quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Nova Escola Nova...

Vivemos uma fase de pura perplexidade e ao mesmo tempo não percebemos nenhuma alternativa de solução a curto prazo. Há um esgarçamento de tudo com uma velocidade sem medida! Alguém já perguntou: "o que está acontecendo?" Para onde a bússola está apontando? A hesitação é tão grande que algumas instituições perderam o sentido. Certa vez, afirmei em algum lugar que a Escola estava morta, mas naquele momento fazia uma provocação, queria que o debate acontecesse, hoje percebo muito claramente que a Escola perdeu sua razão de existir.
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Este espaço de apendizagem parece que perdeu totalmente o rumo, não há mais significado para muitos dos que lá estão: professores, estudantes, funcionários e outros! Na Educação Infantil encontramos professores despreparados, mal remunerados, sem perspectivas, seu trabalho não passa de algo vazio, temos uma total desvalorização do magistério. Esta situação não é exclusiva deste nível de ensino, se na educação da criança pequena a situação parece ruim, não foge à regra o ensino fundamental. Neste encontramos salas superlotadas, professores com turmas excessivas, ou seja, um quadro muito parecido com o anterior. O estudante não vê razão naquilo que estuda, já que a escola tem como preocupação primordial preparar para o vestibular, mas essa preparação nada mais é que um adestramento puro e simples, o sujeito não reflete aquilo que "aprende"! Se sobressai aquele que consegue decorar o maior número de fórmulas, o maior número de datas, a lógica é essa, quem estiver pensando que isso só acontece nas escolas particulares está redondamente enganado, há nas públicas uma disputa velada para saber qual delas aprova mais, o mais estranho é que em muitos momentos o estudante não sabe sequer articular sua própria língua, tem uma dificuldade imensa de escrever, a razão para isso é bem simples: não é estimulado a pensar!
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Nem é preciso ser professor para entender que salas superlotadas não possibilitam a apreensão do conhecimento, o que se tem é a informação aos tubos! As políticas educacionais que sinalizam os caminhos que a Escola deve tomar julga que as pessoas são todas iguais e que quanto maior o número de estudantes por sala, melhor será! Há casos em que salas são fechadas porque o número de estudantes ficou abaixo da média, essa média pode ser 45, 50 ou mais! E o articulador desse formato acha que todos os sujeitos estão aprendendo da mesma forma, todos são homogêneos, como as carteiras em que eles sentam! Além de todas essas barbaridades, há professores assoberbados pelo número de estudantes sob a sua batuta, sequer sabem, não há como, se a aprendizagem está acontecendo. Imagina se o professor tem seis disciplinas, apenas a título de exemplo, com 45 estudantes, se fizer uma avaliação nas seis terá um número indecente de provas e o que é pior, mesmo fazendo não tem nenhum parâmetro de que a aprendizagem efetivamente aconteceu!
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Nesta mesma linha de raciocínio, tem o que venho chamando de Escola Nova nova! É o "aprender a aprender" em toda a sua plenitude! Em alguns países não há a necessidade de o estudante frequentar as aulas, o estudo acontece por meio solitário em casa ou em qualquer outro lugar, menos na escola! É autodidatismo, não há a necessidade do professor que vai se tornando aos poucos peça de museu, o conhecimento é construído pelo indivíduo e o professor é um mero "mediador" da aprendizagem! Envia-se por e-mail os resultados dos estudos, uma demonstração da nova forma de estruturação escolar. Muitos estudantes adoram, entendem que com os novos meios como a internet e outros, as aulas em sala terão o mesmo fim do CD! Uma nova Escola está nascendo, o que não sei ao certo é se com ela estamos caminhando para a barbarização humana ou se temos um anúncio de um novo ciclo, onde o aprender vai acontecer do mesmo modo em que muitos humanos hoje se relacionam com as pessoas: conversando através das máquinas sem nenhum contato afetivo, pessoal. É, será que ainda somos homens ou definitivamente máquinas é o que somos?...

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