terça-feira, 27 de maio de 2008

Balé dos "Técnicos"...

Não deixa de ser risível a forma como se define a competência dos técnicos de futebol, por aqui! Os caras passam de vilão a mocinho em menos de 30 segundos, quem disse isso foi Muricy Ramalho! Eu sei que você deve estar dizendo que isso é um verdadeiro lugar comum e eu tenho que concordar! Contudo essa característica passional que tem o futebol, torna a coisa muito divertida, é uma tragicomédia a cada final de semana! As desculpas para as derrotas são as mais bizarras possíveis! Vou-lhe contar um segredo, tem uma coisa que me fascina muito mais do que o jogo em si: são as teses que os "professores" apresentam, não deixam de ter uma "profundidade" assombrosa! Houve um desses "artistas" que para motivar "seu grupo", inventou de usar uma bola de tênis como estímulo para vencer a Copa do Brasil! Mas o inesperado, para ele, aconteceu e a derrota veio, e ele se tornou motivo de escárnio por uma temporada, alguns mais cruéis disseram que o time jogou o futebol do tamanho da bolinha que o técnico usou como modelo para a sua "metáfora"!
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Mal começou o campeonato e já tem "professor" sem emprego! Um pediu para sair, outro, pediram que ele saísse e um terceiro que não sabia que saiu! O primeiro da sequência se chama Alexandre Gallo, como muitos dos seus iguais, acha que é um grande técnico, que está talhado para dirigir um grande clube. Sua trajetória é muito interessante para não usar uma expressão menos elegante! Sempre consegue se sobressair em time de porte médio a pequeno, isso dá a ele a impressão que está no caminho certo e que é a hora de mudar de clube para dar um vôo mais alto! Foi para o Santos e não decolou! Tentou o Internacional e, de novo, mais um fracasso! Começou o campeonato no Figueirense, quando viu a possibilidade de tentar mais uma vez o tão sonhado estrelato! Na saída do Figueirense, disse que havia uma possibilidade de treinar uma equipe do exterior, talvez para não machucar a torcida do Figueira, porém no dia seguinte, já estava cantando em outro terreiro (meu Deus que trocadilho mais infame!), assinou com o Galo Mineiro, afinal treinar o Atlético de Minas dá muito mais visibilidade do que o time de Santa Catarina e lá foi o Gallo para mais um vôo, quem sabe dessa vez ele não acerta e se torna aquilo que acha que é?
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Roberto Fernandes deixou o Náutico para treinar o outro Atlético, o paranaense, com o retrospecto da campanha que fez na equipe pernambucana, tem credibilidade! Lembro-me de Givanildo que saiu de Pernambuco para treinar esse mesmo time, tendo que encarar uma série de vexames, não conseguindo implantar seu método de trabalho, se é que tinha algum! Quem sabe não tenha sido o desconhecimento da realidade a principal razão do fracasso? Não estou querendo dizer que vai acontecer o mesmo com Roberto Fernandes. O que não podemos esquecer é que está substituindo justamente aquele que foi demitido, sumariamente, sem que soubesse que estava sendo! Ney Franco é o primeiro "professor" que perde o emprego neste campeonato! Pois é, o nosso Ney Fraco,(sic) não resistiu aos resultados ruins e foi mandado embora, contudo para quem saiu do Ipatinga para o Flamengo, até que ele foi longe!
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O treinador do Sport, Nelsinho Batista, aquele mesmo que foi contratado ano passado para salvar o Corinthians da segundona, achando que era afeito a milagres, hoje é um dos semi-finalistas da Copa do Brasil! Já deve ter se curado da ressaca do fracasso e caso vença, deve voltar a acreditar que a fé remove montanhas no futebol, as vitórias sobre Luxemburgo, o falastrão, e Abel Braga, o beberrão(não é que rimou!?), lhe deram uma credibilidade insuspeita, afinal, o primeiro é considerado o melhor "professor" em atividade no Brasil, e o segundo é campeão do mundo! Dentro dessa penca de "milagreiros", ainda temos o "técnico" do Fluminense que ao derrotar o Muricy e, por conseguinte, o São Paulo, também danou-se a falar, esqueceu-se do fiasco da "bola de tênis e saiu alardeando que é um predestinado, que é um vencedor, que os outros "técnicos" têm muito o que aprender com ele; não está se lembrando de um preceito básico para quem trabalha neste meio: humildade! O curioso é que com a perda do campeonato carioca, parte da imprensa dizia que o Fluminense era muito time para pouco técnico. Nesta "dança" dos "professores", ainda não sabemos quantos, mas entendemos que serão vários os que estarão demitidos ao menor sinal de fracasso, nesta corda bamba, que é a profissão de técnico de futebol. Já temos alguns com a corda no pescoço: Muricy, Giba (Ipatinga)...no bolão cravei Gallo e Roberto Fernandes como os próximos, quer apostar?...

