Certas coisas são meio que premonitórias! Claro está que um materialista dizer isso causa uma certa estranheza! Mas a percepção aguçada de algumas pessoas deve ser levada em consideração. Há fatos que nos atormentam, mesmo que aparentemente não tenham nada a ver com nada, os oníricos são um bom exemplo! Um que não esqueço está relacionado a quando tive o acidente vascular cerebral. Algumas semanas antes, tinha sonhado que numa rinha, galos brigavam, trucidavam-se num balé de morte! Cabeças rolavam naquela arena de sangue! Isso, para mim, foi assustador! Ter tido o AVC me fez repensar minha vida a partir de então, tornou-me menos cético para acontecimentos sem uma explicação aparente. Estaria eu fazendo uma digressão, antes mesmo de entrar no assunto?
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Estava vendo TV e comecei a trocar os canais, em um deles, eis que de repente, algumas imagens em preto e branco, dos antigos festivais de música, fizeram-me largar o controle remoto e concentrar a minha atenção. Eram imagens que podem ser consideradas verdadeiras pérolas! O primeiro lugar já fora anunciado e o público, em ovação, não permitia que o vencedor cantasse! Uma multidão em êxtase aplaudia e, ao mesmo tempo, queria cantar junto! Façamos um parêntese. Como estamos vivendo nos "tempos dos homens rápidos", tempos em que o que toca no rádio, e nos aparelhos congêneres, não são mais as músicas! Se alguém que esteja lendo essas linhas, tenha nascido depois que todas as imagens na tv são coloridas, que não teve acesso à tv em preto e branco, é bem provável que não consiga se sensibilizar com o que estou dizendo. TV em preto e branco? Imagens em que o grande cantor e compositor popular, Paulinho da Viola, em uma canção antecipatória, emociona, sem o barulho dos amplificadores, jovens de todas as idades, a música, neste tempo, tocava no rádio e nas pessoas, a canção era Sinal Fechado!
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Dois indivíduos que não se vêem há muito tempo, velhos amigos de infância, cruzam-se num semáforo de uma grande avenida de uma grande cidade. É, qualquer uma dessas que temos hoje em dia, cheias de cimento, ferro e concreto! A princípio se entreolham! Muito tempo se passou desde a última vez em que se viram! Não acreditam no que vêem! Será que é ele mesmo? O tempo passou tão de repente que sequer perceberam! Tantas foram as mudanças que aquele que está do outro lado do vidro pode muito bem não ser quem aparenta ser! Contudo o tempo que dispõem para terem a certeza de quem são, está se esvaindo! Como entabular qualquer assunto se os segundos insistem em seguir seu caminho vertiginoso a caminho da morte?
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- Olá! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo para pegar meu lugar no futuro... E você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa, rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!– Adeus!
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo para pegar meu lugar no futuro... E você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é, quanto tempo!
– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
– Quanto tempo!
– Pois é...quanto tempo!
– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa, rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal...
– Eu procuro você...
– Vai abrir, vai abrir...
– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
– Por favor, não esqueça, não esqueça...
– Adeus!
– Adeus!– Adeus!
Esse "encontro", tão contemporâneo, aconteceu num dia qualquer de 1969...
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