Não é nenhuma novidade afirmar que, da forma como a obesidade vem crescendo no mundo, o horizonte é muito sombrio, estima-se que estamos diante de um dos mais graves problema do século XXI. Os dados oriundos da Organização Mundial de Saúde não são nada lisonjeiros, vemos que entre 1980 e 2013, o número de indivíduos obesos subiu de 28,8% para 36,9% em relação aos homens e de 29.8% para 38% no que se refere às mulheres! Não podemos negar que são dados estatísticos aterradores: temos uma epidemia e isso torna gordos e gordas os "escolhidos" para ser defenestrados! Alguns profissionais, entre eles, os da Educação Física, mas não nos esqueçamos que os da medicina também brigam pela parte que lhes cabe neste imenso latifúndio, estimulam a prática da atividade física como um dos "remédios" capazes de contribuir efetivamente no processo de emagrecimento, afinal, ser gorda ou gordo não é recomendável para a saúde, por isso, está aberta a temporada de caça aos mamutes, que o são, em parte, por causa da ingestão desenfreada de alimentos com alto teor de gordura e açúcar (dizem os especialistas) que tornam seus corpos esquálidos.
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Falando nisso, corpo bonito, segundo as "caricaturas" impostas pelas diversas mídias, é aquele harmoniosamente distribuído, cada coisa em seu devido lugar, sem excessos, é preciso que se diga que os corpos das modelos magérrimas, por um lado, e os das musas do tipo Beyoncé, por outro, são o sonho de consumo das mulheres! Na sociedade do consumo desenfreado em que vivemos, onde o sonho eterno por um corpo perfeito se tornou algo doentio, gordas não têm vez!? Vale tudo para perder os quilinhos que comprometem a silhueta desejada. Para resolver esse impasse, proliferam as mais variadas dietas tendo como chamariz tanto famosos como "anônimos", que garantem a fórmula rápida e fácil para qualquer um ter o corpo desejado, para isso, basta a simples adesão a esse circo de horrores, onde "cada indivíduo está isolado dos demais, é um entre milhões, numa espécie de solidão em massa", já dissera o velho Marx, em meados do século XIX. Como o estereótipo vige e se impõe, à primeira vista, não é dada nenhuma chance ao gordo, esse ser que perdeu totalmente a percepção das suas dimensões corporais, já está condenado, sua pena é emagrecer a qualquer custo!
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Profissionais desavisados sequer analisam que muitos dos considerados obesos o são por questões endógenas e que ser magro não é necessariamente sinal de saúde! Há inúmeros magros que são verdadeiramente "gordos", assim como existe uma legião de gordos que são "magros", mas o estereótipo faz com que pela simples aparência coloquemos o carimbo nas pessoas obesas, sem analisar as verdadeiras causas, somos uma sociedade preconceituosa, mas a hipocrisia nos garante imunidade! Isso não quer dizer que devemos fechar os olhos e fingir que a epidemia de obesidade não exista, há uma profusão de gordos e gordas que precisa ser orientada com muito cuidado pelos órgãos de saúde pública, mas sem o preconceito que é muito comum na Educação Física e, por que não dizer, na medicina também?!
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Se tudo isso é verdade, como se explica o boom das modelos Plus Size? Esse oximoro não é algo tão extraordinário neste modo de produção que "escolhemos" para orientar nossa vida, cujo ponto nodal é o lucro, ou seja, toda e qualquer coisa pode e deve ser transformada em mercadoria, é do "sistema" ser paradoxal. O mercado "descobriu" um nicho em que pode faturar milhões de dólares, mas não pode perder de vista o grave problema da obesidade que vem se alastrando por todos os quadrantes. O que fazer? Bem, meus caros, aí não há nenhuma relação com a inquietação que moveu o velho Lênin. O que queremos saber é: devemos acabar com o "mal" que assola a humanidade ou estimular a "engorda", já que há um mercado de proporções gigantescas em plena expansão? Percebe-se muito claramente que essa é uma pergunta de retórica. A decisão já foi tomada há algum tempo, está aí a moda plus size, com seus milhões de seguidores, que não nos deixa mentir. O fato é que temos uma quantidade incomensurável de gordas sequiosas por consumir os mais diversos produtos, é preciso explorar esse veio, apropriar-se dessa fatia do mercado que vinha sendo negligenciada; como já sabemos, o importante no modo de produção capitalista não são as pessoas, e sim o quanto é possível ganhar com o "produto"! "Não se envergonhe de ser gorda, os espaços que antes lhes eram negados, como a praia, por exemplo, agora são seus por direito e o mercado está pensando em você 25 horas por dia", não seria um belo slogan?! Isso contagia aquela mulher que foi discriminada ao longo de sua vida por ser gorda e a absolve da condenação, ser gorda já não é "crime"! O mercado sabe que é necessário muito mais material para a confecção de uma lingerie "plus size", logo, há mais rentabilidade na gordura do que na magreza, ou seja, é mais vantajoso estimular a obesidade ao invés de combatê-la.
