Nunca alguém se encaixou, este é um verbo estranho para o caso, de forma tão precisa em seu nome como aquele camarada. Fora batizado como Lanzudo Reis. Um sujeito que, além de ter a sorte no nome, tinha um sobrenome duplamente real! Não jogava em loteria, porém tinha uma capacidade extraordinária para dar palpites, por isso, vivia ganhando coisas nos sorteios em que entrava acidentalmente. Ou seja, os prêmios corriam atrás dele: televisor, geladeira, ventilador, ar condicionado, de novo uma geladeira, outro televisor, mais um ventilador e um liquidificador! Tendo essa característica peculiar para os sorteios, as pessoas viviam lhe dizendo: "joga na mega-sena, rapaz, é bem capaz de você ganhar!" Mas ele não lhes dava ouvidos, para quê? Era o que respondia. Na verdade, queria viver do seu trabalho, onde era reconhecido e competente. Começou na labuta sozinho, aos dezesseis anos, longe de sua cidade natal, fato que tornou sua caminhada ainda mais árdua e difícil. Não esmoreceu um só instante, conseguindo superar os principais obstáculos. O curioso é que mesmo sem ter curso superior, conseguiu um salário superior àqueles que o tinham, logo se tornou o braço direito do patrão, sua importância era capital, sem ele o negócio não andava. Sim, ganhava razoavelmente bem, comparado aos padrões brasileiros, cujo salário mínimo não chega aos míseros seiscentos paus, um emergente, usando um eufemismo da moda! Mas, apesar de todo o sucesso, Lanzudo não estava feliz, o que não deixa de ser um contrassenso, com suas conquistas: casa própria, carro e motocicleta na garagem, porém queria mais, algo estava faltando em sua vida, mas o quê? Era o que se perguntava. Talvez fosse uma companheira, quem sabe?
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Como em toda tragédia ou comédia sempre aparece o amor da vida de alguém, para Lanzudo também não foi diferente e nem difícil encontrar sua cara metade, a pessoa que queria ao seu lado pelo resto de sua existência, aliás, é preciso que se diga, todo apaixonado seguramente repete essa ladainha, ama-se o outro de forma incontrolável! Neste caso, ela estava bem ali, distante apenas alguns quarteirões de sua casa e, por isso, diferente dos dias de hoje, não foi necessário nenhum site de relacionamento para os aproximar. Dizem que foi amor à primeira vista, paixão arrebatadora e incontrolável. Ah, como o amor faz das pessoas seres grotescos! Não podia negar que Luiza foi a coisa mais linda que já passara sob seus olhos! Não tinha nenhuma dúvida que era a pessoa que iria dar sentido e significado à caminhada que começara em terras estranhas. Como diz aquele velho ditado: santo de casa não faz milagres, o fato é que o estrangeiro termina tendo mais oportunidades que os filhos da terra, mas isso agora não é importante, e, por essa razão, esse forasteiro terminou se casando com a menina mais linda do lugar e foram felizes, se isso aqui não fosse a vida real, para sempre...
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Mas na vida o para sempre sempre acaba! Embora a história de Lanzudo seja recortada por uma verdadeira trilha sonora, que vai refletindo seus estados d'alma, não se pode dizer o mesmo do seu casamento! Há outro ditado popular que insiste em dizer que aquele que é feliz no jogo, certamente será infeliz no amor! Espera um pouco. Não há nesta sabedoria um cínico determinismo? Não podemos concordar com isso, há outros personagens que são felizes tanto no jogo como no amor. Por exemplo? Aquele ganhador da mega-sena cuja mulher era manicure. Não, doido, avisa-me aqui meu alter-ego, essa mandou matar o marido! É verdade, e o sujeito não tinha as pernas, quanta maldade! O fato é que Lanzudo começou a notar certo distanciamento por parte de Luiza, já não aceitava mais seus carinhos como fazia outrora. Qual seria a razão dessa mudança? Essa pergunta lhe martelava os cornos, digo, a cabeça. Não, não queria acreditar no pior! Amava Luiza com todas as forças do seu ser, só ela o completava e compreendia as coisas que eram importantes para ele. Como dissera antes, quando as pessoas estão apaixonadas, beiram ao ridículo e não são capazes de ver o que está diante de seus olhos, mesmo que seja do tamanho de um elefante!
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O caso de Lanzudo já se enquadrava no perfil dos sites que oferecem casos extraconjugais com a manutenção do casamento, ou seja, menos de uma relação sexual por mês! Um homem infeliz, muito infeliz era o que Lanzudo se tornara. A saída seria recorrer as tais redes sociais da traição (como a Ashley Madison, canadense, a Ohhtel, americana e a Second Love, holandesa) que já congregam entre nós mais 370 mil pessoas sedentas para uma saidinha do casamento sem sexo? Não, não poderia trair seu grande amor! O remorso o consumiria, não teria como encarar Luiza no café da manhã! Observem que Lanzudo não esquece um só instante a grande paixão por sua esposinha. O pior da história é que o amor só aumentava e em progressão geométrica, enquanto ela perdia o interesse por ele no mesmo diapasão.
