sexta-feira, 14 de março de 2008

Silva de Luís Inácio Lula...

O processo de alienação a que somos submetidos, cotidianamente, nos faz acreditar que nesta formação social é possível qualquer indivíduo chegar aos mais altos postos de direção sem que a classe social em que está inserido seja um empecilho. A velha máxima repetida à exaustão diz que no modo de produção capitalista cada um pode escolher o que vai ser quando "crescer", basta desejar e ter força de vontade! A bem da verdade, o que serve de parâmetro é exatamente o modo de produção anterior (o Feudalismo) para efeito de comparação. Lá não era possível o sonho de chegar onde quer que se desejasse, afinal, cada um já nascia com seu destino definido: o filho do servo, seria invariavelmente servo, jamais chegaria a senhor feudal! Nesta perspectiva, a utopia de mudar de lugar na pirâmide social era impossível! "Quem nasceu para tatu, vai morrer cavando...". Castas e estamentos definiam desde o nascimento qual seria o futuro do indivíduo!
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Por outro lado, na formação social capitalista, com boa vontade e perseverança, "nós podemos tudo, nós podemos mais"! Claro que ainda temos os cínicos que dizem que o trabalho dignifica o homem! Passar todos os dias da vida sentindo o cheiro do chorume (o líquido escuro, turvo e malcheiroso proveniente do armazenamento e tratamento do lixo) dignifica alguém ? "Querer é poder"! Essa é a falácia mais repetida por aqueles que se deram bem na vida, saindo de uma situação de miséria; o nosso personagem repercute muito bem isso. Aqueles que conseguem, de alguma forma, "burlar" o sistema dirão que as chances são iguais para todos, os esforços é que são diferentes! Os exemplos estão ao derredor, não é preciso ir muito longe para perceber as vitórias daqueles que mesmo com toda a adversidade conseguiram o seu lugar ao sol! Basta não ser "radical", certamente dirão os "ingênuos" ou falsos bobos! O que surpreende é que esses exemplos são tão convincentes que conseguem garantir a "pax capitalista". Ora, se um camelô conseguiu, vendendo babilaques nas ruas, construir uma rede de televisão tão próspera, e se tornar o "sorriso" mais chato do país, por que Zé Ninguém não poderia ser o próximo eleito? Isso só é possível no capitalismo, dirão os apologetas desse modo de produção!
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Nos últimos dias, o mais "famoso" representante da família Silva, na atualidade, um sujeito que em algum momento da sua trajetória, como esquecer das greves do ABC, já se disse socialista, definitivamente, negou sua história ao se usar como exemplo de superação e sucesso! Disse o Silva presidente que se uma pessoa que sequer tinha o primário completo, conseguiu chegar a PRESIDENTE, por que aqueles pobres diabos (os diabos ele não disse) também não conseguiriam? Naquele momento, fiquei me perguntando como poderia falar tão convicto de algo tão insano, tão perverso para a maioria dos Silvas? Ele deve saber que, jamais em tempo algum, aqueles indivíduos chegarão à presidência na condição em que se encontram! Sim, neste modo de produção querer não é poder mesmo! Muito pelo contrário, existem milhares de Lulas espalhados por aí e apesar de todo esforço, nunca chegarão aonde o nosso Lula da Silva chegou! Mas por que, então, um cara que andou em "caminhão pau de arara" faz uma afirmação tão leviana, tão desproposital assim? O que o presidente não "sabe" é que tanto lá (no feudalismo) quanto cá (no capitalismo) o jogo jogado é de cartas marcadas! Vivemos numa sociedade de classes, coisa que o presidente finge não saber. Enquanto uma vive do trabalho, a outra explora o trabalhador, alienando-o daquilo que produz! Nesta luta de classes, pessoas que estão na parte de baixo da pirâmide tendem, "naturalmente" a permanecerem lá, já aqueles que nascem em "berço esplêndido", são preparados para o comando social, por exemplo, o Grupo Pão de Açúcar terá no seu controle alguém do Clã dos Diniz numa linha sucessória interminável! Exceção como a do presidente quase analfabeto serve para confirmar a regra desse jogo sujo em que João da Silva será sempre zÉ nINGuÉm...

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