terça-feira, 7 de setembro de 2010

Título, voto, eleições, coligações e afins...


Em conversa informal, com uma jovem e inefável pedagoga, sobre a importância do titulo de eleitor enquanto documento, chegamos à conclusão que já fora muito mais inútil do que é hoje, afinal, poder-se-ia votar sem ele, ou seja, até para aquilo que ele foi criado, era dispensável! Contudo sua nova característica só miniza sua pouca importância, sim, porque antes, com qualquer documento, a pessoa votava sem a necessidade de mostrá-lo; hoje, só participa da FESTA DA DEMOCRACIA com o TÍTULO; os otimistas dirão: ora viva, agora deram-lhe o valor merecido!? Mas, porém, contudo, todavia, entretanto para que o título seja validado é necessário um outro documento com foto!? O interessante é que ninguém pede o título quando se vai fazer uma compra ou qualquer outra ação, seja ela qual for. Esse sujeito chamado TÍTULO DE ELEITOR só é lembrado nas eleições e nada mais. O fato é que a alteração deu-lhe o status de pessoa de menor idade, isto é, para que possa entrar em certos lugares, participar de determinados eventos, só sob TUTELA! Sarcástico, porém, é o discurso tanto da justiça eleitoral, quanto dos candidatos que se dizem diferentes dos outros, os picaretas, a grande maioria, usando da falácia para dizer que com a arma do voto, muda-se qualquer coisa: sua cidade, seu estado...vejam que pérola o discurso da propaganda oficial"você pode escolher seu destino, o destino que quer conhecer"!? O voto pode tudo isso?  É o discurso falacioso se mostrando descaradamente!
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Acho que eleição, qualquer que seja, sob o modelo que vigora por essas plagas, não passa de uma FARSA bem ensaiada, o que faz com que os INCAUTOS acreditem que DEMOCRACIA existe, é possível e o voto é uma confirmação disso, ainda que olhem para o parlamento e vejam as mesmas figurinhas carimbadas e seus discursos indefectíveis! Lá estão: a família Sarney e apadrinhados, a família Magalhães e apadrinhados, a família Calheiros e apadrinhados, além de outras de menor envergadura. Não resta dúvida que o congresso nacional não passa de um grande FEUDO, espaço declarado de troca de favores com o dinheiro público. É claro que a palavra chave das sessões é, ainda que não dita abertamente, EUFEMISMO! Nunca na História desse país algo esteve tão claro: ser político é um grande negócio, seja qual for o cargo! Há uma expressão latina que se encaixa como uma luva na atividade dos políticos brasileiros de todos os matizes: Otium cum dignitate! Sem contar que a tal da arma do povo, que chamam de voto, é proporcional na escolha de deputados e afins, isso quer dizer que é possível que um candidato, cheio de boas intenções, consiga uma quantidade expressiva de votos e, assim mesmo, não seja eleito; quem há de esquecer que o "grande" Severino Cavalcante, além de deputado, foi presidente da câmara, apesar de ser um político inexpressivo em todos os sentidos?
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Caso curioso em disputas eleitorais são as famigeradas COLIGAÇÕES! Em alguns momentos, para não dizer todos, são de uma INDECÊNCIA ATROZ,  esse ATROZ é redundante, admito! Causa asco como são justificadas essas excrescências pelos candidatos e seus correligionários. "Ninguém governa sozinho",  dizem uns, "é necessário ter maioria para ter seus projetos aprovados", repetem outros, em tradução livre isso quer dizer: vale tudo para se eleger! Parece, à primeira vista, que todos os partidos são iguais, não há IDEOLOGIAS diferentes! Quando me recordo que um dos grandes representantes do PMDB, Jarbas Vasconcelos, afirmou CATEGORICAMENTE que aquele era um partido de corruptos e vejo as coligações em todos os níveis feita com esse partido, sinto-me um tolo por, em algum momento da minha vida, ter acreditado que poderia ser diferente, hoje, percebo muito claramente que o que importa mesmo é ganhar a ELEIÇÃO, e, com isso, permitir que alguns pobres miseráveis consigam comprar um carro novo ou usado, o importante é que o povo está vivendo melhor! Não sei nos outros estados, mas aqui na Bahia os respingos da coligação nacional provocam uma..., não consigo encontrar o substantivo que melhor defina tamanha indecência. Existem dois candidatos a governador que são apoiados pelo presidente. Um fala mal do outro; o que foi ministro afirma que fez mais pelo o estado do que o governador que é "lento" nas decisões e não aproveitou o desenvolvimento que o governo federal proporcionou!? Aqui não foi o partido que realizou, foi o indivíduo! A candidata a presidenta, aqui são os partidos, apóia os dois e "levanta-lhes" os braços rumo à VITÓRIA?! De quem? Do partido? Qual deles? O do presidente e da candidata ou o do ex-ministro? Os partidários e simpatizantes dessa idiossincrasia dirão: "nada disso importa, o que importa, mesmo, é que nunca na história desse país o povo teve acesso a tanto em tão pouco tempo" Isso prova que o capitalismo é, mesmo sobrevivendo às custas da exploração do trabalhador, o nosso horizonte final, não é?...   

