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Essa talvez tenha sido a separação mais controversa do mundo fonográfico, afinal, eles chegaram a patamares quase intransponíveis, muitos dos que vieram depois seguiram, apenas, os seus passos! Tivemos outras zilhões de bandas que se desagregaram! Umas por mera vaidade daqueles que estavam à frente, talvez por acharem que eram mais do que aquilo que realmente eram! Outras (quem há de saber?), quiçá por uma jogada de mercado, por mera promoção. Em muitas, o sujeito que estava à frente, levava os outros às costas, razão de muitas carreiras solos, bem ou mal sucedidas! Não podemos esquecer que estamos falando daqueles que produzem e gravam canções para consumo de outrem. O que não pode ser omitido é que quem entra nesta seara que é a indústria fonográfica, não quer outra coisa que não seja vender discos, todos sem exceção, mesmo aqueles que gravam por "diletantismo"!
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Entre as bandas brasileiras destacadas, tem o caso do Charlie Brown Jr, cujo vocalista mandou todo mundo embora. Os motivos alegados não convenceram porque a qualidade dos músicos e a irmandade que havia entre eles eram enfatizadas em prosa e verso, por Chorão! O interessante nestas separações é o dia seguinte, o que vem depois! Como geralmente temos um vocalista com uma banda sem rosto atrás, raras são as vezes em que além daquele, outros se destaquem, a carreira solo termina sendo o estuário. Embora nem sempre o tão esperado sucesso se concretize! Há saídas para a carreira solo que não decolaram: Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, Paulo Ricardo, do RPM, Leoni, do Kid Abelha, Ras Bernardo, do Cidade Negra, embora o último não tenha saído, tiraram-no porque não concordava com a mudança de "perfil" da banda. Em síntese, as separações na maioria das vezes, salvo raras exceções, tem como objetivo carreira individual! Quando Arnaldo Artunes, primeiramente, e depois Nando Reis saíram dos Titãs, foram literalmente excluídos da "história" do grupo, seus nomes não constavam no livro comemorativo da banda, a separação deixou imensas cicatrizes!
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Quando os Beatles se separaram, traziam atrás de si uma longa e consolidada obra. Uma produção que até hoje, passados tantos anos, é referência. Neste caso, quando os pares se divorciaram a razão maior pode ter sido o desgaste, que ironia, da convivência, perceberam que não havia mais condições de juntos ir adiante. Por outro lado, e guardadas as devidas proporções, embora um dos Beatles, George Harrison, tenha gravado um dos sucessos da banda, a "renegada" Anna Júlia, quando um grupo, como Los Hermanos, que lançou apenas quatro discos ao longo de 10 anos de carreira, resolveu "dar" uma parada, aparentemente, chegara à exaustão um grupo que parecia que teria vida longa. Perceberam, os seus integrantes, que não era mais possível produzir nada diferente juntos. Continuar poderia ser um mero repetir-se. Ao ouvir o disco Sou, de Marcelo Camelo, fiquei me perguntando o tempo inteiro se era Marcelo Camelo ou Los Hermanos, não que possa precisar uma mudança significativa do que era feito antes e agora! Na realidade, o pouco tempo de "separação" não me permitiu desassociar a voz e as canções daquilo que era feito em grupo! Entretanto há uma coisa que é perceptível. Los Hermanos era (?) uma banda que intrigava e comovia pelo conjunto da obra. Que fazia um som que alguns tinham dificuldade de assimilar, e isso era provocador, embora afirmassem que gostavam das letras! O lado triste dessa história é que Marcelo Camelo poderá se transformar em mais um dos milhares de intérpretes da MPB, provavelmente, atrairá as pessoas, não pela voz, existem outras mais belas e brilhantes, porém por ser ex letrista, ex vocalista, ou seja, por ser um ex Los Hermanos, o que me leva a pensar: será que era apenas isso que pretendia ao gravar Só?...
3 comentários:
Eu não conheço toda discografia do grupo e, ao ouvir outro dia no rádio a música de Marcelo Camelo, pensei que fosse Los Hermanos...
super produção!!!
sou seu fã
Oh, meu camarada,saudades de ti!!
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