quinta-feira, 2 de abril de 2009

Taxistas e Barbeiros...

Há dois profissionais que ajudam sobremaneira a ampliar a imagem de que o homem é chegado a contar vantagem: taxistas e barbeiros! Esses trabalhadores tendem, por uma característica muito peculiar dos seus ofícios, a utilizar a "conversa" como uma forma de "distrair" seus clientes. Usam desse artifício, dizem eles, para quebrar a monotonia da "corrida" ou do corte! De posse dessa desculpa, falam de tudo e mais um pouco! A vida dos outros, às vezes, a deles, torna-se o assunto da hora. Quando nos encontram pela primeira vez, parecem que são nossos amigos de longa data, mas quando nos conhecem, aí, camaradas, está tudo perdido, não há escapatória! São capazes de transformar um curto espaço de convivência em relação "afetiva" para todo o sempre!
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O taxista, dependendo do cliente, entabula uma conversa mais formal, mais relacionada com o percurso, gosta de falar das condições meteorológicas, aliás, esse é o assunto ideal para início de conversa, embora a política seja um assunto corriqueiro; futebol, então, nem se fala, ainda mais quando o passageiro torce para o mesmo time que ele! Quando isso não acontece, tergiversa, muda de assunto, diga aí, para que criar antipatias com alguém que pode vir a ser seu cliente no futuro? Talvez por estar de costas, por ter o movimento limitado, o taxista seja mais comedido, o cara tem que prestar atenção na estrada, sem contar que ainda existe a "fronteira" que o banco estabelece. Que fique bem claro, não estou dizendo que ele é menos fofoqueiro, mas possui algumas limitações que o impedem de ser mais incisivo! Foi na puberdade que tive a primeira impressão de quanto o taxista é chegado a contar vantagem, é claro que o assunto convergiu para a conquista amorosa. Contou-nos de uma conquista que tivera, numa de suas "corridas". Vangloriava-se porque a dita cuja, mulher de uma beleza descomunal, foi o que dissera, ao entrar no seu táxi, era a retidão em pessoa, contudo depois que usara seus dotes de Don Juan, não só deixara a fulana apaixonada, como a fizera viajar nua, nuazinha sentada no piso do carro, literalmente aos seus pés, para seu deleite! Aquele era seu momento de glória, e o que é fundamental para um contador de vantagem, com direito a platéia, pois no táxi estavam meu pai, meu tio, meu irmão e eu!
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O outro personagem, o barbeiro, não é muito de contar suas "vitórias", embora algumas vezes o faça, seu forte na verdade, é esmiuçar a vida dos outros, principalmente aquele barbeiro de bairro, aquele que conhece todo mundo. Sua profissão dependendo do dia, tende a deixá-lo na porta da barbearia a "observar" o movimento da rua! O sujeito não deixa passar nada. Conhece os "podres" de Fulano, Beltrano e Sicrano! Não tem jeito, bastou sentar na cadeira para começar a destilar seu "veneno", uma verdadeira saraivada de fuxicos de deixar qualquer um de cabelo em pé (neste caso, vale o trocadilho, sim). Não é fácil, adora falar de quem está sendo traído, quem é pinguço, quem é que um verdadeiro vagabundo! Parece mais detetive que outra coisa qualquer! Certa feita, queria cortar o cabelo, terminei entrando numa que deixara de frequentar por ter mudado de cidade. Quando o dito cujo me viu, fez-me algumas perguntas que parecia que éramos velhos amigos. Meio constrangido pela aparente familiaridade, dissera que estava morando em Florianópolis, evitei dizer porque para não aumentar mais ainda a curiosidade. Quem disse que adiantou. Insistiu, menti para encurtar a conversa. Foi pior. Começou dizendo que o irmão namorara uma manezinha, mas não parou por aí. Tinha provas e mostrou fotos que deveriam ser de acesso exclusivo dos amantes, mas que naquele momento tornara-se algo para "visitação pública". Eu me perguntava como sairia daquela enrascada. Naquele momento, o corte já fora interrompido, é óbvio, para que eu pudesse observar "melhor" as acrobacias sexuais do irmão do barbeiro! Não bastasse isso, para não perdermos o contato, ainda me pediu o número do telefone para de vez em quando batermos um papinho, nas suas horas vagas...

6 comentários:

Manoel Gomes disse...

Antigos leitores estão voltando...sejam bem-vindos!

Rosenilton disse...

Por um acaso, esse barbeiro é da FG????
rsrsrs,
sei quem é e lembro do dia.

Um beijo meu Papito.

Rosenilton disse...

Vou encaminhar esse artigo pra Tio Rege viu Prof...
rsrsrs

Manoel Gomes disse...

Ró, o barbeiro você conhece,sim, só não é da daquela rua famosa que você mora, mas o taxista não é Tio Rege, esse é especial e fora do comum, quem dera se todos fossem iguais a ele!!
um beijo, um não, dois!!

Jonatan disse...

faltou inserir entre o taxista e o barbeiro, um professor ae!!!
akakakkakakakaakkakakaaaaakkakkaaka

Manoel Gomes disse...

Jonatan, "juro" que não sei quem é esse professor,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk