.
Entre os chamados atletas de elite, Jadel Gregório é aquele que considero o mais "malandrão" de todos. Parece que foi surpresa até para ele mesmo quando no Troféu Brasil-2007, em Belém, obteve um salto de 17,90m! Um grande feito, sem sombra de dúvida, além disso, conseguiu quebrar o recorde de 17,89m que pertencia a João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, que já durava 32 anos. Impactado com a façanha, perdeu a noção de tempo e espaço e saiu prometendo que a próxima proeza seria a quebra do recorde mundial do britânico Jonathan Edwards, a singela marca de 18,29m! Acreditava que podia por causa do tamanho do seu pé e por ser treinado pelo mesmo técnico do recordista! Brincadeiras à parte, o fato é que não chegou nem perto da promessa, vindo em curva descendente depois do feito da capital paraense. No último mundial, nas eliminatórias obteve 17,06m se classificando em último, a oitava posição. Na grande final, seu maior salto foi 16,89m lhe garantindo de novo, a última posição. Apesar disso, esse ano já saltou a marca "alvissareira" de 17,11m, no Meeting Indoor de Karlsruhe, na Alemanha. Curiosamente, o recorde do torneio pertence a ele, que na edição de 2004, conseguiu a marca de 17,46m. A desculpa para o desempenho tão ruim no mundial foi atribuído ao joelho. Na verdade, Jadel passa, para mim, a idéia de um bon vivant. Vive a vidinha que pediu a Maomé, lá na Inglaterra, e, nas horas vagas, tenta saltar satisfatoriamente. Suas afirmações são, no mínimo, curiosas. Chegou nas Olímpiadas de Atenas-2004 afirmando que só faltava saber qual seria a cor da sua medalha, não ganhou nem bronze! No mundial, a queda da qualidade de seu salto foi assustadora, mas aí a culpa não foi dele. A pergunta que não quer calar é: como pode um atleta de alto nível, sabendo que não está nas suas melhores condições, participar de uma competição em que estarão os melhores do mundo, incluindo no pacote uma séria lesão no joelho? Será que superestimou sua capacidade, entendendo que mesmo com o joelho roto venceria ou para o patrocinador tanto faz que ele se arrebente o importante é a exposição da marca?
.
Fabiana Murer, depois do incidente de Pequim-2008, surpreendeu-me. Achava que tudo aquilo não passava de jogo de cena, que ela tinha "amarelado" na hora do salto e usou as varas como desculpa. Não há mais dúvida que realmente foi vítima da negligente organização do evento. Contudo sua reação deu a impressão que havia uma "conspiração" contra ela. Havia "alguém" querendo impedir que ela saltasse. Poderia ser a CIA a responsável pelo desaparecimento das suas varas? Observando sua trajetória, naquele período, seu maior salto foi de 4,70m, não seria nem bronze, já que a terceira colocada obteve 4,75m. Mas é claro que poderia surpreeder, afinal está entre as dez maiores saltadoras do mundo! Este ano saltou 4,82m no Troféu Brasil, no mês de junho! Em Berlim, apenas Isinbayeva com 4,85m saltara mais que ela, já que Rogowska com 4,83 não iria participar! O que aconteceu? As varas estavam lá, nada conspirava contra seus objetivos dessa vez. O que houve? Ela respondeu: "na verdade, não sei o que deu errado. Não estava sentindo muito bem o salto, não peguei o ritmo da vara. Não sei se a vara estava fraca.(sic) Tenho que ver com meu técnico." Quando saiu da China, Murer avisou que nunca mais voltaria àquele país por causa do incidente das varas. Naquele momento, a vara fora a responsável pelo desastre e na Alemanha? De quem foi a culpa pelo fracasso? O Joelho? Ops, não, o joelho foi o responsável pelos fracassos de Jadel e Maurren! Então? Podemos dizer que "amarelou" novamente? Com o sarrafo posicionado em 4,65m, que pode ser considerada uma posição "baixa" para quem saltou 4,82m, queimou as três tentativas! Essas ações motoras individuais fracassadas não deveriam representar nada mais que ações motoras. Atletas são individualistas até quando seu "jogo" é coletivo! O que me deixa por demais entristecido é saber que a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e o BNDES investem quantias enormes em clubes, seleções e atletas, enquanto milhões de brasileiros pobres penam nos corredores dos hospitais públicos implorando por atendimento básico! A saúde neste país é artigo de luxo, quem não tem um plano, por mais chinfrim que seja, não pode "pegar" nem resfriado e não me venham dizer que uma "nova" CPMF resolve a questão! O que fazer? Torcer e chorar com a TeleVisão assistindo as performances dos Jadeis, das Maurrens e das Fabianas? Ou o quê? O que farão os miseráveis?...