segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Sogros...

Será possível aceitar como verdade tudo aquilo que se diz sobre essa entidade chamada sogra? Pode-se afirmar que, salvo raríssimas exceções, elas são verdadeiras bruxas a nos atormentar a vida que maldizemos o dia em que nascemos? É mito ou é bom quando nos aproximarmos delas que estejamos com um pé atrás, já que as nossas chances de agradá-las são as menores possíveis? Não é fácil falar dessas distintas senhoras, afinal são as mães das pessoas que amamos e mãe, camaradas, é mãe! Mas isso não quer dizer que ser genro nos faz entender tudo isso, claro, é mãe de "la ela", para nós é sogra!
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Freud bem que poderia explicar essa relação dolorida e conflituosa, posto que já virou lugar comum buscar todas as respostas na sua teoria; uma verdadeira panacéia, isto é, receita e remédio para todos os males! Os "freudianos" de plantão têm explicação para tudo! É bem provável que haja "solução" para a questão das sogras na psicanálise. Se temos o Complexo de Édipo para explicar a rejeição do pai pelo filho, o mesmo raciocínio, por analogia, pode ser usado para a sogra! Senão, vejamos! O filho "abomina" o pai por este ocupar o espaço que lhe é devido na vida da mãe! A elaboração de Freud buscou relacionar determinado elementos às questões do querer, da posse do ente querido! Isso explica, mesmo que metaforicamente, o desejo do filho em se "livrar" do pai, aqui no caso, a sogra quer "destruir" o agregado pois este pretende ocupar seu lugar, é o que ela pensa, no coração da sua cria!
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O filho quer o espaço ocupado pelo pai, o Complexo de Édipo explica a questão. No caso das sogras, o "estranho", que nada mais é que um candidato a agregado, entra no espaço que lhe pertence de fato e de direito, afinal, ela é a mãe, foi ela quem gerou aquele ser! O agregado quer fazer parte de uma relação que aceita, apenas, duas polaridades, com isso está criado o impasse. O medo da perda faz com que a mãe do ente amado rejeite o "pretendente" sob todas as formas possíveis! Apela para o constrangimento mais tacanho por temer a perda de espaço no coração do filho ou filha! Mas é preciso que seja feita justiça! Esse sentimento de perda, esse "ódio" descomunal dirigido ao pretendente a agregado não parte apenas da mãe. O pai também sente isso, fica enciumado, percebe que seu lugar está sendo tomado, mas no geral, disfarça melhor que a mãe, na verdade, finge melhor! Está com tanto "medo" quanto a mãe que os filhos deixem a casa, mas finge que não é com ele. Nesta história de sogras, há um caso que merece ser contado. Havia uma que no primeiro momento, fugia do lugar comum, ao invés de "detonar" o agregado, ela o tratava para além do esperado. O sujeito se empolgava. Achava que era a melhor pessoa do mundo, uma sogra diferente! Um exemplo! É claro que isso era um disfarce para mostrar que estava tudo bem. Ela só mudava de atitude e se tornava sogra quando percebia que a "coisa" estava ficando séria. O namoro estava se firmando, havia perigo de casamento, sinal vermelho aceso, então se tornava outra pessoa, uma verdadeira MEGERA, com todas as letras! O pai, neste caso, se omitia. Não, isso não é verdade! Ele se escudava na mulher, porque no fundo, no fundo, também não queria perder a filha para aquele estranho que foi chegando de mansinho, ocupou a sua sala, sentou no seu sofá, usou seu banheiro e além de tudo isso, ainda quer levar sua filha! Sogros também têm seu Complexo de Édipo; enquanto este quer o pai longe, aqueles querem o pobre do agregado o mais distante possível das suas crias, mas nesta relação "sogral" tem uma centelha, uma ponta de luz que absolve o agregado de todos os seus pecados: os netos, estes preenchem o vazio deixado pela "perda" dos filhos, são os novos "filhos" dos sogros...

Um comentário:

Manoel Gomes disse...

Esta é uma homenagem sincera a todas as minhas sogras, até as que foram madrastas, rs,rs,