Meus caros amigos, vocês não imaginam o tamanho da minha felicidade ao ler, num desses portais que gravitam pela web, que Eike Fuhrken Batista, brasileiro, 8º homem mais rico do mundo, em entrevista na conferência anual do Milken Institute's, centro de estudos sediado na Califórnia, nos EUA, anunciou que muito em breve será o number one! Infelizmente, para ele, a realidade hoje não é essa, no ranking da Forbes quem está no topo da pirâmide é o mexicano Carlos Slim Helú , mas não por muito tempo, deve ser superado muito em breve. "Preciso competir com o sr. Slim. "Não sei se vou ultrapassá-lo pela direita ou pela esquerda, mas vou passá-lo", afirmou o nosso brazuca quase alemão! Saibam que emoção igual só foi sentida por mim quando Obama se tornou presidente da maior nação da terra, afinal de contas, era o primeiro preto a conseguir tal façanha! Em relação à vitória de Eike, isso fez/faz muito bem a minha auto-estima! Dar para imaginar o que é ter um irmão, a vitória de Eike é a nossa vitória, que é dono da oitava fortuna do mundo? Isso deve ser motivo de orgulho e satisfação para todos nós! Com seu trabalho esse grande brasileiro dignifica esse país e, ao mesmo tempo, alça-nos à condição de vencedores ao mostrar para o mundo um povo capaz de superar reveses e ter um dos homens mais ricos em suas fileiras!
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Perdoem-me pelo escárnio, mas não pude resistir à tentação logo após a leitura dos dados disponibilizados pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística - referentes à quantia necessária para que uma pessoa seja declarada abaixo da linha de pobreza: R$ 70,00 mensais! Como a matemática consegue um número tão exato para separar aqueles que sobrevivem(?) dos que são considerados classe média?! Neste caso, estima-se que uma pessoa cuja renda é de R$ 71,00 por mês está fora do perfil daqueles que passam a vida à míngua? Se R$ 70,00 mensais representam o valor que os declassificados percebem, usando da mesma lógica, os que ganham qualquer cifra acima disso, estão de fato abaixo de Eike Batista, mas não podem ser considerados miseráveis, são parceiros!? O certo(?) é que o mais miserável desse país não ganha nem R$100,00 mensais, enquanto na outra ponta existe uma fortuna estimada em torno de US$ 30 bilhões! No anúncio do IBGE consta que 8,5% da população, cerca de 16,2 milhões de pessoas(?), são extremamente pobres, e desses, 4,8 milhões não tem nenhuma renda, enquanto 11,4 milhões tem rendimento per capita de R$ 1 a R$ 70 mês. É preciso repetir, 4,8 milhões de brasileiros não tem RENDA ALGUMA! Que paradoxo, não? Todos esses números me trouxeram à memória as recentes "revoluções" ocorridas no mundo árabe auxiliadas pelo Facebook e outras redes! Fiquei me perguntando quando os famintos daqui terão TAMBÉM o apoio dessas redes sociais e irão reivindicar de forma menos cordeira seu naco de carne independentemente desses programas de assistência social que apenas colocam band-aids nas chagas abertas? O oximoro mostra que aquela velha e decadente banda de rock "n" roll tinha razão: "miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes." A MISÉRIA é de todos, mas as riquezas são singulares...
7 comentários:
Leio, sorrio, me levanto e aplaudo!!!
Eu me curvo e, sem nenhuma ironia, agradeço!!!
Eu leio, reflito, choro, lamento, concordo e parabenizo tamanha informação!!!!!
Lua, eu agradeço, sinceramente, por você não ter pudor em dizer que chora e sente e sofre!!!!!
Por achar que foi colocado como SPAM, à revelia do locutor que vos fala, estou colocando um comentário que chegou por e=mail, ei-lo:
"Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Eike Batista e os abaixo da linha de pobreza...
Hello trata-se a 3ª vez que encontrei o teu blog e gostei tanto!Espectacular Projecto!
Cumps"
Postado por Anônimo no blog Sob os Olhos... em Sexta-feira, Maio 27, 2011
Seu texto pode ser considerado arte. Porque ele provoca, ele causa reflexão, ele diverte, ele trás sentimentos até então esqecidos nesse mar de mediocridade que alavancou os tantos blog criados.
Por isso mais uma vez querido "mestre", obrigado pela sua arte.
Juliano Pitombo
Caro Pitombo,
a demora não significa que não tenha lido as suas palavras, que foram extremamente generosa,mas por estar em trânsito e quase sem acesso, parece mentira,à internet, mas é verdade, de todo modo, agradeço, meu camarada,
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