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Quando ainda nos encontrávamos no ensino básico, recordamo-nos de um professor de História que falava da riqueza da Venezuela e que não entendia como um país com a quantidade de petróleo correndo no seu subsolo, tratasse a maioria da sua população de forma tão avarenta! As condições sociais começam a mudar quando Chávez assume o poder e isso incomoda aos que são subservientes aos ditames dos EUA para a América Latina.
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Desde que foi eleito, dentro dos parâmetros que a imprensa que goza de liberdade defende (como "eles" gostariam de chamá-lo de ditador) Chávez venceu oito vezes a oposição em seis anos de governo, constam dessas vitórias, um Golpe de Estado, um Lockout, por conta da estatal petrolífera, a PDVSA, e um referendo revogatório, ainda assim, os que estão a serviço de interesses espúrios querem pintar um quadro que mostre uma face que só os fascistas de plantão vêem! Os adjetivos direcionados para Chávez mostram muito bem que "liberdade de imprensa", em alguns casos, é sempre unilateral, quando se trata dos interesses das grandes corporações de comunicação.
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Em passado recente, um certo presidente resolveu não participar de um debate, de uma poderosa emissora de televisão brasileira, por achar que este não acrescentaria nada, ou quase nada, na sua campanha. Não valia à pena correr riscos, já que a vitória estava assegurada, o debate bem que poderia tirar alguns pontinhos preciosos. Quem fez isso? Fernando Henrique Cardoso nas eleições de 1998. Posso estar sendo leviano, mas a tal emissora não fez o estardalhaço que fez nas últimas eleições quando o quadro era praticamente o mesmo e o atual presidente resolveu não participar do debate como fizera seu rival em 1998! Como consequência amargou um segundo turno, contra todos, em que a manipulação foi tão descarada, que um dos repórteres da rede, Rodrigo Vianna, se "exonerou" por discordar da forma como a cobertura foi realizada. Liberdade de imprensa! Outro fato que pode demonstrar essa dubiedade está relacionado ao livro CBF/Nike, publicado pela Editora Casa Amarela, que o Ricardo Teixeira conseguiu impedir a circulação e a tal rede silenciou, não estaria caracterizado aí uma agressão à liberdade de imprensa ou ela não se manifestou por ser parceira da CBF?
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Chávez já sinalizou que não vai renovar a concessão da RCTV - Radio Caracas Televisión, conhecida como Canal 2, que se expira no próximo dia 27 de maio de 2007. O que vemos atualmente é uma batalha de percentuais divulgada pelos órgãos de comunicação, como uma verdade insuspeitável. Dizem os números, "imparciais", é claro, que 81% da população é favorável à renovação da concessão, números esses superiores aos da aprovação de Chávez que se resumem a míseros 61%! Segundo os noticiários, com ações como essa o governo chavista quer calar a oposição! (sic) Mas uma concessão não é liberada pelo Estado para acesso público? Então a RCTV faz oposição? Ou apenas relata os "fatos", com total isenção, como fez e muito bem no Golpe de abril de 2002, quando imediatamente divulgou que o novo presidente da Venezuela era o senhor Pedro Carmona Estanga, notícia veiculada também por estas plagas, sem nenhum questionamento, o que é estranho, haja vista que a "renúncia" de Chávez foi um atentado à democracia latino-americana.
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Se instituto administrativo da concessão, tendo conceito, natureza jurídica, características e modos de outorga de concessão pública de televisão, é feito pelo Estado, cujo objetivo é servir à sociedade e no julgamento deste Estado isso não vem ocorrendo, nada mais elementar que esse direito seja suspenso, e isso faz parte do jogo da livre iniciativa, tão defendida por empresas como a RCTV e a Globo! Por que toda essa celeuma? Gente nas ruas pedindo que o canal de tv seja mantido com o argumento falacioso de que é uma agressão à liberdade de imprensa? Ao comparar os dados de aceitação da concessão com a aceitação do governo, a RCTV quer insinuar que há mais pessoas interessadas no que a emissora tem a dizer do que no que vem sendo feito pelo governo Chávez! Se voltarmos para os dados anteriores e prestarmos bem atenção que redes como as duas em questão estão sempre encasteladas no poder, vivem às custas do Estado no que se refere à maior fatia do mercado publicitário, quando não encontram essa mamata, vão para a "oposição", tanto aqui como na Venezuela, não nos esqueçamos que a Globo se estruturou em plena ditadura militar, numa total omissão com o que acontecia no país, quem não lembra do "episódio Brizola"? Todos sabemos que nas "diretas já" houve um "silêncio" por parte desta emissora...Chávez ao não conceder a renovação da concessão não faz nada que não faça parte do jogo democrático, não renovar a concessão é uma das prerrogativas possíveis, afirmar que isso é uma agressão à liberdade de imprensa é falácia!