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A relação conjugal se deteriorava, e sexo, quando havia, era mais rápido que o de Bruno Mazzeo em Cilada.com! Para piorar a situação, Lanzudo descobriu no histórico do computador do casal que Luiza estava inscrita em todas as redes sociais citadas anteriormente! E agora, José? Perdoe-nos Drummond, por essa aleivosia! Estava sendo traído ou ainda se encontrava apenas no virtual? Dilacerado pelo ciúme, resolveu fazer aquilo que todo homem traído deve fazer, quando tem sua honra ultrajada. Não, senhoras e senhores, não pensou em matá-la, afinal, já saímos da idade média. Pediria imediatamente o divórcio. Mas lembrou que não havia provas, o que um histórico quer dizer? O pior cego é aquele que não quer ver, quem foi mesmo que disse isso? E se fosse apenas platônico? O fato é que nessas horas, todo mundo recorre ao filósofo! Com o coração partido e cheio de dúvidas, Lanzudo viu que célere uma depressão se aproximava, precisava respirar, doía demais aquilo tudo. Deixou sua residência às 17 horas, precisamente. Não levou o carro ou a moto, não estava com cabeça para dirigir ou pilotar, pegou um coletivo, saltou naquele ponto próximo ao Iguatemi, subiu aquela passarela que mais parece um formigueiro e se atirou, não sem antes tirar os sapatos...
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Como em toda tragédia ou comédia sempre aparece o amor da vida de alguém, para Lanzudo também não foi diferente e nem difícil encontrar sua cara metade, a pessoa que queria ao seu lado pelo resto de sua existência, aliás, é preciso que se diga, todo apaixonado seguramente repete essa ladainha, ama-se o outro de forma incontrolável! Neste caso, ela estava bem ali, distante apenas alguns quarteirões de sua casa e, por isso, diferente dos dias de hoje, não foi necessário nenhum site de relacionamento para os aproximar. Dizem que foi amor à primeira vista, paixão arrebatadora e incontrolável. Ah, como o amor faz das pessoas seres grotescos! Não podia negar que Luiza foi a coisa mais linda que já passara sob seus olhos! Não tinha nenhuma dúvida que era a pessoa que iria dar sentido e significado à caminhada que começara em terras estranhas. Como diz aquele velho ditado: santo de casa não faz milagres, o fato é que o estrangeiro termina tendo mais oportunidades que os filhos da terra, mas isso agora não é importante, e, por essa razão, esse forasteiro terminou se casando com a menina mais linda do lugar e foram felizes, se isso aqui não fosse a vida real, para sempre...
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Mas na vida o para sempre sempre acaba! Embora a história de Lanzudo seja recortada por uma verdadeira trilha sonora, que vai refletindo seus estados d'alma, não se pode dizer o mesmo do seu casamento! Há outro ditado popular que insiste em dizer que aquele que é feliz no jogo, certamente será infeliz no amor! Espera um pouco. Não há nesta sabedoria um cínico determinismo? Não podemos concordar com isso, há outros personagens que são felizes tanto no jogo como no amor. Por exemplo? Aquele ganhador da mega-sena cuja mulher era manicure. Não, doido, avisa-me aqui meu alter-ego, essa mandou matar o marido! É verdade, e o sujeito não tinha as pernas, quanta maldade! O fato é que Lanzudo começou a notar certo distanciamento por parte de Luiza, já não aceitava mais seus carinhos como fazia outrora. Qual seria a razão dessa mudança? Essa pergunta lhe martelava os cornos, digo, a cabeça. Não, não queria acreditar no pior! Amava Luiza com todas as forças do seu ser, só ela o completava e compreendia as coisas que eram importantes para ele. Como dissera antes, quando as pessoas estão apaixonadas, beiram ao ridículo e não são capazes de ver o que está diante de seus olhos, mesmo que seja do tamanho de um elefante!
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O caso de Lanzudo já se enquadrava no perfil dos sites que oferecem casos extraconjugais com a manutenção do casamento, ou seja, menos de uma relação sexual por mês! Um homem infeliz, muito infeliz era o que Lanzudo se tornara. A saída seria recorrer as tais redes sociais da traição (como a Ashley Madison, canadense, a Ohhtel, americana e a Second Love, holandesa) que já congregam entre nós mais 370 mil pessoas sedentas para uma saidinha do casamento sem sexo? Não, não poderia trair seu grande amor! O remorso o consumiria, não teria como encarar Luiza no café da manhã! Observem que Lanzudo não esquece um só instante a grande paixão por sua esposinha. O pior da história é que o amor só aumentava e em progressão geométrica, enquanto ela perdia o interesse por ele no mesmo diapasão.
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A relação conjugal se deteriorava, e sexo, quando havia, era mais rápido que o de Bruno Mazzeo em Cilada.com! Para piorar a situação, Lanzudo descobriu no histórico do computador do casal que Luiza estava inscrita em todas as redes sociais citadas anteriormente! E agora, José? Perdoe-nos Drummond, por essa aleivosia! Estava sendo traído ou ainda se encontrava apenas no virtual? Dilacerado pelo ciúme, resolveu fazer aquilo que todo homem traído deve fazer, quando tem sua honra ultrajada. Não, senhoras e senhores, não pensou em matá-la, afinal, já saímos da idade média. Pediria imediatamente o divórcio. Mas lembrou que não havia provas, o que um histórico quer dizer? O pior cego é aquele que não quer ver, quem foi mesmo que disse isso? E se fosse apenas platônico? O fato é que nessas horas, todo mundo recorre ao filósofo! Com o coração partido e cheio de dúvidas, Lanzudo viu que célere uma depressão se aproximava, precisava respirar, doía demais aquilo tudo. Deixou sua residência às 17 horas, precisamente. Não levou o carro ou a moto, não estava com cabeça para dirigir ou pilotar, pegou um coletivo, saltou naquele ponto próximo ao Iguatemi, subiu aquela passarela que mais parece um formigueiro e se atirou, não sem antes tirar os sapatos...
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