quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

É para sua Mãe...

Enquanto isso, Eduardo Dusek, em fins do século passado, brincava com o refrão ambíguo de sua canção rock da cachorra*. Naquela oportunidade, assim como hoje, com a intensa humanização dos bichos, "sua mãe", uma cadela de estimação, era a pessoa a ser homenageada! Muitos amigos, "liberais" por natureza, odiavam o refrão e o trocadilho que ele trazia. Era fato que muitos usavam o duplo sentido para sacanear ad aeternum a mãe dos que estavam por perto! Convenhamos que uma cachorra chamada sua mãe, se tivermos o pavio curto, é briga na certa, como acontecia em muitos momentos! Na verdade, Dusek chamava a atenção para a situação privilegiada que os bichos vinham adquirindo em detrimento de muitos humanos que andam por aí! Não é raro ouvir dos donos desses animaizinhos um rosário de coisas que são capazes de fazer, são características e sentimentos tipicamente dos homo sapiens! Quem já não ouviu expressões do tipo: "meu cachorro é muito inteligente, só falta falar, porque sensibilidade e outros atributos não lhe faltam."Veja só, ele está com ciúmes de você"! Isso é muito comum, É NATURAL! O que deixou de ser comum, ou melhor, o que se tornou ousadia na sua mais completa acepção são os humanos, com o intuito de desqualificar a situação de alguém, afirmar que está vivendo como se fora cachorro!  Na realidade, falar que se está levando uma vida de cachorro é uma AFRONTA a nós, diriam uns caninos do alto do seu status de GENTE, o que não deixa de ser a mais pura verdade! Alto lá, repetiria outra cachorra, na escala hierárquica, vocês, os humanos, estão muito abaixo de nós!
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Resolvi não mais brigar com essa tolice! Por que me indignar com o rol de apetrechos que povoam o universo dos bichos? Se no apagar das luzes do século passado isso já era uma realidade, qual a razão de passados tantos anos alguém em sã consciência, pelo menos é o que ele pensa, afirma meu alter ego, ainda fica a blasfemar contra a boa vida dos bichinhos? Oh, insensato coração! O fato é que no meu tempo cachorro era cachorro e era chamado xolinho, não raro, rex ou valente, nada além disso! Hoje têm nomes robustos e distintos: Glória Maria, Ivana, Marley... Contudo pensando em deixar a rabugice de lado, aceitei o presente de natal que um amigo me ofereceu sem saber dessa minha bira com os pobres caninos e caninas! Tal foi a minha surpresa ao abrir aquela caixa marron! Com os olhinhos tentando se acostumar com a claridade, lá estava ela, com o rostinho branco e marron e o focinho preto e úmido, oh, que gracinha! Uma sensação inexplicável se apoderou de mim e logo comecei a me sentir como proprietário de uma cachorra! A sensação não era de toda ruim, na verdade, estava gostando! Eu era dono de um bicho de estimação, enfim! Agora só faltava escolher o nome que daria à bichinha. Pensei em alguns bem maneiros! Nada daqueles de outrora, tipo sapeca ou peluda! Porém, contudo, todavia, enquanto me via refletindo sobre essa grande questão humana, qual nome darei a minha cachorra,  lembrei-me que no período em que não gostava, entre aspas, desses bichos, uma ex-amiga colocou  o nome da cachorra justamente o da minha avó, que, por sinal, também era minha madrinha! Eu não gostava nem um pouco de saber que o prenome de minha avózinha agora acompanhava uma cachorra! Ficava possesso, irascível mesmo, mas ela me dizia que não via nada de mais em chamar a cadela de Antonia! Usando da mesma prerrogativa, resolvi prestar uma homenagem a sua mãe, não, não é a sua querida/o leitor/a, mas a da minha ex-amiga! Atenção, por favor. Minha cara ex-amiga, se em algum momento de sua vida, passar por aqui e vir esta postagem, saiba que  essa foi a maneira que encontrei de homenageá-la, carinhosamente, viu? Xô, Marli, não me morda, sua cadela... 
"Uauuu, Uauuu, Uauuu... Ahhh*...
Uauuu, Uauuu, Uauuu... Uhhh...

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre

Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro por uma criança pobre

Tem muita gente por aí que está querendo levar uma vida de cão
Eu conheço um garotinho que queria ter nascido pastor-alemão
Esse é o rock de despedida pra minha cachorrinha chamada "sua-mãe"

É pra Sua-mãe (é pra Sua-mãe)
É pra Sua-mãe (é pra Sua-mãe)
É pra Sua-mãe (é pra Sua-mãe)
É pra Sua-mãe

Esse é o rock de despedida pra cachorra "Sua-mãe)

Seja mais humano, seja menos canino
Dê güarita pro cachorro, mas também dê pro menino
Se não um dia desse você vai amanhecer latindo, uau, uau, uau

Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre

Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau"...

3 comentários:

Kássia Reis disse...

He,he,he... Eu não tenho cachorro mas se tivesse, ele se chamaria Aníbal César. Que tal? Gostei do seu texto e cantei muuuito essa música aí. Abraços!!

Manoel Gomes disse...

Aníbal César?kkkkkkkkkkkk, é, pelo visto Kássia, você percebeu o espírito da coisa!!! Valeu!!!!!!

Jonatan disse...

tu é atentado viu mano?
akakkaakakak