Escrever sobre os catadores de lixo e verificar a forma como eles aceitam esse "ofício", foi muito desalentador. Perguntei-me se esse é o último degrau que poderiam chegar esses humanos. Ricardo Pereira, de forma bastante clara, disse no seu comentário que precisamos nos reciclar! Ele está certo! Estamos destruindo tudo: florestas, água, meio ambiente, aquecemos o planeta. Existe ainda a possibilidade de a água, em futuro bem próximo, ser tão rara e cara quanto o petróleo, é verdade, rompemos o ciclo das águas! Dizia eu que pensava termos chegado ao último dos degraus ao tratarmos seres humanos como lixo. Não, conseguimos ser mais cruéis ainda, se bem que fazer juízo de valor, nesta situação, e mensurar o que é mais perverso é uma heresia. Fomos surpreendidos pelo assalto seguido de morte de um garotinho no Rio de Janeiro, nesta semana. Não vou repetir, foi chocante, embora ações como essas estejam se tornando comuns, queimamos o índio, queimamos aquele casal em Bragança Paulista juntamente com a criança e mais uma funcionária, queimamos ônibus com pessoas dentro! Sim somos capazes das ações mais atrozes! O medo é o mesmo que manifestamos quando falamos dos catadores de lixo. É começarmos a aceitar essas ações como naturais! Entretanto, no calor do momento e de forma populista, o governador Sergio Cabral Filho sugeriu que seja alterada a idade para se culpabilizar criminalmente alguém, visto que, entre os assaltantes havia um menor, se referenciando nas leis dos EUA. Fiquei entre amedrontado e preocupado, se a idéia é agir de forma análoga aos Estados Unidos, logo, logo o governador vai sugerir a pena de morte! Se ver pessoas comendo lixo causa náuseas, o que dizer de autorizar o Estado a matar? O que estou dizendo é que ao invés de buscarmos as causas, trabalhamos com o efeito! Neste sentido, o raciocínio da pena de morte se justifica, assemelha-se a um silogismo: se matamos o criminoso logo acabamos com a violência! Sendo verdade essa assertiva, por que os estudantes lá, nos EUA, se armam e matam dentro das escolas? A complexidade da questão exije uma reflexão profunda por parte daqueles que gerenciam o Estado ou será que voltamos ao "Tempo das Diligências"?
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