"Mas é carnaval, não me diga mais quem é você. Amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar", essas palavras de Chico Buarque, na canção Noite dos Mascarados, não me saiam da cabeça, quando adolescente. Pensava que se era carnaval as coisas se esclareciam sem precisar de aviso prévio, pelo menos era assim que entendia! Carnaval, mas que festa mais estranha! Tudo se transforma, homem se veste de mulher, afina a voz! Blocos de sujos e outras "anormalidades"! Quando criança, lá em Salvador, havia também os desfiles das escolas de samba e minha avó adorava ir vê-las! As mais conhecidas eram: Juventude do Garcia, Diplomatas de Amaralina, Bafo da Onça, dentre outras menos famosas! Hoje, percebo que não passavam de caricaturas das Escolas de Samba do Rio de Janeiro! Os imitadores não percebem que sem tradição, sua "versão" não passa de imitação "barata"! Lembro-me que para dar a idéia de brilho, colavam espelhos em suas indumentárias, era o "ouro" cintilando em suas fantasias e adereços! O baiano entendeu que os cariocas faziam melhor e as escolas acabaram, por conseguinte venceram os abadás!
.Falando de tradição, no sentido estrito, vejo hoje se repetir aquilo que via quando criança. Na busca desenfreada das Escolas de Samba de São Paulo em se "igualarem" com as do Rio de Janeiro, mermão, copiaram tudo, até o locutor que apresenta os resultados tem o timbre de voz "igual" ao dos cariocas! Isso, sim, é que é pirataria! Se a Liga das Escolas do Rio de Janeiro quisesse poderia acusar as escolas paulistas de "genéricas"! Há uma tentativa explícita de parecer com o original carioca que chega a doer, é imitação em todos os quesitos! Para se ter uma idéia da coisa, é o mesmo que pegar o carnaval "anárquico" de Salvador ou o Frevo de Recife e transpor para outro lugar, fica sem graça, perde totalmente o sentido! O lugar é fundamental para esses eventos, quando transpostos perdem em qualidade, enquanto produto cultural, tornam-se arremedos! Quem deve gostar disso é o turista, pode ver a "mesma" coisa seguidamente! As escolas paulistas servem como "abre-alas"! Os paulistas fazem a partida preliminar, usando o jargão esportivo! Contudo, como a televisão transmite os dois desfiles, os paulistas já assumiram que o deles é de segunda categoria mesmo e, escancaradamente, se submetem a fazer o carnaval fora de tempo e de contexto, contanto que tenha o glamour dos cariocas e eles possam gritar, como o Neguinho da Beija-Flor: "Olha a Vai-Vai aí, gente!"...
Um comentário:
Rapaz, você precisa ver como é o carnaval aqui, no Sul! kkkkkk Também tem escola de samba, viu? Duas, me parece! kkkkkkkkk
Beijos
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