quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ah, essas Mulheres...

No filme "Do que as mulheres gostam" a personagem de Mel Gibson consegue aquilo que deve ser o sonho de consumo de todo homem: descobrir o que se passa na cabeça das mulheres! Esse "bicho esquisito que todo mês sangra" age no amor de forma muito peculiar. O fato é que por causa de duas mulheres, cujas imagens me vieram à memória inesperadamente, e mais uma conversa que tive com o namorado de uma terceira, sentir-me estimulado a pensar o universo afetivo de homens e mulheres, universo esse cheio de coisas estranhas e absurdas! A pergunta que me perseguia era: como e por que "certas" mulheres escolhem determinados parceiros, que são verdadeiros crápulas, em detrimento dos que usualmente são considerados "gente boa"?  Bem, a história que vou lhes contar não responde à questão "por que elas preferem os canalhas?", mas lança uma réstia de luz naquilo que chamamos de forma tão singela de amor!
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Elaina era uma estudante do curso de História. Na realidade, uma estudante fantástica. Inteligente, bonita, sensível, atraente, um diamante! Além de todos esses atributos, nada era mais prazeroso do que admirar a beleza dos seus olhos cor de avelã. Fiquei fascinado quando a vi pela primeira vez, acometido que fui por uma paixão avassaladora! Gostava da forma como pontuava as palavras, como se colocava nas aulas. Percebia-se que se manifestava, não como muitos estudantes que desejam apenas parecer inteligentes para a turma e o professor, e sim no intuito enriquecer a discussão. Quando ela estava presente, para mim, tudo ao redor se iluminava! Em linhas gerais, Elaina era uma garota inefável. Mas, para minha tristeza, tinha um namorado horroroso, e o que era pior: amava o desgraçado! Não pensei, em nenhum momento, em lhe falar do meu amor, bastavam as nossas conversas intermináveis e arrebatadoras, embora o ciúme me dilacerasse! Não sei se por gostar dela, antipatizei de imediato com aquele sujeito obtuso. Como uma mulher tão linda e exuberante podia gostar de um indivíduo vil e repugnante como aquele, era a pergunta que meu alter ego me fazia. Dois seres opostos em tudo. Seria essa a razão da escolha? Mulheres buscam no amor o outro lado da moeda? Por estranho que pareça, o amor dos dois só acabou, embora muitas das suas amigas dissessem dele, aquilo que eu pensava só para mim, quando ele, num ato de covardia, deu-lhe um murro violento no rosto. Elaina aprendeu com a dor e alguns dentes quebrados que aquilo nunca fora amor.
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Por outro lado, Patrícia nunca foi considerada uma menina bonita, muito pelo contrário. Para os padrões estéticos estabelecidos, poderia-se dizer que beleza ela não tinha, embora fosse uma mulher lindíssima. Por ironia do destino, tivera um pequeno incidente na infância que a tornara "vesga" de um olho! Eis um "bom" motivo para que se escondesse do mundo com receio de ser vilipendiada por aqueles apelidos torpes! Tinha verdadeiro pavor de se tornar refém daquelas brincadeiras que enfatizavam sua "deficiência"! Escondida nela mesma, estudou muito e, além de se formar em Pedagogia, tornou-se uma excelente e bem remunerada funcionária pública. Agora a ironia era da história, como num conto de fadas, um príncipe, muito diferente de um sapo, apareceu em sua vida. O moço era bonito demais. Tinha olhos azuis, a pele tão clara quanto a neve, tendo os cabelos lisos emoldurando seu rosto. Patrícia nem ousou resistir quando ele a pediu em casamento. Respondeu-lhe um rápido e estrondoso SIM! Porém, como todos sabem, a vida não é um conto de fadas, logo Patrícia descobriu que seu "principe" não gostava de trabalhar, era um viciado e ainda tinha algo mais assustador. Adorava espancá-la, batia-lhe sempre que lhe dava na telha. Depois de muito apanhar, resolveu deixar o seu algoz. Contudo o AMOR falou mais alto, e cheia de saudade voltou,  mais que depressa, para os braços do seu homem, aceitando, resignadamente, os diversos espancamentos que se seguiram, mas feliz para sempre ao lado do seu  amado!
Assim como as outras duas, Sílvia tinha uns olhos que fascinavam à primeira vista, belos como uma noite de lua cheia! Magrinha, de estatura mediana e de uma beleza impar. Muito linda, aquela menina! Perspicaz, sabia como colocar as questões usando  inteligência e sabedoria. Em suma, era uma estudante brilhante! Como não poderia ser diferente, encontrou, de imediato, um parceiro. Neste caso, e apenas neste caso, parecia que tinham sido feitos um para o outro. E o AMOR entre os dois foi crescendo tão intensamente que ninguém em sã consciência poderia imaginar que aquelas duas criaturas terminariam uma relação tão madura. Um fato por demais curioso: jamais em tempo algum viu-se qualquer briga entre eles. Por que então o  AMOR chegou ao fim? Ninguém sabe! Passado algum tempo, eis que encontro um dos sujeitos mais enganadores que já passou sob os meus olhos. Um verdadeiro contador de vantagem. Sendo, talvez, leviano: um canalha da melhor estirpe! Fico surpreendido quando me diz que está quase casado com Sílvia! Afirmei para mim mesmo que aquilo não era possível. Silvia era demasiado grande para um sujeito como aquele! O pior é que era tudo verdade. Eles estavam apaixonados! Mas como? - indaga, mais uma vez, meu alter ego. Tentando entender a paixão dessas mulheres e suas escolhas assombrosas, consultei duas "filósofas" e, cada uma a seu jeito, tentou me explicar porque mulheres se envolvem com sujeitos tão mesquinhos! A primeira disse-me que as mulheres preferem os CANALHAS, mas não me disse o porquê! A segunda afirmou que essas escolhas vêm ocorrendo porque há uma carência masculina, isto é, falta homem no mercado! Sem opção, elas terminam aceitando aquilo que aparece! Será isso apenas instinto de preservação? Como pode uma mulher preferir ser ESPANCADA ao invés de abandonar o submarino? E onde fica aquela máxima que diz: antes só do que mal acompanhada?...

