refletirmos ainda que superficialmente, veremos que esse é um jeito idealizado de nos apresentar o fato histórico! Imagina o investimento feito por uma potência marítima, como era Portugal, tendo uma Escola Náutica avançadíssima para a época, sair singrando mar afora em busca de uma rota alternativa para as ìndias e, além de não chegar, descobrir uma "ilha" no meio do nada! Custa-nos acreditar que tal peripécia tenha sido por obra e graça do acaso! Não é preciso ir muito longe, basta dar uma olhada "sem" compromisso no Tratado de Tordesilhas para verificar como foram delimitadas milimetricamente as distâncias que pertenciam a Portugal e Espanha! Na verdade, essa aventura nada mais era do que uma tomada de posse das terras que cabiam ao latifúndio português, delegadas pelas autoridades da época!
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A invasão portuguesa(essa sim bárbara) de uma violência assombrosa, assim como todas as invasões, tinha como objetivo ocupar as terras do além mar, como também tornar cristãos os habitantes dos lugares "descobertos", já que não passavam de "bárbaros"! A história nos mostra quem eram os bárbaros! Há um livro que deveria ter sua leitura recomendada nas escolas que nos mostra a face cruel dessas invasões, chama-se: "As veias abertas da América Latina" de Eduardo Galeano. Costumo dizer que para ver isso em profundidade, não há necessidade de ir muito longe, basta dar uma olhada pela janela de nossas casas e contar quantos índios são perceptíveis a olho nu! Os "descobertos" há 508 anos, eram milhões, hoje não passa de alguns milhares, o que prova o quão foi brutal e avassalador o extermínio dos habitantes originais da "Ilha de Santa Cruz"! Se fizermos um trocadilho sórdido, diríamos que a descoberta foi uma verdadeira cruz para os ilhéus da Santa!
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A grande ironia dessa história é que no primeiro momento ninguém queria vir para cá, todo mundo sabe que fomos "colonizados" inicialmente por degredados, ladrões e prostitutas, no segundo momento, muitos portugueses descobriram que aqui poderiam fazer seu "pé de meia". Este poderia ser o lugar para se fazer fortuna, por isso, vieram aos bandos, em quantidade surpreendente, se levarmos em consideração o que as condições iniciais apontavam! Não foi por acaso que todas as padarias pertenciam aos "portugas". Existe melhor negócio do que aquele em que todo dia há clientes? Sem contar que as condições de Portugal não era das melhores! Eis que outros ventos começaram a soprar e o movimento dos portugueses passou a ser inverso. Chegara o momento da volta. Há uma mudança para melhor na economia portuguesa, suscitando para os brazurcas a descoberta do lugar que poderiam fazer o seu pé de meia, irônico, não? Estamos "invadindo" de todas as formas o país lusitano. Óbvio que isso provoca atritos, haja vista que a ocupação do mercado de trabalho pelo "estrangeiro" cria um desequilíbrio entre os locais, embora muitos dos espaços ocupados não haja interesse por parte dos filhos da terra! Tem brasileiro que de forma cínica se diz luso-brasileiro, uma "identidade" no mínimo forçada! Na realidade, nada mais do que a forma encontrada para garantir presença no país de Camões! Portugal foi um dos principais exploradores das riquezas brasileiras. Sabe-se que grande parte do ouro produzido por aqui, acabou nos cofres lusitanos, sem contar o peso das suas botas e a força das suas armas contra os habitantes primevos!
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Hoje o técnico da seleção portuguesa é o brasileiro Luíz Felipe Scolari. Nesta função pode "torcer" contra seu país, que não será considerado "traidor". Esses torneios entre seleções "induzem" a disputa entre nações. Tudo não passa de uma grande hipocrisia! Querem nos fazer acreditar que esses jogos não são um negócio como outro qualquer! Observa-se cada vez mais a naturalização de atletas para reforçar outros países. A seleção de Futsal da Espanha é um bom exemplo, grande parte dos seus jogadores era Brasileira! Há até jogador brasileiro jogando pela Polônia! Como sabemos a quantidade é maior do que a necessidade! Curiosos são os debates em torno da questão da naturalização desses atletas. Vejo no futuro uma extinção dessa exigência, bastará o jogador/trabalhador dizer que quer defender essa ou aquela seleção e só! Neste momento, busca-se uma saída alternativa, que vai desde a origem do sujeito até o período em que ele tem residindo no pais, vale-tudo para que determinado jogador possa defender outro país que não seja o seu! No escrete português que está disputando a Eurocopa 2008, 18% dos jogadores são "brasileiros", que não teriam talvez nenhuma chance na seleção "estrangeira" do Brasil, mas que são considerados essenciais para os nossos "descobridores"! Deco e Pepe fazem parte de uma legião de brasileiros que invadem continuamente Portugal na busca de um lugarzinho ao sol, pelo menos essa INVASÃO não dilapida os bens culturais, não rouba as suas riquezas e nem extermina seus habitantes, como fizeram os nossos "irmãos" lusitanos com os índios brasileiros...