sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O futebol morreu, viva Ronaldinho Gaúcho...

Quando, nos anos de 1990, eu, ainda discípulo, dissera que a Educação Física estava morta num encontro de estudantes, na capital da Paraíba, usara uma figura de linguagem, naquela oportunidade tinha como objetivo estimular a discussão, mexer com os brios da estudantada, promover o debate, nada mais que isso! O certo é que as reações não foram nada animadoras, houve estudante que, para mostrar sua total indignação, se afastava tão logo me avistava! Não obstante nem todos reagiram assim, alguns foram extremamente solidários, talvez por me acharem ingênuo, tolo, alguém que deveria estudar mais para fazer determinadas afirmações. Juro que isso não me fez entrar em depressão profunda, pus minha viola no saco e me aquietei, afinal de contas, eles estavam certos, a Educação Física estava e continuaria viva e sã por toda a eternidade, ainda que estivesse completamente morta, mas esse paradoxo agora não vem ao caso, mas serve como analogia para o balcão de negócio gerenciado pela fifa! 
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Dizer em 2011 que o futebol está morto não há nenhuma intenção de usar qualquer figura de linguagem! Na realidade, essa foi uma morte anunciada com todas as pompas, o que não deixa ser patético! A sugestão de transformar os clubes em empresa decretava a falência definitiva daquilo que fora chamado um dia de futebol, ainda que o discurso falacioso dos entendidos dissesse o contrário. Para a sobrevivência (?) do espetáculo era fundamental que isso acontecesse, eles diziam. A materialização talvez definitiva de que o futebol morreu, que não passa de um grande negócio, tal e qual vender automóvel, simples mercadoria, para alguns, do quem dá mais leva, para muitos, foi-nos dada pelos irmãos metralha, digo, Assis, com todas as letras! Aliás, não entendo porque parte da mídia e os cartolas traídos, ou não, querem satanizar o metralha mais velho! Eles sabem, ou fingem não saber, que Assis é apenas parte de uma engrenagem (Indústria) que eles mesmos ajudaram a criar, parece que os criadores e a criatura não estão se reconhecendo! "Será que criamos um monstro?!" Acontece que uma parte do bolo ia sempre para os bolsos dos cartolas, o dinheiro nunca chegava aos clubes, haja vista suas dívidas monumentais que necessitam de Timesmania para que sejam minoradas! A outra parte do dinheiro ia para aqueles que divulgavam o espetáculo, quem já se esqueceu que as redes de tv e correlatas não pagavam um tostão sequer pela exibição dos jogos? E os "artistas"? Ah, esses, com raras exceções, terminavam na  miséria absoluta! Não precisamos ir muito longe, quem há de esquecer a imagem decrépita de Washington, aquele mesmo que fez o famoso casal 20 no Fluminense com, vejam que ironia futebolística, Assis (um simplório comparado com o Assis gaúcho), pedindo esmola por conta de uma doença rara, quando poderia, no seu tempo de glória, tirar todo o dinheiro possível daqueles que exploravam sua imagem! Isso não vai acontecer com Ronaldinho Gaúcho, caso coisa semelhante o afete, ele sabe que nesse NEGÓCIO só alguns poucos ganham muito quando estão brilhando, o que não é mais o seu caso, hoje não passa de um jogador medíocre, um firuleiro! Contudo, que doce ironia, sua imagem vale mais do que aquilo que ele joga(rá) no que resta da sua carreira esportiva! Do seu túmulo, Shakespeare deve estar se perguntando por que tanto barulho por nada?! O Grêmio foi corneado pela segunda vez, mas ainda não aprendeu! E Palmeiras, Corinthians? Ora, meus amigos, esqueceram-se do que fez Ronaldo, o gordo, com o Flamengo? Nada de novo, nada que merecesse todo esse alarido, já temos precedente! Todo o resto, a tal da magia  do futebol, quem espera/sente isso é o torcedor, porém esse tolo, dentro dessa abjeta engrenagem, é o único que nada ganha, seu dinheiro é o menos importante na arrecadação final do seu time e (vemos que todos os clubes alienaram literalmente seus uniformes, antes verdadeiros mantos sagrados, para todos os tipos de produtos) aquilo que ele vivia e torcia tem o seu jazigo nos estádios-cemitérios de outrora! Hoje, as ex-camisas dos clubes e seus gladiadores pululam nas arenas patrocinadas por leite, kibes,  desodorante, meias e cuecas...

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