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Conspiração Roxa...

O campeonato brasileiro sempre foi motivo de piada em todos os sentidos! Da organização até a estrutura dos estádios, a situação sempre foi caótica! Hoje temos 3 divisões com critérios bem definidos e, nos últimos anos desde a descida do Botafogo e do Palmeiras, não se tem uma virada de mesa, como era comum entre nós! Não esquecemos que Bahia, Fluminense e Grêmio foram rebaixados, porém, protegidos pela corja do clube dos treze, não participaram da 2ª divisão, ou seja, havia a tal da queda, mas ela estava reservada para aqueles times que não tivessem apelo comercial, não dessem Ibope! Apesar dessa melhoria, tivemos, em 2007, arquibancadas ruindo, matando torcedores na Bahia. Não podemos esquecer os estádios em que as partidas estão sendo disputadas em 2008! Quem não ficou indignado com o estado dos campos da maioria dos jogos da série B? As condições do campo da partida entre Fortaleza e Paraná, se não houvesse as imagens da TV, ninguém acreditaria, parecia futebol de areia, ficamos esperando que a qualquer momento fossem aparecer os vendedores de cerveja e as cadeiras de sol!
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Existem certos cronistas esportivos que têm a petulância de dizer que para o bem do futebol não é bom que qualquer um dos grandes desça para divisões inferiores! Não é salutar para o futebol brasileiro ter um Flamengo na segunda divisão! O que sabemos é que o futebol brasileiro está em franca decadência, já disse isso aqui! Os times jogam muito mais pela tradição, pela camisa, do que pelos jogadores que têm. Basta dar uma olhada nos elencos que teremos essa assertiva confirmada. Em conversa com um amigo, dissemos que só quem joga por aqui é quem não tem condições de jogar no exterior, na Europa de preferência, mas pode ser até no gelado Uzbequistão, desde que se ganhe uma merreca maior do que teria por aqui, ele quase concordou, afirmando que também há jogadores que escolhem essa praça porque é a melhor vitrine da América do Sul. Ele pode estar certo, se olharmos ao redor, só temos o futebol, também decadente, da Argentina e nada mais! Para se ter uma idéia, bastou aquele zagueiro medíocre do Flamengo, Ronaldo Angelim, jogar bem algumas partidas que já se estava insinuando que poderia ir para a Europa, mas ele mesmo caiu na real e disse que com a idade que tem não há nenhuma chance, ou seja, só quem joga por aqui é quem não tem condições nenhuma de jogar em outro lugar!
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Nos últimos tempos, desde que o campeonato passou a ser por pontos corridos, tem sido recorrente o rebaixamento de um grande, pelo menos na camisa, para a segunda divisão. Foi assim com o Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro e por último o Sport Club Corinthians Paulista! O que acontece é que quando o grande tem muita torcida, existe uma espécie de comoção midiática! São tantas as lágrimas que é possível que a ferrugem tome conta da aparelhagem das emissoras. Frases do tipo: o time y não é equipe de segunda divisão e o lugar do time x é na elite do futebol brasileiro, são comuns. Todo mundo sabe que o nome disso é diminuição de receita, tudo não passa de apelo comercial! Temos na segunda divisão o time de maior(?) torcida do futebol brasileiro. O que me intriga é que a tabela dos três primeiros jogos parece que "foi feita a mão", sob medida, pensada carinhosamente e calculada a dedo para que o Timão consiga fazer logo de saída 9 pontos! Na verdade, o que temos nessas partidas iniciais é uma verdadeira sopa de letrinhas: CRB, G...ama ABC, F...ortaleza...O que se diz é que são favas contadas a volta do Corinthians à primeira divisão! Em sendo assim, para que estabelecer acesso e descenso se os grandes não devem ser rebaixados? Acabemos com a hipocrisia, façamos um campeonato de cartas marcadas, mas que todos saibam que são marcadas, e deixemos bem claro que só quem vai descer são os pequenos, simplesmente porque são pequenos e ademais não dão audiência nem geram receitas...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Eu e Pierre Weil...

