sábado, 6 de junho de 2015

E o futebol brasileiro?...

Uma frase é lugar comum em campeonatos brasileiros: caiu mais um técnico! Você certamente falará, em algum momento, sobre as demissões e seus equívocos; no caso de alguns, lamentará o amadorismo dos dirigentes; no de outros, dirá que era/foi a melhor solução para a equipe sair da inércia! Na verdade, maus resultados são demolidores para qualquer técnico, seja ele o do bicampeão brasileiro (que caiu na última terça-feira - 02/06) ou o do Joinville (que caiu nesta quinta-feira - 04/06), embora o contrário também seja verdadeiro, por essas plagas, que o digam Enderson Moreira e Oswaldo de Oliveira sobre suas demissões do Santos. No futebol brasileiro, o estereótipo mais repetido é aquele que diz que existe em cada um de nós um técnico, na realidade, isso nos torna utópicos quando o assunto é a supremacia nesse esporte, que, de forma arrogante, afirmamos que somos os melhores do mundo, que entendemos do riscado e que as copas que "ganhamos" nos referendam e ponto final; ao ouvir isso, um incauto germano ousa nos perguntar: "e os 7 a 1 da Alemanha em 2014, na copa jogada aí no Brasil?" -Aquilo foi um raio e raios não caem duas vezes no mesmo lugar! O que fingimos desconhecer, ou não, é que os raios costumam cair duas ou mais vezes no mesmo lugar!
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"Estranhamente", países como Ucrânia, China, Turquia e Arábia Saudita têm o poder de nos tirar jogadores extremamente talentosos, e a dura realidade é que não temos condições de deter essa "evasão", em alguns casos, precoce; nosso campeonato maior e os menores são "mantidos" por uma rede de televisão, os craques e os medíocres não querem jogar em gramados tupiniquins, sonham com Espanha, Alemanha, Inglaterra ou Itália, não necessariamente nesta ordem, mas se isso não for possível, pode ser qualquer um dos citados no início, os que ficam, ficam unicamente por não ter mercado! Continuamos vivendo um "sonho", basta olhar ao redor, observem a linha de sucessão da CBF, não é por acaso que Marin está preso na Suíça, enquanto isso, esperamos ansiosamente o início da Copa América, blindamos Dunga e seus comandados, afinal, eles nada têm a ver com isso, ainda que tenham sido contratados por dirigentes sob suspeita de corrupção, as aparências ainda devem enganar. Devemos dar apoio irrestrito às mudanças efetuadas depois do desastre da copa, o intuito é o soerguimento do futebol brasileiro." Não, não cairemos mais no mesmo erro, tenham certeza disso. O "novo" treinador (espera aí, não era Dunga o técnico na copa  de 2010?) nos conduzirá ao lugar do qual nunca deveríamos ter saído, ainda produzimos os atletas mais talentosos do planeta, diria um dirigente corrupto qualquer. Curioso é que os "melhores do mundo" não jogam mais aqui, estão na Europa, Asia, Oceania, mas, "se for para o bem de todos e felicidade geral da nação", de quando em vez, esses "desterrados" se misturam para defender a pátria! Este é um país curioso, pede-se o impeachment da presidenta da república, mas não se discute se o país deve participar da Copa América, depois dos escândalos de corrupção envolvendo os dirigentes da CBF; uma coisa não tem nada a ver com a outra, dirão os "especialistas"! 
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Voltando às demissões dos treinadores, acredito que se hipervaloriza a importância deles, não tenho dúvida que técnico não passa de coadjuvante no resultado final. Na verdade, o exemplo mais consistente dessa assertiva é/foi o time do Cruzeiro, bicampeão brasileiro. Há dois anos tinha-se o time dos sonhos e mais um de reserva e seu técnico, Marcelo Oliveira, era considerado um estrategista, um articulador, afinal, o sujeito ganhou dois campeonatos seguidos, você há de convir que não é uma proeza para qualquer um! O fato é que muito time da série A gostaria de ter alguns dos seus reservas no seu time principal! Porém como "não há mal que dure para sempre nem bem que nunca se acabe", eis que a Arábia Saudita e a China resolveram colocar água no chopp cruzeirense e levaram seus dois principais jogadores,  mas não ficou só nisso, os dirigentes, só pode ter sido eles, desmontaram o time quase todo! Alguém aí pode dizer: "e ainda assim o time chegou longe na Libertadores, o que denota certa qualidade do novo elenco e do técnico", correto, mas não percamos de vista a trajetória oscilante da equipe ao longo da competição, de um time excepcional, passou a ser comum. Se antes as estrelas eram Everton e Goulart, agora Leandro Damião e Marquinhos se tornaram os protagonistas! E, vamos combinar, essa troca não foi das melhores. Pensei cá com meus botões,  "se Marcelo Oliveira repetir o feito ou chegar perto, tenho que admitir que estava redondamente enganado sobre a questão, diria que os treinadores não são elementos secundários para seus respectivos clubes.
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O resultado entre Cruzeiro e River Plate, na Argentina, foi "surpreendente", o empate já estava de bom tamanho para o time brasileiro, quando veio o gol que, supostamente, lhe garantiria a vaga. Tudo estava a favor, mas convenhamos que Marquinhos não é Everton Ribeiro, assim como, Leandro Damião não é Ricardo Goulart, porém Marcelo Oliveira é Marcelo Oliveira! O fato é que com a derrota para o fraco Figueirense, dias depois da tragédia "argentina", selava-se o destino do "grande" estrategista cruzeirense, tudo o que fizera, até então, foi esquecido sumariamente, sem contemplação ou compaixão, e, talvez, o mais significativo em relação ao respeito que o clube tinha pelo seu então comandante, é que horas depois a direção já anunciava Vanderlei Luxemburgo como seu substituto natural. Contra maus resultados não há técnico que resista. Com o time que tinha e seus reservas de luxo tudo ficava mais fácil, difícil seria não ganhar, porém nos momentos em que teve que tirar leite de pedra, o treinador se mostrou igual à maioria! O que surpreende é sua demonstração de surpresa com a demissão. Técnico vive de resultados e não passa de coadjuvante, alguns são apenas entregadores de camisa, nada mais que isso, a propósito, Tite e Doriva já foram demitidos?... 
    

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