sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O assassinato do meu avô...

Existem coisas que marcam indelevelmente e, por alguma razão inexplicável, são muito recorrentes na memória! Na verdade, essa recorrência, geralmente, é desencadeada por determinadas palavras que, quando pronunciadas, tornam as reminiscências  vivas e claras como se o evento estivesse acontecendo naquele exato momento, sob nossos olhos.  O fato é que desde que retornei, fiz uma promessa que, por mais que tentasse, não conseguia cumprir:  ir visitar minhas irmãs e irmão! Acontece que naquele dia dissera a mim mesmo: "de hoje não passa!" Como essa reunião já fora remarcada inúmeras vezes, o constragimento já se instaurara, não havia mais nenhuma desculpa plausível para minha ausência. Portanto, estava definido, aquele era o dia e eu não faltaria ao reencontro, nem que chovesse  canivete aberto
.
Para não ir sozinho, e como se tratava de congraçamento famíliar, pensei em juntar o útil ao agradável, ou seja, levaria  a filha comigo, neste caso, ela iria rever os parentes, e eu desfrutaria da sua companhia! Ando meio enfunado ultimamente, isso é verdade! Admito que, de quando em vez, a pachorra se apodera de mim, mas isso é raríssimo! Quando o momento se aproximava, lá pelas 19:00 horas, o telefone tocou. Não preciso dizer que era minha companhia sugerindo adiar o passeio porque estava com um pouco de preguiça (vejam bem que era ela e não eu!), mas era eu quem decidiria se iríamos ou não. Caso concordasse, deixaríamos para a manhã seguinte! Retruquei que já havia remarcado uma porção de vezes, e não ficaria bem na fita com mais essa furada!  Então, disse rapidamente: "eu tenho que ir!" Essa frase depois que desliguei o telefone ficou ribombando em minha cabeça. Repentinamente, lembrei que há alguns anos, minha avó paterna dissera ao meu avô que ele não fosse a determinado lugar, porém, ele que também se chamava Manoel, respondera exatamente com as mesmas palavras.  Depois desse dia, nunca mais voltou! Seu corpo fora encontrado na Ladeira da Conceição, ali, próxima ao Elevador Lacerda. Vejam como são as coisas, passados tantos anos, a coincidência de dizer as mesmas palavras me imobilizou. Ainda tentei usar o AVC como desculpa, ou seja, se conseguira sobreviver a um acidente vascular cerebral, "nada mais vai me ferir!" Porém não houve jeito, "dentro da noite veloz" o medo venceu-me e fiquei apavorado de virar manchete de jornal como acontecera com o outro Manoel...

4 comentários:

Manuela Cassia disse...

Eis que a culpada sou eu!!!!!!!!!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Mas não vou negar, a decisão foi sabia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Ainda bem que vc NÃO foi..

Anônimo disse...

estou a sua espera até hoje! srsrrsrs

Lusimary disse...

...na alegria e na tristeza... assim é o teu amor pelo inefável de hoje... ah, como o comentário só registra a hora e não o dia, aí vai: hoje, dia 03 de outubro de 2010, domingo... beijos