Esta não é, como pode parecer à primeira vista, uma proposição de diálogo com Pierre Weil. Muito pelo contrário! Trata-se de uma tentativa de desmistificação de coisas ditas por esse autor que se tornaram dogmas! Na realidade, ao vê-lo falando na TV ao tempo em que fazia as suas prescrições, muitas recordações me tomavam! Lembrava-me do tempo em que entrei na Universidade, na Faculdade de Educação da UFBA. Naquele tempo, não ter lido seu livro era sinônimo de está fora do tempo. "O corpo fala" era a referência, quem não lera tinha vergonha de dizer! Ademais tinha um outro ingrediente. Havia um colega, muito chato, embora eu gostasse dele, que lera tudo de Piaget, o que o aproximava de Weil, o indivíduo a cada cinco palavras ditas, cinco se referiam a dupla Weil/Piaget! Claro que estou sendo sarcástico, mas era uma verdadeira tortura conversar com algumas pessoas que se diziam críticas, mas que no fundo não passavam de papagaios de pirata!
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No momento atual da minha vida, sexta-feira é sinônimo de reunião, grupo de estudos etc. Na última, estava participando de um evento onde a maioria era da pedagogia e, para minha falta de sorte, tinha assistido, no dia anterior, Weil fazendo ilações na TV sobre o movimento corpóreo e o que esse movimento significava! As pessoas que me conhecem sabem o quanto sou friorento! Estou vivendo numa cidade que o termômetro teima em não sair da casa dos 12 graus na média! É frio demais para um baiano que morava na Cidade Sol, Jequié, cuja temperatura beirava a três vezes a que tenho vivido! Estou dizendo tudo isso, porque nunca "odiei" tanto o Pierre Weil como neste dia! Imagina aí, você com as imagens dele explicando o que cada movimento representa e por outro lado, seu corpo "falando": "me aqueça, estou com frio!" O movimento de cruzar os braços significa que você não está gostando do que está vendo, mas eu estava, só que estava com um frio danado! A todo momento eu me via tentado a cruzar os braços, mas dizia a mim mesmo: "todo mundo aqui leu o Weil e vai achar que você não está gostando". Para variar, a pessoa que falava eu gosto muito! Será que ela entenderia que os gestos do meu corpo, naquele instante, nada tinham a ver com as baboseiras anunciadas em "'O corpo fala"?
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Trabalhar na formação de professores significa provocar a apropriação da teoria, mas não se tornar escravo dela, é ter instrumentos para fazer a leitura crítica da realidade, o professor que não ler não tem muito a dizer! Essa arma é necessária para não se tornar submisso e ficar entregue! Será que tudo o que Pierre Weil anuncia em seu livro é a verdade? Todo movimento do meu corpo está codificado de forma tal que me proíbe de sentir frio já que a tradução do meu frio será algo que meu corpo não falou? Dizem que a nossa grande vantagem é que nossos pensamentos nos pertencem e isso nos tornam invisíveis, impenetráveis, todavia, com a perspectiva de Weil, cada movimento do meu corpo me desvela e me revela, ora! Será que em algum momento ele se deu conta que pode existir corpos "mudos"? Corpos que não queiram falar e que podem muito bem usar o movimento apenas para a dissimulação! E o que fazer no meu caso, que queria a todo momento cruzar os braços, mas me sentia tolhido pela presença, na minha cabeça, das suas elucubrações? A psicologização das nossas vidas nos tornam prisioneiros de mitos e dogmas! Quem disse que Weil não pode estar errado na interpretação dos movimentos dos corpos? Quem disse que cruzar os braços não pode ser outra coisa que aquela dita pelo estudioso francês? Para aqueles que são professores como eu, um pedido: redobrem os cuidados e não marquem, como fazemos com gado, os corpos das crianças, traduzindo seus movimentos a partir de Pierre Weil, porque ele pode estar falando uma coisa, mas os corpos delas estarem dizendo outra bem diferente...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Inserção digital e cortadores de cana...