8 comentários:

Manuela Cassia disse...

Estava eu conversando com alguém, um dia desses, e começamos a conversar sobre a palhaçada, ops, a campanha política para governador deste estado. Segundo ele, Dilma não está apoiando Gedel, mas apenas "deixando utilizar a sua imagem". Ora, mas imagem não é tudo nas eleições?
Quando conversamos sobre a campanha desse ano, chegamos a conclusão de que a muito tempo ela não era tão engraçada. Patética, talvez, fosse o mais indicado. Mas, a grande questão, afinal, é que o Circo da Democracia faz parecer que nada disso importa. Essa banalização da anormalidade acaba por fazer parecer que os absurdos são normais.
E o capitalismo segue se alimentando as nossas custas...

Manoel Gomes disse...

VOCÊ Está coberta de razão, minha cara pedagoga.Fico me perguntando qual é o HORIZONTE daquelas pessoas que críticavam o modelo social estabelecido, já que pelo que está anunciado, a briga não é mais pela mudança do modo de produção, e sim como torná-lo mais "humano",mais exequível para os que não tinham nada(pobres e miseráveis) e que com acesso as "bolsas" distribuídas possam movimentar as economias locais! É isso? Não vamos mais brigar por outro modelo e sim remendar o que aí está,desde que aqueles que nada tinham possam, quiçá, comer...embora a gente tenha dito, tantas e tantas vezes, que a gente não queria só comida... na verdade, esse post era/é uma "homenagem" a uma grande amiga que além de não fazer nenhuma crítica a essa política de "distribuição de migalhas", apóia esse modelo de exclusão que o partido no poder e seus alihados implementam! O HORIZONTE É O CAPITALISMO, nada mais, ainda que a EXPLORAÇÃO AOS TRABALHADORES continue...

jonatan disse...

ola mano
nem tive como ler esse texto, estou triste depois soube de um tragico assassinato de um ex-aluno seu do curso da uesb, Alex Lima.
ele saiu primeiro que eu, acho q era da turma de poliana, mirian, ...
depois leia
http://www.infosaj.com.br/ver/noticia/curtas_professor_do_projeto_sorrir_e_morto_em_assalto.html

Manuela Cassia disse...

E o renegado Gedel, agora, volta a fazer parte da comédia, ops, festa da democracia. Seu apoio volta a ser importante para os petistas.
Poderíamos fazer um filme. Já tenho até um título: A farsa das coligações e o renegado Gedel!!!!!
Viva a democracia...

Manoel Gomes disse...

Ë, Tuca, vamos ver o que fará o Renegado Geddel em relação ao segundo turno depois do massacre. Ele que não acreditava em pesquisa, foi atropelado por uma,trucidaram o candidato! Como ele disse que perdeu para Lula e não para Wagner, será que vai apoiar a candidata daquele que o DERROTOU?...nÃO TENHO dúvida que esse filme não terá um final feliz, mas o título é muito bom...

Manoel Gomes disse...

Percebo que terminei não dizendo nada a você, Jonatan. Pois é, meu camarada, fiquei sem palavras para comentar o fato,o impacto que um ato desse provoca é inominável, afinal, não há como explicar a violência de um assassinato, não é?...

Anônimo disse...

sem palavras mano...
e como vc está camarada???
vamos pra nossa terceira ferias ver um ao outro!
caso eu viaja pra o sul fim de ano, pinto por ai
grande abrço e saudade

Anônimo disse...

ass: jonatan