Acabo de assistir ao filme Zuzu Angel que conta a história da estilista brasileira que fez sucesso para além das nossas fronteiras. Lançado em 2006, ano do 30º aniversário da sua morte, traz a ditadura militar como ponto de discussão, embora entenda que filmes como esse tendem a "glamurizar" o período, além de "distanciá-lo" na memória. Sua morte foi confirmada como assassinato arquitetada pelos órgãos de repressão. Zuleika Angel Jones, casada com um americano, era a típica burguesinha classe média, muito mais preocupada em fazer e vender seus vestidos às mulheres dos generais que perpetraram o golpe que com as condições em que vivia a maioria da população. Por outro lado, seu filho, Stuart Angel Jones, era comunista e estava engajado na luta armada contra o regime ditadorial militar que se implantou no Brasil com o golpe de 1º de abril de 1964!
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Vemos uma mudança na atitude de Zuzu ao perceber que seu filho "desapareceu". Começa, então, a usar seu ofício como um instrumento de denúncia, no desespero de uma mãe que sabe, inconscientemente, que seu filho fora assassinado pelo regime militar! Há dor e uma espécie de impotência surda quando ela percebe verdadeiramente que seu brado não será ouvido, apesar de "contar" com figuras como o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger. Os órgãos de repressão não permitem que nada que arranhe sua "máscara" seja divulgado, contudo não se pode perder de vista que os meios de comunicação eram parceiros do golpe, destes, apenas a TV Excelsior se posiciou contra e teve sua concessão cassada! A partir de tais elementos, poderíamos dizer que esse tipo de filme ajuda a rever a história mais que perversa do Brasil, porque perversa ele sempre foi, ajudando às novas gerações entender melhor o período, a lutar para que ações como aquelas não se repitam? Acredito que não! Talvez faça o inverso! Contudo o que incomoda em Zuzu Angel, o que nos deixa entristecidos nesses "novos" filmes nacionais é a transposição das novelas para a tela grande! Temos um monte de "atores" televisivos mostrando nos cinemas o que fazem no cotidiano nas inúmeras novelas transmitidas ao longo de muitas décadas! E não fica por aí! Temos o cinismo da Globo Filmes querendo contar a História da qual foi cúmplice, não só pelo silêncio, se omitiu quando pessoas como Vladimir Herzog eram assassinadas nos porões da ditadura, como também por patrocinar o golpe que ceifou inúmeras vidas e conseguiu calar e alienar gerações de jovens!
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Sabemos que o cinema no Brasil é patrocinado pelo Estado, embora estejamos no capitalismo e o cinema faça parte da iniciativa privada! Todos devem estar lembrados quando houve a proposta de colocar também o esporte como beneficiário dos tais subsídios das leis de incentivo como a senhora Fernanda Montenegro saiu, com seus argumentos, em defesa da classe artística, temendo ver diminuir as "tetas" em que mamam muitos dos grandes artistas brasileiros! O que parece inverossímil é o Estado patrocinar a iniciativa privada, porque os "incentivos" da lei do audiovisual saem dos cofres públicos e o mais estranho disso tudo é que a Globo Filmes consegue arrancar cerca de 90% dos incentivos, para fazer filmes (novelões: Olga, Zuzu Angel) sobre um período que ela mesma, a Globo, foi uma das patrocinadoras, fala a verdade: não parece surreal?...
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Vemos uma mudança na atitude de Zuzu ao perceber que seu filho "desapareceu". Começa, então, a usar seu ofício como um instrumento de denúncia, no desespero de uma mãe que sabe, inconscientemente, que seu filho fora assassinado pelo regime militar! Há dor e uma espécie de impotência surda quando ela percebe verdadeiramente que seu brado não será ouvido, apesar de "contar" com figuras como o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger. Os órgãos de repressão não permitem que nada que arranhe sua "máscara" seja divulgado, contudo não se pode perder de vista que os meios de comunicação eram parceiros do golpe, destes, apenas a TV Excelsior se posiciou contra e teve sua concessão cassada! A partir de tais elementos, poderíamos dizer que esse tipo de filme ajuda a rever a história mais que perversa do Brasil, porque perversa ele sempre foi, ajudando às novas gerações entender melhor o período, a lutar para que ações como aquelas não se repitam? Acredito que não! Talvez faça o inverso! Contudo o que incomoda em Zuzu Angel, o que nos deixa entristecidos nesses "novos" filmes nacionais é a transposição das novelas para a tela grande! Temos um monte de "atores" televisivos mostrando nos cinemas o que fazem no cotidiano nas inúmeras novelas transmitidas ao longo de muitas décadas! E não fica por aí! Temos o cinismo da Globo Filmes querendo contar a História da qual foi cúmplice, não só pelo silêncio, se omitiu quando pessoas como Vladimir Herzog eram assassinadas nos porões da ditadura, como também por patrocinar o golpe que ceifou inúmeras vidas e conseguiu calar e alienar gerações de jovens!
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Sabemos que o cinema no Brasil é patrocinado pelo Estado, embora estejamos no capitalismo e o cinema faça parte da iniciativa privada! Todos devem estar lembrados quando houve a proposta de colocar também o esporte como beneficiário dos tais subsídios das leis de incentivo como a senhora Fernanda Montenegro saiu, com seus argumentos, em defesa da classe artística, temendo ver diminuir as "tetas" em que mamam muitos dos grandes artistas brasileiros! O que parece inverossímil é o Estado patrocinar a iniciativa privada, porque os "incentivos" da lei do audiovisual saem dos cofres públicos e o mais estranho disso tudo é que a Globo Filmes consegue arrancar cerca de 90% dos incentivos, para fazer filmes (novelões: Olga, Zuzu Angel) sobre um período que ela mesma, a Globo, foi uma das patrocinadoras, fala a verdade: não parece surreal?...
Um comentário:
As incoêrencias cotidianas, que passam pela nossa frente e muitos ,a maioria, não percebem. Simplesmente são levados pelas águas da ignorância.
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