Eis que com certo incômodo, descobri duas coisas que ainda não tinha prestado a devida atenção, embora não desconhecesse que existissem! A primeira é que a Internet no Brasil já chegou a casa dos surpreendentes 45 milhões de usuários! Não podemos perder de vista que dados numéricos carecem de reflexão mais aprofundada, o número não basta por si mesmo, embora alguns façam dele um deus! Contudo, não podemos perder de vista que 45 milhões de pessoas é gente que não acaba mais! Pelo tamanho da população, cerca de 183.987.291, aferida no último censo, 45 milhões não representa nem um terço da população, entretanto esse número é bastante significativo, porque representa não só a população da Argentina, como também a da Espanha! Representa um comércio de muitos milhões de reais e o que deve ter de gente de olho neste mercado, porque é muito computador "navegando por mares nunca dantes navegados"!
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A segunda coisa que me causou incômodo, é saber que cada vez mais o Brasil é um país de grandes contrastes. Se por um lado existe um projeto para a implantação da banda larga nas escolas públicas para promover a inserção digital, temos um grupo de brasileiros que além de não fazer idéia do que seja banda larga, computador, Internet, mercado virtual, ganham valores que pelo desgaste por que passam, são suficientes apenas para "sobreviverem", talvez da forma mais cruel que se possa imaginar! Trata-se daqueles trabalhadores que cortam cana nos canaviais da vida para que sejamos auto-suficientes em combustível! Sim, os cortadores de cana vivem em condições tão desumanas que muitos sequer imaginam o que isso representa. Fala-se tanto na sociedade do conhecimento, que o acesso à tecnologia representa a emancipação dos indivíduos, que a força bruta já não é mais necessária, a falácia de que o trabalhador moderno só precisa apertar botão, aqui, neste caso, não passa de um grande engôdo! O cortador de cana ganha $ 20,00 por dia, por oito horas de trabalho, grande parte delas, sob sol ou chuva, pois que não existe "tempo bom" para esses brasileiros, são escravos livres!
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O último censo acusou que já superamos a casa dos cento e oitenta milhões de habitantes, o país já tem cerca de 45 milhões de pessoas com acesso à Internet, não obstante temos trabalhadores que ganham um sub salário para que veículos automotivos tenham combustíveis e possamos dormir tranquilos, porque há álcool na bomba e estamos inserindo mais e mais pessoas na manipulação das máquinas, mas não estamos atentos para as "máquinas" humanas que gastam sua energia para gerar energia! Estes "brasileiros" que produzem Etanol, sequer conseguem ter acesso ao mínimo necessário à sua sobrevivência, ganham, se trabalharem todos os dias, incluindo os domingos, seiscentos reais! Sim, meus camaradas, já somos auto-suficientes no que se refere ao combustível, mas não conseguimos olhar os cidadãos que no campo "morrem" para que o motor viva! Thomas Morus, o autor de Utopia analisando o que a produção de causou aos camponeses que foram expulsos de suas terras a ferro e fogo, metaforizou: "os carneiros comeram os homens". Se fizermos uma paráfrase perversa, podemos dizer: a cana está comendo os homens para que os motores possam funcionar e 45 milhões possam navegar, porque navegar é preciso...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Q. I. de Baiano...

Nem ia me manifestar sobre a polêmica do q.i. levantada pelo professor de medicina da ufba; tentar justificar certas bobagens, só as valorizam mais ainda. No entanto, parece que sua fala (nem vou citar seu nome para não valorizar ainda mais esse nazista) mexeu com os brios de alguns amigos e solidários; ouvi coisa do tipo: "você soube o que falaram sobre nosso Q.I.? Até o Jô Soares, do alto da sua mediocridade, levou uma baiana, meio folclórica, questionando o fato. Começou o programa citando baianos ilustres para dizer, e nos convencer, que também estava indignado com tamanha iniquidade. Um amigo, que não é baiano, disse-me que tenho escrito muito em torno do conteúdo midiático, ele tem certa razão, embora entenda que os temas abordados não pertencem a ela, mas tamanha é sua força, que até das nossas conversas mais comezinhas tem se apropriado! Tudo isso para fazer um intróito sobre o tal do Q.I., essa discussão gerou tanta raiva entre os baianos que uma amiga, muito querida, afirmou que se tivesse um título de doutor ou mestre processaria o tal sujeito!
