Na sua edição do dia 3 de outubro, Veja, o semanário mais parcial sob o equador, trouxe na sua matéria de capa uma espécie de "revisão" do percurso de Ernesto Guevara Lynch de La Serna. A forma da escrita é muito parecida com a de ninguém menos que Diogo Mainardi, o maior reacionário brasileiro vivo, um ícone da revista! Por "estranho" acaso, um dos jornalistas (sic) que assinam a matéria é um tal de Diogo Schelp. O que se percebe logo no início é que há uma clara tentativa de desqualificar a trajetória de um dos maiores líderes revolucionários da América Latina, sem nenhum pudor ou dado que comprove o que é dito, tudo o que está escrito é na base de que alguém disse, alguém falou, e o mais curioso é que sua fonte de dados, na sua grande maioria, está entre os "dissidentes" que vivem em Miami! Quando a revista saiu, alguém me disse: "olha, já leu o que a revista Veja publicou sobre o Che, parece que o mito caiu". No que retruquei imediatamente, "mas quem acredita em Veja são as pessoas que vêem nela um órgão de informação de credibilidade ou são de direita", e esse alguém me respondeu: "grande parte da população"! É verdade, grande parte dos que lêem a famígera revista acreditam em tudo o que está escrito, o que é uma pena. E ainda dizem por aí que a mídia informa sem partidarizar, será mesmo?!
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O texto da revista é de uma penúria sem igual, faltam elementos para todas as informações, há um claro abandono aos fatos mais simples, desde o período em que o "Che" foi ministro até a sua participação na guerrilha e libertação de Cuba. Há um trecho em que se coloca alguns dos membros da milícia de Fulgêncio Batista como aliados do guerrilheiro! Não, essa não é uma revista que diz a verdade! "Não disparem. Sou o Che. Valho mais vivo do que morto", essa frase é atribuída a Guevara, numa clara insinuação de que o "Che" tremeu frente o perigo de morte. Diz a revista que foi tirada da mesma fonte de outra frase também famosa que é: "Você vai matar um homem". Afirma que a segunda só se firmou por causa da máquina de propaganda marxista!? Nega-lhe a capacidade enquanto dirigente do Banco Central e do Ministério da Indústria em Cuba, insinuando que a culpa do estado em que se encontra a economia cubana, fora causada por administração equivocada e não por conta do bloqueio brutal imposto à ilha pela maioria dos países do mundo, comandados cinicamente pelos EUA!
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Em meio a esse serviço de desinformação do semanário da Abril, há uma notícia alvissareira, a TVE-Rj começou apresentar um documentário a partir do dia 08/10/2007, em 10 capítulos, contando a saga dos "diários de motocicleta" vivida por "Che" Guevara juntamente com Alberto Granado, feita contemporaneamente por dois estudantes latinos americanos, chamado "Os caminhos do Che: um diário de motocicleta". Uma bela e justa homenagem de uma emissora educativa que consegue caminhar na lógica da informação. O documentário esclarece e informa. Não há dúvida que vale à pena ser visto e comparado, se for o caso, com o que traz a abominável revista! Que se aproveita dos 40 anos de morte de "Che" para, de forma indecente, causar impacto e, ao mesmo tempo, nestes tempos de vacas magras, aumentar as vendas da revista. Seria interessante que as pessoas fossem estimuladas a buscar outras fontes, se é que podemos falar em Veja como fonte de alguma coisa. Contudo a nossa crítica também é ideológica, não seremos cínicos a tal ponto, somos, sim, partidários do projeto histórico defendido por Che Guevara, basta olhar ao redor para ver, por isso mesmo, sugerimos a consulta a outras fontes, que outras fontes sejam consultadas e que essas fontes não resvalem na pequinez que a revista apresenta. Não sei porque quando terminei de ler a matéria lembrei de Hugo Chávez e a RCTV, e me fiz a seguinte pergunta: que papel deve representar os meios de comunicação na sociedade? Embora perceba muito claramente que numa sociedade dividida em classes antagônicas como a que vivemos, exigir isenção é o mesmo que pedir para que o Estado seja imparcial, o Estado é da classe dominante, como também são os meios de comunicação, é só ver quem são os donos da redes de jornais e revistas, por tudo isso, não "veja", Viva Che Guevara...
3 comentários:
obrigado Mano, continuas vivo. Não tenho mais estômago para ler a "veja", nem perco mais meu tempo comentando-a. Teu texto já contribui, suficientemente, com a crítica necessária ao semanário à serviço da burguesia. Nesse momento escuto, repetidamente, o discurso do Che, lido por Fidel, anunciando a possibilidade de sua morte. Pátria Livre ou Morte, essa é a grande mensagem do Che. Acabo de reler seu diário da Bolívia, com prefácio de Fidel, num trecho Ele afirma: ah, se eu tivesse mais 100 homens!!!! Quantos dignos restaram????????? Quantos camaradas não se venderam? Quantos ainda lutam? Hasta la victoria, Comandante CHE GUEVARA!
Prof. tudo bm? Nunca havia comprado a veja quando vi a imagem de Che estampada em sua capa a curiosidade motivou-me a levar uma. Mas, o arrependimento veio depois quando iniciei a ler a reportagem, os argumentos fracos e contraditorios, além das fontes com credibilidade duvidosa. Na verdade não decepcionei porque a mídia tem seus interesses e a Veja cumpre bem o seu papel de combate aqueles e as propostas de mudança e desta vez o escolhido foi o Che. Mas, este continua vivo enquanto as injustiças permanecerem por mais que eles tentem "mata-lo. Abraço
Viva Che Guevara!!!!!!!!!
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