terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Pablo Neruda ao lado de Allende...


Livros foram/são escritos para que as pessoas os leiam!Isso é óbvio, diriam os mais apressados! Na verdade, existem coisas que estão à frente dos nossos olhos e não as vemos de tão óbvias que são! O filósofo Roberto Gomes disse certa vez que quem menos percebe a água é o peixe! O gol da França na copa, ilusta bem essa questão! Depois de todas as repetições, chegou-se a conclusão que Zidane levantaria a bola naquele espaço, naquela altura e que o Henry apareceria, naquele lugar, naquele fatídico momento! Óbvio. O livro foi/é a maior invenção humana! Em suas páginas somos levados a criar, imaginar,descobrir, revolucionar, enfim, nos libertamos das amarras do cotidiano.François Truffaut tem um filme chamado "Fahrenheit 451" que discute de forma muito sagaz a complexidade que é o ato de ler. No filme, um Estado Totalitário resolve queimar todos os livros,revistas sob o argumento de que: "fazem as pessoas infelizes e improdutivas". Ironicamente, são os bombeiros os responsáveis pela queima dos livros. Aliás, já observaram como todas as vezes que se quer impedir o acesso ao conhecimento, a prática mais comum é essa? Óbvio! A igreja se utilizou desse artifício, Hitler foi outro...o medo deles tem alguma razão, haja vista que é através da poesia que o carteiro quer chegar ao coração da sua amada no filme " O Carteiro e o Poeta" Quando Pablo Neruda ganhou o Nobel de Literatura disse:A verdade é que todo escritor deste planeta chamado terra quer alcançar alguma vez o Prêmio Nobel, inclusive os que não o dizem e também os que o negam"! Óbvio! Todo escritor que ser lido, óbvio! Hoje ao tentar organizar os livros na estante, (re)encontrei "Para Nascer Nasci";lembrei-me de imediato que foi um presente, olhei a data e percebi que, não sei bem qual a razão, não terminei a leitura. O presente era para ser lido,óbvio! Portanto, depois do hiato de anos,retomo à leitura, não sem antes, deixar o primeiro poema do livro, ei-lo...
- Mulher Remota -

Esta mulher cabe em minhas mãos. É branca e ruiva, e em minhas mãos a levaria como uma cesta de magnólias.
Esta mulher cabe em meus olhos.Envolvem-na os meus olhares, meus olhares que nada vêem quando a envolvem.
Esta mulher cabe em meus desejos. desnuda está sob a anelante labareda de minha vida e o meu desejo queima-a como uma brasa.
Porém, mulher remota, minhas mãos, meus olhos e meus desejos guardam inteira para ti a sua carícia porque só tu, mulher remota, só tu cabes em meu coração.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sempre leio o que escreve e sempre me emociono... Os primeiros e-mails trocados e a construção de um relacionamento de verdadeira amizade, o texto para os teus alunos, os depoimentos no Orkut... Sempre leio e, muitas vezes, a emoção é tanta que me as lágrimas brotam pois é pura sensibilidade...
Que bom que você deu vida da este blog! Através dele eu e muitos têm a possibilidade de ficar ainda mais próximos de uma pessoa admirável que é você, meu amigo! Amo-te!

Ricardo Pereira disse...

é sempre bom navegar e descobrir quem seja amante dos livros - a maior invenção humana com certeza - embora eu fique com a palavra como a maior, o livro como conseqüência e o prazer que ele nos proporciona como experiência, quando falamos de livros parece que falamos de mulheres de tão apaixonados... sobre o filme do Truffaut, vale a pena ler o livro que o inspirou, tem o mesmo nome, e foi escrito pelo americano Ray Bradbury, é fácil de encontrar, em qualquer boa sebo aí do Rio deve ter...

Lusimary disse...

Sabe, a emoção ainda é a mesma, mesmo relendo, depois de tanto tempo!
Sem ser anônima desta vez!
Beijos!