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O fato é que vivemos em pleno século XXI, sei que isso é óbvio, mas pensamos como se estivéssemos no século XIX. Como sou professor, a grande maioria dos meus camaradas são professores e eles sabem que essa coisa de q.i. é tão preconceituosa quanto a questão da cor da pele, da mulher, da homossexualidade! Quem trabalha com formação de professores sabe muito bem que não é possível medir inteligência! Não existem instrumentos que mensurem o quanto o indivíduo é inteligente ou não, sem que não se caia no preconceito! E tem mais: sem que se valorize esse ou aquele conhecimento! Digo isso porque é óbvio que quem vai medir, mede a partir do que uma casta de sábios estabeleçe! Um exemplo? Quem sabe mais sobre as questões relativas à lei da relatividade? Se o teste de medição de
q.i. usar esse conhecimento como referência é claro que Einstein terá uma pontuação altíssima! Agora pegue o mesmo sujeito faça questões relativas às artes, nestas é muito provável que ele zere e Picasso tenha uma pontuação fabulosa! A pergunta pode ser: por que pegar cadáveres para fazer a analogia? Por que não sujeitos vivos para que se possa ter uma idéia mais precisa?
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Tudo bem, basta dar uma olhada nas fotos das pessoas que emolduram essa conversa, todas baianas, todas são brilhantes (para fugir desse negócio de quociente de inteligência), que foram ou são muito, mas muito boas naquilo que fazem ou fizeram! As poesias de Castro Alves, as interpretações de Maria Bethania, as composições de Caetano Veloso, os livros de João Ubaldo Ribeiro, as atuações do grande jurista Ruy Barbosa e todos aqueles que não são tão "famosos", mas são geniais! Quem é mais inteligente Gilberto Gil ou Castro Alves? Se comparados teremos "medidas" fora de contexto! Por que tantos ficaram aborrecidos quando o "sábio" afirmou que os estudantes de medicina da ufba tinham um Q.I. baixo? Na verdade, muitos ficaram aborrecidos porque ele fez o que o senso comum costuma fazer ou, usando de uma linguagem científica, os que usam a indução como referência! A partir de um caso se generaliza para o todo! Ele tendo a medicina como referência chamou todos os baianos de imbecis, não com essa palavra, mas pôs em xeque a competência dos baianos! Foi preconceituoso duas vezes! Primeiro com os estudantes de medicina, já que pelos assuntos ou assuntos usados não se tem nenhum instrumento para afirmar o que ele disse. Vamos imaginar que a pergunta, bem terra a terra, fosse: onde se localiza o fêmur? Mesmo que o estudante errasse, como provar que o q.i., ou seja lá o que eles usem, é baixo ou alto? Ou o exemplo infeliz usando o berimbau? A segunda, quando a partir daquele caso da ufba generalizou para todos os baianos e aí tudo o que eu disse lá atrás serve como argumento. Se é difícil medir a inteligência de uns poucos imaginem de um povo inteiro!
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Todas as vezes que se quer enfatizar a questão do preconceito, sobre a idéia de seres superiores uns aos outros,
Hitler e sua megalomania servem como exemplo, afinal, ele queria provar que o alemão era o protótipo do ser humano, é neste momento, que se usa Jesse Owens, aquele corredor negro, como contraponto. A tristeza maior é que estamos cercados de fascistas, eles estão ao nosso redor e, às vezes, nem os notamos, porque não se manifestam abertamente, são uns dissimulados, uns farsantes! Em alguns momentos, caem em contradição e dizem: "e não é que aquele ali, mesmo sendo baiano, pernambucano, paraibano é inteligente?" Quantos estudantes de Educação Física, considerados inteligentes, já não ouviram: "você poderia fazer direito, medicina ou outro curso de "ponta"? Quantos desses estudantes não foram considerados de "q.i." baixo porque disseram que faziam esse curso? Temos muitos "Hitlers dissimulados, entre nós, pensando com a mesma lógica daquele professor da ufba, o que não podemos esquecer é que somos responsáveis pela formação de inúmeras crianças e adolescentes que frequentam as escolas públicas e não podemos, em hipótese alguma, repetir, sub-repticiamente, o que o fascista da ufba fez, ele não representa perigo, o perigo é fazer o mesmo e sair por aí matando, no nascedouro, os sonhos e desejos de conhecimento de um número infinito de crianças baianas, sergipanas, cearenses, cariocas, paranaenses, portuguesas, africanas...por considerá-las com o "Q.I." baixo...