Há momentos na vida que acontecem coisas que chegamos à conclusão que apesar de tudo o que estamos passando, por exemplo, ouvir um "sindicalista histórico", que foi preso e achincalhado nos anos de 1980, dizer que greve de determinada categoria de trabalhadores "é férias", ainda vale à pena pensar que a utopia é possível, que o sonho não acabou, é claro que Lennon falou de outro sonho! Quanto a isso, sentimo-nos retroalimentados pelas manchetes dos jornais: "Estudantes da USP ocupam a reitoria há duas semanas", embora a justiça já tenha determinado a reintegração de posse. Outrossim, estudantes da UNESP tomaram de assalto, no último dia 15/03/07, o saguão do prédio da diretoria da Faculdade de Filosofia e Ciências, campus de Marília(SP) contra o decreto do governador José Serra! Milton Nascimento, de forma sinfônica, diria: "verdes, plantas, sentimento, folha, coração, juventude e fé"
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Em assembléia realizada, no dia 16/05/07, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, estudantes "pediram" aos professores que entrassem em Greve! Fatos em regiões distintas, sudeste e nordeste, mas que trazem em comum, numa avaliação ainda inicial, um aviso em letras enormes: A CÉLULA VIVA DA UNIVERSIDADE "RESPIRA"! Os estudantes têm uma pauta. Um poeta baiano, nos seus bons tempos, arremataria: "é LINDO"! Já o Legionário cantaria: "quando tudo está perdido, sempre existe uma luz". Os docentes, por outro lado, parecem mofados, o movimento docente resiste à chuva com seu guarda-chuva furado! Seja o que for, essa é uma situação emblemática. Alguns dirão que os estudantes estão sendo manipulados, sendo massa de manobra! Estranho, porque isso nega a história, não nos esqueçamos dos projetos do governo militar para tornar acéfalo o movimento estudantil, tirando-o das ruas e empurrando-o de volta às salas de aula. Filosofia e Sociologia, para quê? Os estudantes, neste quadrilátero, aprenderiam um conteúdo que os transformassem em coisa, não viam, não falavam e não ouviam! Nós, da Educação Física, fomos chamados na construção de um movimento estudantil em massa e sem "juízo", é desse tempo as famigeradas práticas de esportes! A competição esportiva individualizava e despolitizava a massa de estudantes tão a gosto dos conservadores...
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Os funcionários da USP aliaram-se à estudantada na proposta de ocupação e entraram em greve! Ao ser entrevistado, um dirigente sindical afirma que a universidade é a casa deles! O movimento docente deve estar muito satisfeito com a situação, não há nada que o incomode, já que é a única categoria, no episódio, que não se manifestou; ainda que fosse contra, nada tão amargo que o silêncio, já que insinua a morte. A polícia é quem dirigirá esse drama já que a reintegração de posse deverá acontecer sumariamente, o que não se sabe é que se isso vai acontecer de forma ordeira ou teremos, como nos "bons tempos", bombas de efeito moral e outros apetrechos bélicos!
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Na assembléia da UESB não foi muito diferente, houve professores dizendo que estavam se sentindo coagidos a votar na greve! Que eram sensíveis, não conseguindo refletir naquele tumulto. Outros que foram vaiados, disseram-se decepcionados com a falta de educação dos discentes; o fato curioso é que nenhum deles se importou com as palmas ou as rechaçou! Vimos um grupo de estudantes, numa assembléia docente, com um número infinitamente superior ao de professores, muitos dirão que é mais que óbvio uma situação como essa, afinal, é muito maior a quantidade de estudantes do que de professores nas instituições de ensino superior, mas para a proporção de professores a quantidade era ridícula. O movimento docente está satisfeito com a situação ou a apatia denota que enquanto, pelo menos o "alarido" mostra, a estudantada está incomodada, e quase que exigiu a greve, os professores fizeram uma proposta conservadora, temeram as conseqüências do ato. Tanto na USP como na UESB o que temos é um movimento docente alquebrado, ou silente, já que nem a ocupação lá quebrou o silêncio dos professores, como a assembleía aqui conseguiu nada além do que "mais do mesmo". Aqui foi feita uma proposta, e aceita, de "paralisação" até que o resultado da negociação com o governo, que acontecerá na terça-feira, 22.05.07, sinalize se a paralisação será "paralisada" ou se a greve será o remédio para a intransigência do governo. Lá, o movimento docente silente deverá continuar mudo e quem sabe vendo na tv a reintegração de posse na porrada ou de forma "harmoniosa", enquanto por aqui, o movimento docente muito sentido com os apupos recebidos dos estudantes deverá de forma ordeira e pacífica encontrar a melhor maneira de não ter cortado o seu já combalido salário, mas sem deixar de manifestar seu discurso de uma universidade pública, gratuita, com qualidade social e blá, blá, blá....
3 comentários:
olá
Olá Mano
Primeiramente parabéns pelo seu blog...ele é leve, suave e ao mesmo tempo rico em conteúdo social que nos ajuda a refletir sobre coisas do nosso cotidiano.
Mas que ironia, o "sindicalista histórico" que antes era contra o FMI, Banco Mundial...hj é contra o direito de greve dos trabalhadores. Será que o poeta estava certo:"Mudaram as estações"?
Em relação aos professores amorfos da USP e UESB, eles são também reacionários, meros burocratas do ensino que utilizam a universidade e o conhecimento como um "instintivo" de classe merda...ops classe média,um meio de ascensão social...digo isto porque alguns se posicionaram contrários à ocupação, e somente hj, quase um mês depois, outros professores que estavam em silêncio sepulcral resolveram assinaram um documento apoiando a ocupação estudantil...como diz ironicamente o ditado popular "antes tarde do que nunca".
Mas, e os professores uesbianos, o que decidiram?
Saudações
Itamar
Bom te ver por aqui, seja bem-vindo,meu camarada! Quanto aos mofados uesbianos, amanhã tem aSSEMBLÉIA...estamos caminhando para a greve, quem viver, verá...
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