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Uma modelo "plus", que acabara de ganhar um concurso, contava sua história de vida na TV, repleta de desilusões e sofrimentos, emocionando os presentes e muito provavelmente os milhares de gordos e gordas que tinham diante de si o espelho de suas existências, ali estava o passaporte que os libertava! A vitória no concurso de beleza "plus size" a deixara esfuziante, em estado de graça plena, afirmara que nem mais consultava a balança, coisa de que fora escrava quando adolescente, agora era livre! O que temos aí? Nada mais, nada menos que o mercado ditando moda e estabelecendo costumes, o oximoro é que mesmo sendo um grave problema de saúde pública, teremos mais e mais "plus" dizendo: "não permita que que cerceiem seu direito de ser como é, ser gorda é ser feliz"; saibam que falta muito pouco, se é que já não temos em gestação, os famigerados concursos masculinos "plus size" e aí vocês verão eu e meu amigo gordinho de sunguinha na TV...
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Profissionais desavisados sequer analisam que muitos dos considerados obesos o são por questões endógenas e que ser magro não é necessariamente sinal de saúde! Há inúmeros magros que são verdadeiramente "gordos", assim como existe uma legião de gordos que são "magros", mas o estereótipo faz com que pela simples aparência coloquemos o carimbo nas pessoas obesas, sem analisar as verdadeiras causas, somos uma sociedade preconceituosa, mas a hipocrisia nos garante imunidade! Isso não quer dizer que devemos fechar os olhos e fingir que a epidemia de obesidade não exista, há uma profusão de gordos e gordas que precisa ser orientada com muito cuidado pelos órgãos de saúde pública, mas sem o preconceito que é muito comum na Educação Física e, por que não dizer, na medicina também?!
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Se tudo isso é verdade, como se explica o boom das modelos Plus Size? Esse oximoro não é algo tão extraordinário neste modo de produção que "escolhemos" para orientar nossa vida, cujo ponto nodal é o lucro, ou seja, toda e qualquer coisa pode e deve ser transformada em mercadoria, é do "sistema" ser paradoxal. O mercado "descobriu" um nicho em que pode faturar milhões de dólares, mas não pode perder de vista o grave problema da obesidade que vem se alastrando por todos os quadrantes. O que fazer? Bem, meus caros, aí não há nenhuma relação com a inquietação que moveu o velho Lênin. O que queremos saber é: devemos acabar com o "mal" que assola a humanidade ou estimular a "engorda", já que há um mercado de proporções gigantescas em plena expansão? Percebe-se muito claramente que essa é uma pergunta de retórica. A decisão já foi tomada há algum tempo, está aí a moda plus size, com seus milhões de seguidores, que não nos deixa mentir. O fato é que temos uma quantidade incomensurável de gordas sequiosas por consumir os mais diversos produtos, é preciso explorar esse veio, apropriar-se dessa fatia do mercado que vinha sendo negligenciada; como já sabemos, o importante no modo de produção capitalista não são as pessoas, e sim o quanto é possível ganhar com o "produto"! "Não se envergonhe de ser gorda, os espaços que antes lhes eram negados, como a praia, por exemplo, agora são seus por direito e o mercado está pensando em você 25 horas por dia", não seria um belo slogan?! Isso contagia aquela mulher que foi discriminada ao longo de sua vida por ser gorda e a absolve da condenação, ser gorda já não é "crime"! O mercado sabe que é necessário muito mais material para a confecção de uma lingerie "plus size", logo, há mais rentabilidade na gordura do que na magreza, ou seja, é mais vantajoso estimular a obesidade ao invés de combatê-la.
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Uma modelo "plus", que acabara de ganhar um concurso, contava sua história de vida na TV, repleta de desilusões e sofrimentos, emocionando os presentes e muito provavelmente os milhares de gordos e gordas que tinham diante de si o espelho de suas existências, ali estava o passaporte que os libertava! A vitória no concurso de beleza "plus size" a deixara esfuziante, em estado de graça plena, afirmara que nem mais consultava a balança, coisa de que fora escrava quando adolescente, agora era livre! O que temos aí? Nada mais, nada menos que o mercado ditando moda e estabelecendo costumes, o oximoro é que mesmo sendo um grave problema de saúde pública, teremos mais e mais "plus" dizendo: "não permita que que cerceiem seu direito de ser como é, ser gorda é ser feliz"; saibam que falta muito pouco, se é que já não temos em gestação, os famigerados concursos masculinos "plus size" e aí vocês verão eu e meu amigo gordinho de sunguinha na TV...