2 comentários:

Profª Amanda Leite Novaes disse...

Mano,meu querido...Já dizia o poeta "o coração tem razões que a própria razão desconhece". Será que de fato é preciso existir razão para as coisas do coração? Por muito tempo acreditei que sim, hoje nem sei mais. É claro que não se trata de conformismo diante da situação descrita em seu texto por atos de violência, mas como entenderíamos tais feitos? Para mim fica clara a relação de dependência com a outra pessoa, quer seja financeira, emocional, social, ou até mesmo sexual. Trata-se de um sequestro de subjetividades, como diz Pe. Fábio de Melo (2009). As personagens de seu texto representam tantas outras pessoas que estão em nossa volta vivendo o "cativeiro dos afetos" e dos desafetos. Parabéns pelos belos textos que nos fazem refletir sobre a VIDA. Acompanho sempre, apenas não comento. Hoje fiz o registro porque estava lendo recentemente um livro do professor filósofo e teólogo Pe. Fábio de Melo "Quem me roubou de mim? O sequestro da subjetividade e o desafio de ser pessoa" e reflete aspectos que trata em seu texto. Além disso, não me aguento mais de saudades e há semanas tento fazer contato, mas não consigo. Por onde você anda? Preciso muito lhe falar, mas os números de tel. que tenho não funcionam e os emails estão voltando. Os meus contatos continuam os mesmos, por favor, meu amor, apareça! Grande beijo!

Manoel Gomes disse...

Oh, Shalondinha!!!Saudades, menina!! O que dizer? Você sempre me emociona,ainda que não tenha mais 19 anos!!!!A menina cresceu!! Bom saber que está por perto!! Tentei mandar um e-mail, mas bateu voltou!! Meu e-mail permanece o mesmo, mas o telefone mudou, perdi minha agenda, manda um e-mail para malconn@uol.com.br que mando cel e tel fixo...saudade enorme, não eixe de mandar o e-mail, mil beijossss